"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 30 de setembro de 2021


 #dia da secretária

segunda-feira, 27 de setembro de 2021


#dia nacional da doação de órgãos



#dia do idoso

 


Hoje eu acordei com o meu coração grato a Deus pela vida, pela oportunidade de recomeço, pela força que Ele me concede, pela família que tenho, pelo pão que não falta em minha mesa, pelo teto que me abriga e pelas pessoas que me cobrem de afeto todos os dias...


- Cecília Sfalsin

 


Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.


Ariano Suassuna


nossos velhos

 


Pais heróis e mães rainhas do lar.

 

Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.

Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.

A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá pra implicar com a empregada.

 

O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?

Fizeram 80 anos. Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso.

Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.

Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.

 

Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.

Não fazem mais planos a longo prazo, agora se dedicam a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Estão com manchas na pele.

Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.

 

É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação. Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.

 

Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.

Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: calça de brim? frege? auto de praça?

 

Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.

Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.

 

É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.

Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.



 Salmo 97:4-6

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

 


 O inverno nunca falha em se tornar primavera.

 Nitiren Daishonin

 

Hoje, 22 de setembro, começa a primavera.

Foi um terrível inverno, o mais longo da nossa existência.

A falta de luz começou em março do ano passado e continua até agora.

Para combater a escassez de esperança, sempre recomendei livros e plantas.

 

Escrevi, hoje, no Estadão:ler para que a primavera vença. Ler para restos de inverno serem menos complicados. Ler para ser e para crescer.

Uma decisão a ser tomada daqui para o fim do ano.

Aceita o desafio de semear esperança no cérebro?”.

 

Flores e pessoas precisam de cultivo e de cuidados.

 

Eu desejo uma intensa e renovadora primavera para todos nós.

Estamos carentes, tristes e com medo.

 

Vem luz! Vem verde! Venham livros!

Bom dia, Brasil primaveril!




Em minhas viagens pelo interior de Minas, conheci pessoas felizes sem motivo nenhum, sem nenhum contexto favorável, sem evento para comemorar.

 

Algumas delas tinha perdido a casa e moravam de favor em lar de parente, outras tinham perdido um filho, que é a maior dor que existe. Também vi quem não tinha emprego e se especializava em bicos. E quem já se desgarrou precocemente de um grande amor. E quem havia engravidado na adolescência e se dobrava para ser criança e cuidar de uma criança ao mesmo tempo. E quem fazia uma refeição por dia. E quem sustentava oito bocas com bolsa família.


E todas estampavam um sorriso irritante no rosto, um sorriso implacável entre as bochechas. Conversaram mineirês bonito como se nada de grave tivesse acontecido. Não amaldiçoavam o destino, não praguejavam a ausência de notícias boas, não ironizavam as adversidades.


Eram felizes por ninharia, por besteiras, por bobagens. Riam à toa, produzindo em mim um espanto. De onde vinha esse prazer do mais completo deserto de pretextos? De onde surgia essa euforia desprovida de fundamento?


Elas demonstravam um gosto de viver que não se arrochava pelas contrariedades ou pela escassez de esperança. Quase como bêbados do seu próprio sangue.


Haviam sido humilhadas, constrangidas, apequenados pela sua condição social e não se entregavam. Mantinham uma resiliência milagrosa e absurda no humor e que colocava em xeque o que julgava como certo e definitivo.


Elas me recebiam em suas residências arroiadas e apertadas, tirando objetos do velho sofá, para me dar um espaço (o sofá é estante na pobreza), e me ofereciam um café açucarado para brindar a manhã. Galinhas e cachorros transitavam livremente, com nenhuma distinção entre o quintal e o teto.


Mesmo possuindo pouco, me convidaram para almoçar dizendo “espia só: o que dá para um dá para dois”. A oferta não se resumia a uma educação vazia, como se eu não fosse aceitar, mas a um acolhimento genuíno de quem valoriza uma visita. Ainda que só restasse um pão de ansdionte, que poderia ser fritado na manteiga de garrafa com naco de linguiça. Bóia para cumê di capitão, dispensando os talheres e os modos de longe da cidade grande, para não me fresquear, não fingi di égua.


E quando me despedia, ainda insistia-se para que ficasse mais um tanto:Cadiquê ocê tá indo?


Ao andar de volta para o carro, via os acenos de longe. Como se eu fosse inesquecível.


