"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sábado, 31 de março de 2012


Homem que é Homem não usa camiseta sem manga, a não ser para jogar basquete.
Homem que é Homem não gosta de canapés, de cebolinhas em conserva ou de qualquer outra coisa que leve menos de 30 segundos para mastigar e engolir.
Homem que é Homem não come suflê.
Homem que é Homem — de agora em diante chamado HQEH — não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém, nem em baile de carnaval.
HQEH não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e assim mesmo, se olhar por mais de 30 segundos, dá briga.
HQEH só vai ao cinema ver filme do Franco Zeffirelli quando a mulher insiste muito, e passa todo o tempo tentando ver as horas no escuro.
HQEH não gosta de musical, filme com a Jill Clayburgh ou do Ingmar Bergman. Prefere filmes com o Lee Marvin e Charles Bronson. Diz que ator mesmo era o Spencer Tracy, e que dos novos, tirando o Clint Eastwood, é tudo veado.
HQEH não vai mais a teatro porque também não gosta que mostrem a bunda à sua mulher.
Se você quer um HQEH no momento mais baixo de sua vida, precisa vê-lo no balé. Na saída ele diz que até o porteiro é veado e que se enxergar mais alguém de malha justa, mata.

E o HQEH tem razão.
Confesse, você está com ele. Você não quer que pensem que você é um primitivo, um retrógrado e um machista, mas lá no fundo você torce pelo HQEH.
Claro, não concorda com tudo o que ele diz. Quando ele conta tudo o que vai fazer com a Feiticeira no dia em que a pegar, você sacode a cabeça e reflete sobre o componente de misoginia patológica inerente à jactância sexual do homem latino.
Depois começa a pensar no que faria com a Feiticeira se a pegasse.

Existe um HQEH dentro de cada brasileiro, sepultado sob camadas de civilização, de falsa sofisticação, de propaganda feminina e de acomodação.
Sim, de acomodação.
Quantas vezes, atirado na frente de um aparelho de TV vendo a novela das 8 — uma história invariavelmente de humilhação, renúncia e superação femininas — você não se perguntou o que estava fazendo que não dava um salto, vencia a resistência da família a pontapés e procurava uma reprise do Manix em outro canal?
HQEH só vê futebol na TV. Bebendo cerveja. E nada de cebolinhas em conserva!
HQEH arrota e não pede desculpas.

Se você não sabe se tem um HQEH dentro de você, faça este teste.
Leia esta série de situações.
Estude-as, pense, e depois decida como você reagiria em cada situação.
A resposta dirá o seu coeficiente de HQEH.
Se pensar muito, nem precisa responder: você não é HQEH.
HQEH não pensa muito!

Situação I

Você está num restaurante com nome francês.
O cardápio é todo escrito em francês. Só o preço está em reais. Muitos reais.
Você pergunta o que significa o nome de um determinado prato ao maitre.
Você tem certeza que o maître está se esforçando para não rir da sua pronúncia.
O maitre levará mais tempo para descrever o prato do que você para comê-lo, pois o que vem é uma pasta vagamente marinha em cima de uma torrada do tamanho aproximado de uma moeda de um real, embora custe mais de cem.
Você come de um golpe só, pensando no que os operários são obrigados a comer. Com inveja.
Sua acompanhante pergunta qual é o gosto e você responde que não deu tempo para saber. 

O prato principal vem trocado.
Você tem certeza que pediu um "Boeuf à quelque chose" e o que vem é uma fatia de pato sem qualquer acompanhamento. Só.
Bem que você tinha notado o nome: "Canard melancolique".
Você a princípio sente pena do pato, pela sua solidão, mas muda de idéia quando tenta cortá-lo.
Ele é um duro, pode agüentar.
Quando vem a conta, você nota que cobraram pelo pato e pelo "boeuf' que não veio.

Você:
a) paga assim mesmo para não dar à sua acompanhante a impressão de que se preocupa com coisas vulgares como o dinheiro, ainda mais o brasileiro;
b) chama discretamente o maître e indica o erro, sorrindo para dar a entender que, "Merde, alors", estas coisas acontecem;
ou
c) vira a mesa, quebra uma garrafa de vinho contra a parede e, segurando o gargalo, grita: "Eu quero o gerente e é melhor ele vir sozinho"!

