"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

do que mudou a minha vida


Joseph Ratzinger vai conservar o nome papal de Bento XVI mesmo depois do dia 28 de fevereiro, data em que terminará o seu pontificado.
Os fiéis vão poder continuar a dirigir-se a Ratzinguer chamando-o “Sua Santidade”. Bento XVI ficará também conhecido como o “Papa emérito” ou “Emérito Romano Pontífice”.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou durante uma reunião com jornalistas, que Ratzinger vai continuar a vestir-se de branco, mas com uma batina simples, deixando de poder trajar a batina de peregrino. Além disso, revelou ainda que Bento XVI vai deixar de poder usar os tradicionais sapatos vermelhos.

Após deixar o cargo, Bento XVI usará mocassins marrons feitos em León, capital do calçado no México. Segundo o porta-voz, os sapatos são muito cômodos e confortáveis e o Papa está contentíssimo.

Às 19:00hs de hoje (27/02), o anel de pescador e o selo papal serão destruídos. Ratzinger vai continuar a usar um anel, mas diferente daquele, que só os Papas podem ostentar.

A vacatura do cargo pontifício será visualmente marcada pelo momento em que a Guarda Suíça, encarregada de garantir a segurança do Papa, deixar para trás, ao fim do dia, Castel Gandolfo, tradicional residência de verão do Papa e onde Ratzinger irá permanecer nos próximos tempos.

(tirado daqui: http://expresso.sapo.pt)



Folgo em saber que o papa está feliz com os mocassins marrons.
Particularmente, eu prefiro sapatos vermelhos.
Acho que são muito estilosos e, vamos combinar, estilo é tudo!
Mas... independentemente da cor, 
o que interessa é que não apertem seus pés.
Padeço com isso e não desejo o mesmo para ele.

ps¹: Dizem que entre os favoritos para suceder o Papa Bento XVI está um cardeal negro.
Será que vamos ter o Joaquim Barbosa do Vaticano?
Por mim, ele pode ser preto, branco, amarelo, roxo, verde, seja lá o que for, mas li em algum lugar, que quando um papa negro “estivesse no trono” o mundo iria acabar.
Para quem acredita em Nostradamus...

ps²: Circula pela net uma brincadeira que o Lula quer ser o sucessor do Papa e já tem até o discurso preparado:

“Não poderia deixar de atender ao apelo do povo nesse momento. Aceito substituir o companheiro Bento, assim serei o primeiro Papa metalúrgico, já que o Karol Woytila não conta. Esse será o primeiro passo para me candidatar a Deus e cumprir mais uma profecia,
a que diz que Deus é brasileiro.”

Usará o nome de Papa Luiz LI e sua primeira providência será trocar, na missa, o vinho pela pinga.

Papa não vai ser, mas pop ele é...

Você sabia???
- Os sapatos vermelhos usados pelo Papa simbolizam o sangue de todos que morreram por Cristo.
- O ‘anel do pescador’ é o sinal da autoridade do Papa, que o recebe no momento em que é coroado. A regra Vaticana estabelece que o anel e o selo papal devem ser destruídos quando o Papa morre ou renuncia, simbolizando o fim do pontificado, e também para evitar eventuais falsificações de documentos.
- Para se eleger Papa, não é necessário ser ordenado padre, bispo, arcebispo ou cardeal. Basta ser católico e eleito pelo conclave.

Ainda bem que o Lula não lê o ‘nuvensdealgodão’.

Conheço alguém que tem vários anéis e alguns pares de sapatos vermelhos. Já seria uma economia para o Vaticano...
Em homenagem às mulheres que já ‘papou’, poderia ser chamado de Papa Nicolau II.

Com o perdão pelo trocadilho... 