Foi quando percebi que a felicidade não é um objetivo a ser alcançado, não é conforto ou estabilidade, não é uma meta, não está fora de nós. A felicidade é uma virtude. Tal qual a generosidade, tal qual a paciência.


Não temos que encontrar a felicidade em estímulos externos, mas trazê-la dentro de nossas crenças. Ela não significa um prêmio ou uma recompensa, porém o que nos motiva a resistir.


Ocê é ou não é feliz, mais do que ocê está ou não está feliz. Felicidade é ser mais do que estar. Mesmo soterrado pelo mundo, ainda se mantém o contentamento de se gostar do jeito que for possível. O miúdo é infinito.



 

 


É Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis. 

Ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes.

 

( Daniel 2:21)

terça-feira, 21 de setembro de 2021


 #dia da árvore

domingo, 19 de setembro de 2021

carta aberta à minha família

 


Caríssimos moradores deste lar que eu tenho a honra de chamar de meu

 

Estou em plena menopausa, isso significa que meus hormônios oscilam dentro de mim e junto com eles pode oscilar o meu humor, a minha paciência e a minha capacidade de te responder na lata o que você precisa ouvir.

 

Eu não estou louca, não é necessário me internar. Apenas me aceitar. Se me compreender, melhor ainda. Se não quiser compreender vai enfrentar a fúria dos meus hormônios e não diga que eu não avisei!

 

Cuidei da casa e de vocês até aqui. Daqui pra frente, assumi um compromisso importantíssimo comigo mesma. Portanto, a janta, a cama, a toalha dobrada no box, o chinelo na beira da cama, o pão quentinho, o café na xícara preferida e todas essas coisinhas que eu fiz para cada um de vocês, será responsabilidade de cada um de vocês.

 

E se acontecer de não me encontrarem no recinto bem na hora do jantar, não precisa ligar para a polícia, eu fui alí cuidar de mim.

 

Minha memória está completamente comprometida, portanto nada de perguntas difíceis para a minha compreensão. Eu não sei onde está a chave do carro, a blusa do futebol, a sandália plataforma e muito menos o seu carregador de celular.

 

Agora, em função dos meus hormônios, eu me canso com mais facilidade e isso implica em precisar de algumas horas de descanso. É importante que saibam que essas horas de descanso não são negociáveis.

 

Eu continuo amando vocês, podem ter certeza disso. A única coisa que mudou é que agora, eu me amo também. Isso pode parecer estranho para vocês, eu entendo. Para mim é libertador.

 

Alguém pode estar se perguntando, o nome disso é menopausa? Sim, o nome disso é menopausa embora não precisaria ser. Eu deveria ter dito tudo isso quando instituí este lar, mas não o fiz. Então, batizo este momento com o nome daquela que me deu coragem para tal, a menopausa.

 

E se alguém aqui debochar da minha menopausa, é uma ser morto!

Vocês não sabem a força de um hormônio em despedida!


envelhecer pode ser fantástico

 


61 anos e acho que o que melhor aprendi, foi desaprender.

Desaprendi o tempo.

Sim, existem anos que a gente nem sente, dias que duram eternidades, centésimos de segundo que significam uma vida inteira. Tudo é movediço. Não existem verdades absolutas, pessoas absolutas ou tempo absoluto.

Viver é desafiar esse relógio inventado para encurtar a duração das coisas.

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E, afinal, envelhecer não é ruim.

Envelhecer é sentir uma calma delicada e inexplicável mesmo quando sabemos estar dentro de um furacão, é sentir-se equilibrado mesmo diante da vertigem do querer, é sentir-se seguro mesmo tendo quilinhos a mais ou centímetros a menos. Envelhecer é desejar abastecer a alma, mais do que o cérebro. É rir de si mesmo, afetuosamente. É plantio e colheita, feitura e degustação, é entender que oportunidades não devem ser perdidas, nem experiências, nem afetos. Tudo deve ser sorvido.

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Envelhecer é perceber que todas as vezes que chamarmos sinceramente pelo amor, ele vem. Envelhecer é aprender que muitas coisas nessa vida já vêm prontas e lindas, e que não é preciso enfeitá-las. Algumas pessoas são um bom exemplo disso. Envelhecer é descobrir que nossa casa de verdade, é dentro da gente. E de alguns abraços. É saber pedir perdão. E perdoar. É saber recomeçar, uma, duas, três vezes.