Situação II


Você foi convencido pela sua mulher, namorada ou amiga — se bem que HQEH não tem "amigas", quem tem "amigas" é veado — a entrar para um curso de Sensitivação Oriental.
Você reluta em vestir a malha preta, mas acaba sucumbindo.
O curso é dado por um japonês, provavelmente veado.
Todos sentam num círculo em volta do japonês, na posição de lótus.
Menos você, que, como está um pouco fora de forma, só pode sentar na posição do arbusto despencado pelo vento.

Durante 15 minutos todos devem fechar os olhos, juntar as pontas dos dedos e fazer "rom", até que se integrem na Grande Corrente Universal que vem do Tibete, passa pelas cidades sagradas da Índia e do Oriente Médio e, estranhamente, bem em cima do prédio do japonês, antes de voltar para o Oriente.
Uma vez atingido este estágio, todos devem virar para a pessoa ao seu lado e estudar seu rosto com as pontas dos dedos.
Não se surpreendendo se o japonês chegar por trás e puxar as suas orelhas com força para lembrá-lo da dualidade de todas as coisas.
Durante o "rom" você faz força, mas não consegue se integrar na grande corrente universal, embora comece a sentir uma sensação diferente que depois revela-se ser câimbra.

Você:
a) finge que atingiu a integração para não cortar a onda de ninguém;
b) finge que não entendeu bem as instruções, engatinha fazendo "rom" até o lado daquela grande loura e, na hora de tocar o seu rosto, erra o alvo e agarra os seios, recusando-se a soltá-los mesmo que o japonês quase arranque as suas orelhas;
c) diz que não sentiu nada, que não vai seguir adiante com aquela bobagem, ainda mais de malha preta, e que é tudo coisa de veado.

Situação III


Você está numa daquelas reuniões em que há lugares de sobra para sentar, mas todo mundo senta no chão.
Você não quis ser diferente, se atirou num almofadão colorido e tarde demais descobriu que era a dona da casa.
Sua mulher ou namorada está tendo uma conversa confidencial, de mãos dadas, com uma moça que é a cara do Charlton Heston, só que de bigode.
O jantar é à americana e você não tem mais um joelho para colocar o seu copo de vinho enquanto usa os outros dois para equilibrar o prato e cortar o pedaço de pato, provavelmente o mesmo do restaurante francês, só que algumas semanas mais velho.
Aí o cabeleireiro de cabelo mechado ao seu lado oferece:

— Se quiser usar o meu...
— O seu...?
— Joelho.
— Ah...
— Ele está desocupado.
— Mas eu não o conheço.
— Eu apresento. Este é o meu joelho.
— Não. Eu digo, você...
— Eu, hein? Quanta formalidade. Aposto que se eu estivesse oferecendo a perna toda você ia pedir referências. Ti-au.

Você:
a) resolve entrar no espírito da festa e começa a tirar as calças;
b) leva seu copo de vinho para um canto e fica, entre divertido e irônico, observando aquele curioso painel humano e organizando um pensamento sobre estas sociedades tropicais, que passam da barbárie para a decadência sem a etapa intermediária da civilização;
ou
c) pega sua mulher ou namorada e dá o fora, não sem antes derrubar o Charlton Heston com um soco.

Se você escolheu a resposta a para todas as situações, não é um HQEH.
Se você escolheu a resposta b, não é um HQEH.
E se você escolheu a resposta c, também não é um HQEH.
Um HQEH não responde a testes.
Um HQEH acha que teste é coisa de veado.

Este país foi feito por Homens que eram Homens.
Os desbravadores do nosso interior bravio não tinham nem jeans, quanto mais do Pierre Cardin.
O que seria deste país se Dom Pedro I tivesse se atrasado no dia 7 em algum cabeleireiro, fazendo massagem facial e cortando o cabelo à navalha?
E se tivesse gritado, em vez de "Independência ou Morte", "Independência ou Alternativa Viável, Levando em Consideração Todas as Variáveis!"?
Você pode imaginar o Rui Barbosa de sunga de crochê?
O José do Patrocínio de colant? 
O Tiradentes de kaftan e brinco numa orelha só?