Todo mundo tá revendo o que nunca foi visto
Todo mundo tá comprando os mais vendidos
É qualquer nota, qualquer notícia
Páginas em branco, fotos coloridas
Qualquer nova, qualquer notícia
Qualquer coisa que se mova é um alvo
E ninguém tá salvo

Todo mundo tá relendo o que nunca foi lido
Tá na cara, tá na capa da revista
Qualquer nota, uma nota preta
Páginas em branco, fotos coloridas
Qualquer rota, a rotatividade
Qualquer coisa que se mova é um alvo
E ninguém tá salvo

Um disparo, um estouro
...

(O Papa é pop)

Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá.

Ezequiel 18:21

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Todos os dias a gente se dá motivo para apertar o botão de deletar,
mas alguma coisa maior faz a gente salvar tudo a todo tempo.


Uma das coisas que aprendi a contragosto é que ego estilhaçado dói mais que coração ferido.
Ser subestimado por alguém que a gente ama é um combo amargo, sem bebida que ajude a engolir o banquete indigesto.
O natural seria virar a mesa, cerrar os dentes e recusar a comida insossa, não é? Não. Porque na caixinha de Mc Lanche Infeliz, vem um brinquedinho chamado amor.

Quando a crítica destrutiva vem de alguém que não representa porranenhumanada, é simples: a gente se diz saciado e recusa a refeição; mas quando isso parte de alguém que se admira e quer bem, é como se o prato principal fosse jiló, sem possibilidade de recusa.

'Vai, engole tudinho... Raspa o prato e lambe os dedos, benzinho.'
O amor nem sempre é doce.

E lhes darei um só coração,
e um espírito novo porei dentro deles;
e tirarei da sua carne o coração de pedra,
e lhes darei um coração de carne.

Ezequiel 11:19

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Das obras


Casamento é uma reforma que nunca se conclui.
É preciso aprender a fazer festa a cada cômodo erguido,
tomando cerveja no cimento
e comendo um churrasco feito nos tijolos da construção.


Quando Salve Jorge começou, disse a mim mesma que não veria um único capítulo. Ainda estava meio surda por causa da gritaria de Avenida Brasil e queria minha paz de volta. E assim foi: não assisti aos primeiros capítulos. Mas aí, um dia, assisti e gostei, e mais adiante lembrei que o ótimo Alexandre Nero estava no elenco, além do colírio do Domingos Montagner, e passei a simpatizar com a maquiavélica Wanda de Totia Meireles, e quando dei por mim, havia sido capturada para o dramalhão mais inverossímil da televisão brasileira – ou alguém consegue aguentar a moscona da Morena que, com a finada Jéssica, passava as tardes na casa da delegada sem conseguir denunciar que havia sido traficada?

Me irrita a trouxice das personagens femininas da maioria das novelas. Acho louvável que a autora Glória Perez procure usar o maior petardo da programação da Globo para trazer à tona assuntos pouco discutidos pela sociedade, como é o caso do tráfico de pessoas, mas a forma canastrona com que esses dramas costumam ser apresentados faz com que eles pareçam pouco reais.

O que tem me deixado chocada nessa novela não é a seringa que o personagem de Cláudia Raia leva na bolsa para algum imprevisto ou os tapas que o parrudo Russo distribui no cativeiro das beldades. O que me cala e me constrange é uma criança que está sendo manipulada pelo pai em meio a um divórcio litigioso. Aquilo ali, sim, é real, muitíssimo comum e igualmente criminoso.

Não consigo imaginar nada mais brutal do que dizer para um filho: “Tua mãe não te ama”. O mesmo vale para mães que dizem isso aos filhos a respeito dos pais. Quem faz essa covardia com uma criança é quem verdadeiramente não a quer bem. Usar o sentimento de inocentes a fim de atingir um cônjuge que passamos a odiar é de uma agressividade tão letal quanto uma injeção no pescoço, tão dolorido quanto um soco de um brutamontes.

Nem todos que agem assim o fazem por maldade. Muitos o fazem por ignorância. Mas até ignorantes deveriam possuir alguma sensibilidade para entender que uma criança necessita de segurança emocional e não de ser envolvida nas brigas de um casal que um dia resolveu se unir, e que mais adiante resolveu se separar. Casamento não precisa ser para sempre, mas a responsabilidade parental, sim.