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Sempre achei que envelhecer podia ser fantástico, e assim tem sido, mais uma bênção para agradecer.

E o Universo, disponível e generoso como é, nos surpreende estendendo a infância e seu frescor até encontrar quem a deseje. E faz isso dia após dia, ignorando completamente o tempo e a lógica. Agarra quem quer.

Então envelhecer, de certa forma, é isso: entender que o tempo não existe.

Fiz 61 anos. E juro, me sinto menina, menina...

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Solange Maia


 


Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam”.

 

(Tiago 1:12)

sábado, 18 de setembro de 2021

#spoiler

Rafa,


Que hoje, tudo o que você deseja aconteça,

nem muito e nem pouco,

mas exatamente do tamanho que te traga sorriso no rosto

e que faça seu coração pulsar mais forte.

 

___ Kláudia Romanholi

 


Este é o dia da vitória

de Deus, o SENHOR;

que seja para nós um dia de felicidade

e alegria!

 

Salmos 118:24 / NTLH

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

eu te desejo vida...


Eu te desejo vida, longa vida

Te desejo a sorte de tudo que é bom

De toda alegria, ter a companhia

Colorindo a estrada em seu mais belo tom

 

Eu te desejo a chuva na varanda

Molhando a roseira pra desabrochar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

 

Eu te desejo a paz de uma andorinha

No voo perfeito contemplando o mar

E que a fé movedora de qualquer montanha

Te renove sempre e te faça sonhar

 

Mas se vier as horas de melancolia

Que a lua tão meiga venha te afagar

E que a mais doce estrela seja tua guia

Como mãe singela a te orientar

 

Eu te desejo mais que mil amigos

A poesia que todo poeta esperou

Coração de menino cheio de esperança

Voz de pai amigo e olhar de avô

 

_ Flávia Wenceslau _

 

 

Honre a si mesmo sendo fiel aos seus sonhos, filho!

Tente uma, duas, três, dez, cem, mil vezes, se for necessário,

mas não desista.

Acredite: se existe um desejo no seu coração,

você tem toda a capacidade de conquistá-lo.

Parabéns por mais este aniversário,

Que o Senhor te capacite a conquistar todos os desejos do seu coração.


 


Faz 16 anos hoje daquele domingo que a gente acordou cedo pra conhecer você. Dizem que é o dia mais lindo da vida, foi também o dia mais nervoso, filmei a coisa toda, a fita tá em algum lugar. Você segurou no meu dedo minguinho e me senti um gigante protetor.Pro resto da vida vou cuidar de você, filha, pensei.

 

De repente, dezesseis.

 

Minha única regra pra ser pai de adolescente é tentar não ser contra os Beatles. Quero dizer, veja aqueles vídeos antigos dos Beatles correndo nas ruas da cidade e um monte de adolescentes correndo atrás deles. Os pais daquelas garotas horrorizados:Isso não é música! Vocês precisam ouvir Debussy!”. Não quero ser esse pai. Eu tive meu tempo, você tem o seu.

 

Portanto, se mangá e Naruto fazem a sua cabeça, se você gosta de tirar onda com Tierry e os irmãos Berti, se filme clássico pra você é Operação Cupido, se seu quarto é uma bagunça e hoje você não quer caminhar comigo, ok, você tem o seu tempo.

 

Nós pais erramos por querer moldar nossos filhos. Mas filhos não são vasos, são plantas. Eles crescem de maneiras surpreendentes, esticam suas raízes por caminhos que a gente não vê, se tornam maiores e mais bonitos do que a gente jamais imaginou.

 

Quando a gente é adolescente, se enxerga frágil e esquisito. Depois descobre que todo mundo se sente frágil e esquisito pela vida toda, então entende que pertence a esse grupo atrapalhado, que se chamaseres humanos”.

 

Nas suas horas de escuridão, estarei bem aqui na sua frente. Sussurrando palavras de sabedoria. Let it be.



 

 


Toda a minha vida

tenho me apoiado em ti;

desde o meu nascimento

tu tens me protegido.

Eu sempre te louvarei.