Homens que eram Homens eram os bandeirantes.
Como se sabe, antes de partir numa expedição, os bandeirantes subiam num morro em São Paulo e abriam a braguilha.
Esperavam até ter uma ereção e depois seguiam na direção que o pau apontasse.

Profissão para um HQEH é motorista de caminhão. Daqueles que, depois de comer um mocotó com duas Malzibier, dormem na estrada e, se sentem falta de mulher, ligam o motor e trepam com o radiador.

No futebol HQEH é beque central, cabeça-de-área ou centroavante. Meio-de-campo é coisa de veado.
Mulher do amigo de Homem que é Homem é homem.
HQEH não tem amizade colorida, que é a sacanagem por outros meios.
HQEH não tem um relacionamento adulto, de confiança mútua, cada um respeitando a liberdade do outro, numa transa, assim, extraconjugal mas assumida, entende? Que isso é papo de mulher pra dar pra todo mundo.
HQEH acha que movimento gay é coisa de veado.
HQEH nunca vai a vernissage.
HQEH não está lendo a Marguerite Yourcenar, não leu a Marguerite Yourcenar e não vai ler a Marguerite Yourcenar.
HQEH diz que não tem preconceito mas que se um dia estivesse numa mesma sala com todas as cantoras da MPB, não desencostaria da parede.

Coisas que você jamais encontrará em um HQEH: batom neutro para lábios ressequidos, pastilhas para refrescar o hálito, o telefone do Gabeira, entradas para um espetáculo de mímica.

Coisas que você jamais deve dizer a um HQEH: "Ton sur ton", "Vamos ao balé?", "Prove estas cebolinhas".

Coisas que você jamais vai ouvir um HQEH dizer: "Assumir", "Amei", "Minha porção mulher", "Acho que o bordeau fica melhor no sofá e a ráfia em cima do puf".

Não convide para a mesma mesa: um HQEH e o Silvinho.

HQEH acha que ainda há tempo de salvar o Brasil e já conseguiu a adesão de todos os Homens que são Homens que restam no país para uma campanha de regeneração do macho brasileiro.

Os quatro só não têm se reunido muito seguidamente porque pode parecer coisa de veado.

sexta-feira, 30 de março de 2012


bicho papão
viu moça em flor
e papoula

Te amo de uma maneira inexplicável,
de uma forma inconfessável,
de um modo contraditório.

Te amo,
com meus estados de ânimo que são muitos,
e muda de humor continuamente
pelo que você já sabe,
o tempo,
a vida,
a morte.

Te amo,
com o mundo que não entendo,
com as pessoas que não compreendem,
com a ambivalência de minha alma,
com a incoerência dos meus atos,
com a fatalidade do destino,
com a conspiração do desejo,
com a ambigüidade dos fatos.

Ainda quando digo que não te amo, te amo.
Até quando te engano, não te engano.
No fundo, levo a cabo um plano
para amar-te melhor.

Te amo,
sem refletir, inconscientemente,
irresponsavelmente, espontaneamente,
involuntariamente, por instinto,
por impulso, irracionalmente.

De fato, não tenho argumentos lógicos
nem sequer improvisados
para fundamentar este amor que sinto por ti
que surgiu misteriosamente do nada,
que não resolveu magicamente nada,
e que, milagrosamente,
pouco a pouco,
com pouco e nada,
melhorou o pior de mim.

Te amo,
incompreensivelmente
sem perguntar-me porque te amo,
sem importar-me porque te amo
sem questionar porque te amo

Te amo,
simplesmente porque te amo.
Eu mesmo não sei porque te amo! 

“Como é incômodo estar diante de uma pessoa
com quem se trocou emoção intensa
e depois cruzar e dizer apenas: tudo bem?”

Clamo ao Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.

2 Samuel 22:4

quinta-feira, 29 de março de 2012

Da inflação do amor


Depois de dizer "eu te amo muito",
não ouse nunca mais usar "eu te amo" -
é como se amasse menos.
"Cartas de amor são escritas não para dar notícias,
não para contar nada,
mas para que mãos separadas se toquem
ao tocarem a mesma folha de papel".

Imagine...