Crianças não conseguem processar direito o que vivenciam. Assumem culpas que não possuem, fantasiam abandonos, se responsabilizam pela infelicidade dos pais, e pior do que tudo, se sentem desprotegidas em um lar briguento. Crescem e se tornam homens e mulheres paranoicos, inseguros, acovardados diante da vida.

É uma tecla insistentemente batida, mas pouco escutada: criança precisa ser amada. Não precisa de um iPhone aos nove anos, não precisa ir a Disney antes de ser alfabetizada, não precisa de um guarda-roupa de estrela de cinema. Precisa ser amada. Sai de graça. Só custa caro quando é educada por duas criaturas mais infantis do que ela.

Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.

Lamentações 3:25-26

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


De alto a baixo da pirâmide social quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar até chegar em casa. Pra isso - e só pra isso - serve o telefone móvel, na minha inocente opinião.

Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas relativamente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais.

Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando no celular. "Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora." Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava.

O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estiver com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo.

Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a história de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no final de semana - levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção.

Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna.

Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão.

Toada do amor


E o amor sempre nessa toada!
briga perdoa perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
a gente vive, depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
para perdoar,
amor cachorro bandido trem.

Mas, se não fosse ele, também
que graça que a vida tinha?

As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim.
Renovam-se a cada manhã.

Lamentações 3:22,23

sábado, 23 de fevereiro de 2013


O pedreiro é o bagaceiro, o feirante é o galanteador.
São duas formas emblemáticas de aproximação.

O pedreiro não está seduzindo: grosseiro, tosco, impulsivo. Desabafa apenas o desejo da hora.
Interrompe sua atividade e grita de onde estiver, do muro, do andaime, do fundo do prédio.
Abandona o martelo, a britadeira e a pá para exercer alguns minutos de ofensa social.
A cidade inteira vira para acompanhar seu teatro. Não é um movimento discreto.
Assobia e berra ao rabo de saia com o alcance de uma buzina.
Tão agressivo que não pode ser sério. Está mais se exibindo para seus colegas do que se colocando à disposição.
É molecagem mesmo, cão latindo.
Expõe sua virilidade no trabalho para que ninguém duvide que gosta de mulher.
Simples assim. O grito deve aparecer na carteira de trabalho.

O feirante é de uma outra escola, realmente conquista, usa sua voz para criar suspense e atrair atenção da freguesa.
Chama para perto favorecendo seu talento de malabarista.
Nunca trata a interessada sem olhar nos olhos. É senhora ou senhorita, altamente cerimonioso.
Explica as promoções, questiona a vida fazendo brincadeiras e interagindo com os produtos na mão.

A cantada da construção civil é muito diferente da abordagem da feira.
O pedreiro joga a pedra, o feirante lapida.
O pedreiro atropela, o feirante oferece carona.
O pedreiro buzina, o feirante rumina.
O pedreiro despreza informações extracampo: não pergunta se a mulher tem família, marido, filhos.
Atua com a desfaçatez de líder de torcida organizada.

Já o verdureiro não queimará seu filme, tem noção de que ela virá na próxima semana de novo, suas frases sondam o estado civil, os hábitos, onde mora, sempre com cuidado e delicadeza.

Se o pedreiro procura destruir a relação antes de começar, o feirante busca firmar o reencontro.
É o malandro do bem. Oferece lascas de abacaxi, tira vantagem da intimidade interpretando as vozes das frutas.
Não é ele, são as frutas.

— Vê que suculenta?
— Prova, é um pedacinho do paraíso.
— Basta chupar uma vez que dá vontade de morder.

Produz claras alusões ao sexo, mas dentro de um contexto impossível de ser incriminado.

O feirante nunca vai falar que sua cliente é tesuda, bem gíria de pedreiro. Dirá:
— Que saúde, patroa!