 

Salmos 71:6 / NTLH

terça-feira, 14 de setembro de 2021

 


Olhando daqui, percebo que pessoas e circunstâncias tiveram um propósito maior na minha vida do que muitas vezes, no momento de cada uma, eu soube, pude, aceitei, ler. Parece-me, agora, que cada uma, no seu próprio tempo, do seu próprio modo, veio somar para que eu chegasse até aqui, embora algumas vezes, no calor da emoção da vez, eu tenha me rendido à enganosa impressão de que veio subtrair. A vida tem uma sabedoria que nem sempre alcanço, mas que eu tenho aprendido a respeitar, cada vez com mais fé e liberdade.

 

O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.

 

Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.

 

Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.


 



Coisa boa olhar pra trás e sentir que a gente conseguiu sair dos lugares onde não tinha luz. Desapertar apertos enquanto colocava os pés no caminho. Desmanchar nuvens pesadas de tristeza com autoescuta e paciência.

 

Coisa boa olhar pra trás e sentir que agora a gente ama um pouquinho melhor. Que nossa bondade esticou os seus braços. Que tem joaninha pousada na nossa memória. Que, depois da ausência de nós mesmos, nosso amor hoje nos inclui.

 

Coisa boa olhar pra trás e sentir que pode ser mais simples. Que a gente não abre mais espaço para complicação. Que ainda tem uma criança que brinca de roda com nossa alegria. Que tem passarinho no nosso sorriso. Que no nosso olhar ainda tem flor.

 

Coisa boa olhar pra trás e sentir ainda mais gratidão pela família da gente. Perceber que certas tempestades incrivelmente nos transformaram de um jeito bem bonito. Saber que, apesar de tanto, nosso coração ainda é bom. Saber que, apesar de tudo, o que prevalece é o amor.” 



 


Ó SENHOR Deus,

quanto tempo ainda vou viver?

Mostra-me como é passageira a minha vida.

Quando é que vou morrer?

Como é curta a vida que me deste!

Diante de ti, a duração da minha vida não é nada.

De fato, o ser humano é apenas um sopro.


Salmos 39:4-5 / NTLH

terça-feira, 7 de setembro de 2021


#independência do Brasil

segunda-feira, 6 de setembro de 2021


 #dia do sexo

domingo, 5 de setembro de 2021

irmão



É a ponte que atravessa
a estrada percorrida
e nos transporta de volta
lá pro começo da vida.
Irmão é a segurança
de que o tempo de criança
jamais será esquecido.
Basta um gesto, um olhar
pro coração recordar
de tudo que foi vivido.

#dia do irmão


 

o tempo das coisas

 


Viver é a arte de envelhecer. Todos os dias envelhecemos. E enquanto envelhecemos, o mundo envelhece ao nosso redor.

Enquanto envelhecemos, envelhecem os móveis, parados no mesmo lugar de sempre. Envelhecem as árvores, os bichos e até as estrelas.


Enquanto envelhecemos, envelhecem conosco as palavras, a música, nossos ídolos e tudo que fez parte da nossa trajetória.


Se antes alguma coisa era cafona, barango ou démodé, agora é cringe.


Se antes ficávamos numa boa, hoje eles ficamde boa”. O que eranota 10, passou para 10 e agora é TOP.


Lembra dospretendentesdo passado? Agora se chamamcontatinhos. E ninguém paquera mais, essa palavra tá morta, hoje a moçada temcrush”.


Até nossas roupas envelheceram! Ninguém veste mais japona, nem calça o keds. Tá tudo guardado junto com o toca fitas dentro do guarda roupa de sucupira no quarto das memórias.


Lá, onde moram os LPs, os aparelhos 3 em 1, o jogo de ludo, o biloquê, a caixa de papel de carta. Cartas? Elas também estão amarradas naquela fita que fechava a caixa de bombons que você ganhou no aniversário e ficou feliz! Lá estão elas, as cartas! Amareladas! Elas que foram substituídas pelo e-mail, pelo áudio, pelo vídeo, por qualquer coisa tecnológica que transporte nossas intenções. Elas que uniam os amantes, guardavam segredos, traziam esperança e levavam expectativas. Até elas, as cartas, que eram aguardadas com frio no estômago, perderam o glamour para a notícia que chega em tempo real.


É! O tempo passa para mim, para você, para as nossas palavras e para as coisas…


E gente lutando veementemente para não envelhecer!


 



Algumas amizades não duram nada, mas um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão.

 

Provérbios 18:24 / NTLH