- "Imagine um lugar bem bonito, bem verde, bem calmo, sons de passarinhos, cachoeira, o dia está lindo...".
- "Tá, imaginei, só que tô ainda mais ansiosa porque em lugares como esse dificilmente existem farmácias por perto... tem heliponto nessa porra desse lugar caso não dê tempo da ambulância chegar se eu tiver uma crise de pânico?".
- "Tá, então imagina um... um... é... hmmm... deixa eu ver...".

Adoro como eu sempre ganho dos terapeutas menos criativos.

O meu Deus é a minha rocha, em que me refugio;
o meu escudo e o meu poderoso salvador.
Ele é a minha torre alta, o meu abrigo seguro.
És o meu salvador, que me salva dos violentos.

(2 Samuel 22:3)

quarta-feira, 28 de março de 2012

Dos contos de fadas


Os contos de fadas não foram escritos para nos dizer que o amor existe.
A gente já sabe que ele existe.
Os contos de fadas foram escritos para nos mostrar que ele pode ter um final feliz.
Por medo, às vezes a gente esquece.

Verso perdido...


"... eu te amo a perder de vista."

“Não importa o que aconteça, guarde sempre sua inocência.
Isso é o que existe de mais importante”.

(do filme Sob o sol da Toscana)

O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador
(2 Samuel 22:2)

terça-feira, 27 de março de 2012


Solidão prolongada me ensinou a ser exigente.
Quando me tornei minha melhor companhia, só me apaixonei por pessoas absolutamente incríveis.
Sempre conservei uma aspa à esquerda e à direita de mim.
Deitada na grama, o céu empoeirado de estrelas.
Passei o dedo e - curioso - algumas vieram grudadas na ponta.
Olhei para cima e assoprei.
Foi tanta estrela caindo
que agora eu mal consigo enxergar de tanta esperança.

"A mais carinhosa também é a mais bruta
a mais inteligente é ao mesmo tempo a mais sensível
a mais bonita também é a mais emburrada
a mais esperta é ao mesmo tempo a mais mundo-da-lua
a mais bem-humorada também é a mais chorona
a mais falante é ao mesmo tempo a mais secreta
a mais velha é ao mesmo tempo a mais moleca
a mais moça também é a mais madura
uma não vive sem a outra
e eu não vivo sem as duas!"

Quão grande és tu, ó Soberano Senhor!
Não há ninguém como tu nem há outro Deus além de ti.
= 2 Samuel 7:22 =

segunda-feira, 26 de março de 2012


Não importa o quanto pesa.
É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher.
Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim.

Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra… está bem.
Não nos importa quanto medem em centímetros – é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas…
Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo.

As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays, odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura.
A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem.
Usem!
Para andar de cara lavada, basta a nossa.
Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas…
Porque razão as cobrem com calças longas?
Para que as confundam conosco?

Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto.
Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim.
Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza… que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez!
Tratem de agradar a nós e não a vocês; porque nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher.
Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas… mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes.
Por tantas delas somos capazes de atravessar o Atlântico a nado.

O corpo muda… cresce.
Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18.
Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas.
Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboteia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos ‘em formol’ nem em spa… viveram!

O corpo da mulher é a prova de que Deus existe.
É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.

Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!
A beleza é tudo isto.

Eu, enquanto leitora*, tive dúvida em relação a autoria desse texto intitulado "Opinião de um homem sobre o corpo feminino", mas por conta de* todas as publicações que encontrei darem o mesmo crédito, me convenci.
Embora - a nível de* pessoa do sexo feminino - não concorde com todas as afirmações dele, algumas dicas sobre relaxar e não levar a questão da beleza para uma via obsessiva são válidas.
No geral, o texto traz uma visão bem bacana.

*(proposital... lembrei de uma prosa)

A fila anda


Se o passado foi bom, ótimo!
Guarde-o na memória e faça seu agora ainda melhor.
Que tal?
Difícil?
Então vamos lá...

Regra número um: a gente tem memória seletiva e só lembra das partes boas.
Dos anos que foram coloridos. Das pessoas legais.
Dica pra não cair nessa furada: seja realista e lembre-se de todos os defeitos alheios e todos os sentimentos ruins que você sentiu.