Ele cumpre a façanha de elogiar o corpo feminino jamais ofendendo. É uma indireta espirituosa.
Nenhum advogado poderá acusá-lo de assédio.
Saúde significa seios fartos e bunda voluptuosa. Mas pode ser pulmão limpo e cuidados alimentares.
E serve para qualquer faixa etária e gênero.

Na dúvida, o melhor é rir e levar um melão maduro!

Eu peço respeito.
Acabei de pagar o material escolar de meu filho, incluindo mochila, estojo, cadernos e livros de todas as disciplinas. Não foi barato.
De repente, já vejo ovos da Páscoa nos céus do supermercado.

Como? Que loucura é essa? Estamos no meio de fevereiro.
Começo a recém firmar os dois pés em 2013 e me equilibrar e já tenho que me abaixar ao teto de chocolate no mercado, com ovos gigantes, médios, pequenos, com surpresa, sem surpresa.
É uma precocidade indigesta. Um banho de chocolate amargo.
Não tem cabimento. Antecipação excessiva é desespero.

Eu quero namorar, noivar e casar com o comércio. Nosso amor não pode ser tão rápido. Não pode ser assim, interesseiro, sem preliminar.
Os ovos devem entrar em março.

Pois me dá um mal-estar, um medo, logo mais acabou o ano.
É o mesmo terror que sinto em outubro quando vejo árvores de natal nos shoppings.

Não é cedo demais?
O coelho da Páscoa é o inimigo do coelho da Alice.
O coelho da Alice está sempre muito atrasado.
O coelho da Páscoa está sempre muito adiantado.

... vê, SENHOR, a minha aflição, porque o inimigo se tem engrandecido.

Lamentações 1:9

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Me distraio e de repente, Deus sorri para mim.
Um riso tímido se fosse comparado as minhas expectativas,
mas não importa.
Um pequeno sinal divino é o impulso que me sustenta no vir dos dias.
Confio nas promessas feitas a mim: plantei com lágrimas,
mas colherei com alegria.
Ser feliz apesar de... é minha expressão ao amor de Deus.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras.
Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos.
Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos.


Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga

ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa 
porque não quer
não porque não tem asa

‘Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece’.

Jeremias 33:3

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

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“A vida necessita de pausas”
Vou fazer a minha...
Me recolher, ‘fechar para balanço’.

A época é propícia... depois de um carnaval, me exorcizar.

Pesar a importância que dou à opinião alheia, quebrar conceitos rígidos que carrego como fardo.
Separar o que é prioridade, descartar pesos desnecessários, agregar sentimentos bons, superar mágoas, olhar de longe e ser imparcial em relação às pessoas que me cercam.

Vou rever a vida, dar um tempo, buscar respostas.
Volto assim que (re)organizar minha bagunça mental.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013



Queria ser presidente por um dia. 
Faria uma lei que anulasse o carnaval em prol da nação. 
Argumentos lógicos não me faltam: Diminuição de acidentes; menor índice de HIV positivo; melhorar imagem do país no exterior; cortar semana ociosa para que aumentemos nossa renda; valorizar a imagem da mulher brasileira; investir os 2 bilhões por ano do carnaval em educação; diminuir consumo de drogas nesse período...

Acho que não teria o apoio popular pra isso. 
Já tivemos presidentes que afundaram a educação, a habitação, a reforma agrária, a inflação, a renda familiar, os empregos, e até mesmo presidente que roubou nossa poupança. 
Ninguém reclamou. 
Porém se eu acabasse com o carnaval certamente me matariam.

Mesmo sabendo o risco que corro, aceitaria essa missão suicida, afinal, é melhor morrer no país do carnaval do que viver no carnaval desse país.


(Danilo Gentili)


E, como diz aquele ditado: 
"No carnaval as mina pira, em novembro as mina pari".

Fofo, querido, um amor
O que as mulheres pretendem com essas palavras?

Palavras são cruciais nas relações amorosas, assim como em tudo na vida. O que seria dos homens inteligentes se bastasse erguer as sobrancelhas e retesar os músculos do peito para seduzir as mulheres? Ainda bem que não funciona assim. Para atrair parceiras os homens ainda são obrigados a falar, escrever e mandar mensagens, até mesmo dançar - uma forma poderosa e afrodisíaca de linguagem corporal, me dizem. Como se empenham de todo coração, esperam alguma forma de recompensa, mas ela nem sempre vem.

