Feliz 2019 e...
vamos todos
"esperançar"
Um dos maiores educadores
que o Brasil já teve foi o grande Paulo Freire e uma de suas indagações mais
recorrentes era sobre o verbo “esperançar”.
Segue uma pequena reflexão sobre
esse verbo a partir de algumas palavras do filósofo brasileiro Mario Sergio
Cortella.
“Como insistia o
inesquecível Paulo Freire, não se pode confundir esperança do verbo esperançar
com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que
temos nesse momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações as
pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem alternativa, que a vida é
assim mesmo…
Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O
que posso fazer? Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que
impeçam… Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem…
Isso não é
esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás,
esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante,
esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E, se há algo que
Paulo Freire fez o tempo todo, foi incendiar a nossa urgência de esperanças”
Nós estamos inseridos em
uma sociedade medíocre e cheia de pessoas fazendo “mais do mesmo”. Poucos são
os que tem a coragem de bater de frente com esse sistema que nos entorpece e
nos deixa inertes. Nós deixamos tudo para “os outros”, nos isentando da
responsabilidade pelo todo.
(...)
Esperar é deixar que os
outros resolvam, que o problema se resolva por si só ou o pior de tudo, se
anestesiar e deixar que a situação fique cada vez pior por falta de atitude. Já
esperançar é agir, é fazer a sua parte, é ser responsável, é dar o melhor de
si, é ser um agente transformador da sociedade, é ter um perfil de liderança e
correr atrás da realização de muitos sonhos de futuro.
Eu procuro ser honesto e reconhecer as minhas falhas e
faltas. Eu também em muitas ocasiões espero do verbo esperar em vez de
esperançar, e sou assim principalmente quanto à política. Tenho que admitir que
atualmente está complicado eu ter esperança, mas estou procurando
desenvolvê-la, mesmo em meio a tantas falcatruas. O que os políticos mais
querem é que a população se torne apática e ache que “as coisas não têm mais
jeito”. O que os políticos amam são as pessoas Pôncio Pilatos. Você sabe quem são
elas? São aquelas pessoas que lavam as mãos diante de uma situação que
precisa-se de uma atitude concreta e decisiva. O Pôncio Pilatos, na
crucificação de Jesus lavou as suas mãos de forma alegórica para tentar livrar
a sua consciência que pesava toneladas por condenar o homem mais dócil e santo
que pisou no planeta terra.
O verbo esperançar deve
estar presente na vida de absolutamente todos os seres humanos, pois fazemos
parte de uma sociedade onde todos têm a mesma responsabilidade, eu, você, os
governantes, os líderes religiosos, todos, sem exceção. Tendo esta consciência
podemos fazer acontecer a verdadeira mudança e tornar este mundo um lugar muito
melhor…
Que tal começarmos agora?
Isaías Costa
#programada