Dias atrás, um amigo mandou um torpedo cheio de suingue para uma moça que conhecera numa festa. Em pouco mais de 120 toques ele conseguiu transmitir humor, elogios e interesse carnal pela moça. A resposta, porém, foi devastadora. “Você é um fofo...”, ela escreveu. Poderia ter dito “engraçado”, poderia ter dito “cara de pau”, poderia ter dito “safado”, mas escolheu dizer “fofo”. Perceberam o tamanho do desastre? Foi o mesmo que chamá-lo de “bonitinho”, ou, ainda pior, “um querido”. Meu amigo percebeu que não vai sair com a moça.

Fofo é o adjetivo que as garotas usam para o sobrinho delas de dois anos. Fofo elas dizem do gatinho da vizinha que mia para elas no corredor do prédio. Fofo é o amigo gay, aquele que liga à meia-noite e um minuto no dia do aniversário delas. Fofo é o cara gentil que a levou para jantar na semana em que ela havia brigado com o namorado. Ela nem lembra direito o nome daquele superfofo. Era Pablo, Diego ou Ramiro? Um nome espanhol, com certeza.

Para resumir, fofo é uma palavra que parece não ter relação no cérebro feminino com sexo e paixão, e nenhuma proximidade com aventura. É um termo assexuado. Se ela acha você fofo, é certo que vai aceitá-lo como amigo no Facebook, mas tirar por cima aquele vestidinho de verão, desmanchando os cabelos dela no processo, isso você não vai conseguir. Muito menos um romance trepidante.

Estou exagerando? Claro, mas apenas me esforço para deixar claro o meu ponto: fofo não é uma palavra que as mulheres usam para os homens que elas desejam.

Ao chamar o sujeito de fofo, você não está apenas sugerindo que ele não faz amolecer os seus joelhos e nem acelera os seus batimentos cardíacos. Você está informando que o vê no diminutivo, café com leite, mirim. Para você ele é um gatinho, não um tigre. Do ponto de vista masculino é uma informação das mais broxantes. Como as relações humanas não são uma ciência exata, há notáveis exceções a essa regra. Uma moça que eu conheço vive reclamando que o namorado dela demorou a se aproximar, embora ela tivesse emitido vários sinais de interesse. A explicação dele é muito simples. “Ela me chamava de fofo e de querido. Entendi que não queria nada comigo”, diz ele. Mulher que tenha urgência em levar um sujeito para o quarto talvez devesse usar com ele outro tipo de linguagem. Deixe fofo para o irmão adolescente da sua amiga, aquele que cora quando fala com você.

Não se trata, entendam bem, de um mero problema de comunicação, aquele clássico em que a mulher diz uma coisa e o homem entende outra. Fofo é fofo para todo mundo: meigo, atencioso, delicado, um amor. A questão essencial é o efeito da palavra na autoestima masculina. Fofo tem uma conotação doce demais, inofensiva. Os homens não gostam de ser vistos assim. Mesmo os mais dóceis gostam de pensar em si mesmos como predadores perigosos e pegadores implacáveis, capazes de aturdir e dominar as mulheres - ainda que frequentemente aconteça o contrário.

Quem quiser ter uma ideia cinematográfica do que eu estou dizendo, veja - ou reveja - aquele trecho do filme Quase famosos em que a linda Penny Lane diz ao apaixonado William que ele é “doce demais” para o mundo dela. A resposta dele vale um curso intensivo sobre orgulho ferido masculino. “Doce, de onde você tirou isso?”, ele pergunta, aos gritos. “Eu sou sombrio e misterioso. Eu posso ser muito perigoso. Você deveria ter percebido isso a meu respeito: eu sou o inimigo!” É claro que o William do filme tem apenas 15 anos, mas emocionalmente representa os homens de todas as idades. Nenhum deles gosta de ser o bonzinho que não come ninguém.

Isso não quer dizer, evidentemente, que não haja espaço para a doçura masculina nas relações entre homens e mulheres. Ela é absolutamente essencial, na verdade. As mulheres precisam recebê-la e os homens necessitam expressá-la, e vice-versa. Carinho físico e verbal são ingredientes essenciais do nosso metabolismo afetivo. Sem eles definharíamos emocionalmente, como macaquinhos tristes.

A parte difícil está em fazer com que essa óbvia necessidade de afeto conviva com as nossas fantasias sexuais, nas quais o carinho parece não deter a primazia.

Os homens têm prazer em sentirem-se másculos e dominantes na hora da sedução. E boa parte das mulheres parece encontrar satisfação em ser conduzida por um parceiro seguro. Esse teatro, por velho que seja, ainda é muito apreciado. O homem mais suave do mundo vestirá uma alma de Lobo para devorar a mulher que deseja. Ela, por mais altiva que seja, envergará o manto vermelho de Chapeuzinho para deixar-se levar, ansiosa e trêmula, para o abatedouro. Isso faz parte de um roteiro tão velho quanto os contos de fada, e funciona.

Fazer diferente exige personalidade.

A moça teria que abrir mão das fantasias de princesa e anunciar, com toda clareza, que o sujeito é um fofo, e POR ISSO, ela é louca por ele. Sexualmente louca por ele, capiche? O rapaz agraciado com essa deferência poderia abrir mão das veleidades de príncipe e aceitar, sem complexos, o papel de macho doce que lhe cabe nesse arranjo. Ser chamado de fofo não é o sonho erótico dos homens, mas talvez a palavra possa ser subvertida. Quem diz que não pode haver fofo cafajeste, fofo descarado, fofo safado e feliz? Aliás, parece uma ideia fofa...

(por Ivan Martins – Revista Época)

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.
Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei.
Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração.
Eu me deixarei ser encontrado por vocês, declara o Senhor, e os trarei de volta do cativeiro. Eu os reunirei de todas as nações e de todos os lugares para onde eu os dispersei, e os trarei de volta para o lugar de onde os deportei, diz o Senhor.

Jeremias 29:11-14

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Abdômen bem resolvido?
Peitoral bem resolvido?
Pernas bem resolvidas?
Prefiro algum homem que tenha o coração bem resolvido.

Dos desassossegados

Foi no livro A Caverna, de José Saramago, que o personagem Cipriano Algor definiu seu genro Marçal como um homem "da raça dos desassossegados de nascença". Logo pensei ao ler, "eu também sou", assim como você deve estar pensando, "me inclua nessa".

À raça dos desassossegados pertencemos todos, negros e brancos, ricos e pobres, jovens e velhos, desde que tenhamos, como característica dessa raça comum, a inquietação que nos torna insuportavelmente exigentes com a gente mesmo e a ambição de vencer não os jogos, mas o tempo, esse adversário implacável.

Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete cortante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.

Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejavam.

Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.

Desassossegados não podem mais ver o telejornal que choram, não podem sair mais às ruas que temem, não podem aceitar tanta gente crua habitando os topos das pirâmides e tanta gente cozida em filas, em madrugadas e no silêncio dos bueiros.

Desassossegados vestem-se de qualquer jeito, arrancam a pele dos dedos com os dentes, homens e mulheres soterrados, cavando sua abertura, tentando abrir uma janela emperrada, inventando uns desafios diferentes para sentir sua vida empurrada, desassossegados voltados pra frente.

Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizôfrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.

Assim diz o Senhor: Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor.
Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor,
cuja confiança nele está.

Jeremias 17:5;7

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Guia do carnaval


O turista que chega para assistir ao nosso Carnaval pode ter alguma dificuldade em entender o que está vendo e ouvindo nas ruas, nos bailes, nas transmissões de TV etc e perderá muito do significado da nossa maior festa popular.
Por isso, aqui está este pequeno guia para a orientação do turista e um glossário com as principais palavras e frases que ele ouvirá durante sua estada:

- Para começar, o que é “Carnaval”?

Bem, o Carnaval (pronuncia-se car-nah-val) já existia na Europa quando o Brasil foi descoberto, só que com roupa. Ele veio nas caravelas portuguesas junto com o nosso descobridor, Pedro Álvares Cabral (pay-dro al-va-rays ca-brawl), e aqui incorporou elementos nativos como bateria, baianas, bicheiros, cambistas e, claro, a principal contribuição do Novo Mundo ao rito milenar, a miçanga (miss-ang-ah). No calendário cristão, como se sabe, o Carnaval é a festa do “adeus à carne” que precede a Quaresma. No Brasil é a mesma coisa, só que a gente dá adeus à carne, dá adeus, mas ela não vai embora.

- Quanto dura o Carnaval?

O Carnaval é um tríodo de quatro dias: Sexta, Sábado, Domingo, Segunda e Terça. Tem uma vez por ano, menos na Bahia, onde o atual Carnaval é o de 1948, que ainda não terminou.

- O que são “escolas de samba”?

As escolas de samba (“samba schools”) são escolas públicas que, com a falta de apoio dado à educação no Brasil, foram obrigadas a buscar outras fontes de renda e hoje vivem de vender fantasias para turistas e depois desfilar para o turista não pensar que foi logrado.

- Eu posso desfilar numa “escola de samba” sem saber sambar?

Sim, mas aí terá que ser Madrinha da Bateria.

- Como se chega ao Teatro Municipal?

Estudando, estudando muito.

- Não, quero dizer para o baile.

Não existe mais baile do Municipal. Nem a revista Cruzeiro, nem o Evandro Castro Lima, nem lança-perfume Rodo e, olha, eu mesmo já estou desaparecendo de um lado.

Eis algumas expressões que você, turista, ouvirá durante os folguedos (fowl-gay-dos):

Oba (oh-bah) : Palavra de origem nativa. Ouvida pela primeira vez quando os tupinambás viram seu primeiro europeu, que em seguida comeram. Desde então ficou como manifestação prazerosa da expectativa de comer alguém ou alguma coisa, mesmo hipoteticamente (he-po-tay-etc.).

Epa (eh-pah) : O oposto de “oba”. Usada por quem ouve um “oba” e se apressa a esclarecer que não pode ser com ele.

Evoé! : “Oba!” em Juiz de Fora.

Ai! : Expressão de dor. Como “ouch” em inglês, “ai-o” em italiano, “merde” em francês e “grossenwienerzschzipel” em alemão.

Ui! : Expressão dúbia (doo-bia). Tanto pode ser de dor como de alguém cuja espinha dorsal está sendo riscada sugestivamente com um picolé. De qualquer maneira, mantenha-se a distância.

É um assalto! : Significa que você está sendo assaltado, por um meliante (may-lee-anti) ou por um político. Dá para distinguir o político porque, antes, ele pede o seu voto.

Polícia! : Termo de retórica, com pouca utilidade real.

E aqui está um pequeno dicionário com frases práticas que poderão ser úteis ao turista no Carnaval, caso ele se perca do guia:

Where is the american (ou italian, ou french etc.) consulate? : Estou apertado. Deve ter sido o angu. Onde tem um toalete por aqui?

How much? : Quanto?

WHAT?! : Tá doido!

No, I do not want to hold your ganzá : Manera, pô.

Do you take dollars? : Quer casar comigo?

Vous êtes très jolie : Quanto?

Voglio conoscere il vero Brasile : Bota uma pinga aí

Help! : Ziriguidum (zee-ree-gui-doom)!

Eu farei de você uma muralha de bronze fortificada diante deste povo; lutarão contra você, mas não o vencerão, pois estou com você para resgatá-lo e salvá-lo, declara o Senhor.
Eu o livrarei das mãos dos ímpios e o resgatarei das garras dos violentos.

Jeremias 15:20-21