Regra dois: pra mim, um cara (ou um trabalho ou um amigo) que não te dá o devido valor deve ser rebaixado.
É, rebaixado mesmo.
Então, se o cara resolveu te dar valor agora, ao invés de você agradecer e bater seus enormes cílios, se pergunte: um indivíduo que vive nesse estado de insatisfação constante vale a pena?

Regra número três: essa é a mais difícil.
Sinta-se agradecido. Verdadeiramente agradecido.
Por tudo o que você tem hoje. Por tudo o que você é.
Seja honesto com seus sentimentos.
Não se supervalorize. Nem tampouco se subestime.
Seja forte.
E bote pra quebrar (se vier a calhar).

No mais, é só viver com o coração aberto.
Afinal, o mundo anda tão louco que quem não aproveitar o presente vai se arrepender amanhã.
Essa é a minha única certeza.

... que o Senhor considere a minha vida e me livre de toda a angústia.

- 1 Samuel 26:24 -

sexta-feira, 23 de março de 2012

não tenho Facebook nem Twitter...




... mas tenho uma
"Família feliz" 

"Um mais um será sempre igual a dois.
Um menos um, zero.
A morte é matemática.
A vida, não.
A vida é delicada e inexata.
É pra quem sabe brincar de poesia."

Não é fome, não é sono, não é falta de tempo,
não é dor física, muito menos depressão.
Só vontade de me desligar do mundo por alguns segundos.

O meu olhar é nítido como um girassol,
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e a esquerda
E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança
Se ao nascer, reparasse que nasceras deveras...

Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo

Creio no mundo como um malmequer
Porque o vejo, mas não penso nele
Porque pensar é não compreender

O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...
Se falo na natureza não é porque a amo, amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama.
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência
E a única inocência é não pensar.

"O Senhor não vê como o homem:
o homem vê a aparência,
mas o Senhor vê o coração".
-1 Samuel 16:7-

quinta-feira, 22 de março de 2012


"Um forte tronco não cresce sob a brisa;
quanto maior o vento, mais forte será a árvore"

                                           (J. Willard Marriott)

... Aprendi, outro dia que perdoar é a junção de "per" com "doar".

Doar é mais do que dar.
Doar é a entrega total do outro.

O prefixo "per" que tem várias acepções,
indica movimento no sentido "de"
ou em "direção" a ou "através"
ou "para" etimologicamente falando,
portanto, perdoar, quer dizer doar ao outro a possibilidade de que ele possa amar,
possa doar-se.

Não apenas quem perdoa que se "doa através do outro".

Perdoar implica abrir possibilidades de amor para quem foi perdoado, através da doação oferecida por quem foi agravado.
Perdoar é a única forma de facilitar ao outro a própria salvação.

Doar é mais do que dar: é a entrega total...

Perdoar é doar o amor,
é permitir que a pessoa objeto do perdão possa também devolver um amor que, até então, só negara.

“Deus tem sido muito bom comigo.
Vezenquando, ele me sorri, brinca de acender céu e me fazer ouvir estrelas.”
Aquele que é a Glória de Israel não mente nem se arrepende,
pois não é homem para se arrepender.

- 1 Samuel 15:29 -

quarta-feira, 21 de março de 2012


Sem nó
Um só
Dois nós
Nós dois
Entrelaçados
Laços com pernas
Abraço em laço
Aperto de perto
Presente hoje
Passado amanhã
Futuro sempre
Coisas de quem sente

Leve um sorriso


"O sorriso enriquece os recebedores
sem empobrecer os doadores."

Das estações do amor


O amor faz diferentes sinais a cada estação

No verão é um sorriso aberto, um jeito infantil,
um sorriso cheio de “boas intenções”,
um calor que percorre o corpo,
quente como o próprio tempo,
o amor se faz sol…

No outono, o amor é como vento da tarde,
que refresca os pensamentos, traz alegria,
é esperança que se renova, é o recomeçar,
o amor está sempre por perto.
Há sempre uma chance, para quem se abre,
e como ás arvores que perdem folhas,
o amor derruba velhos problemas,
e nos prepara para um novo romance.

No inverno, o amor pode ser desafio,
onde os que sofreram a dor do amor se fecham,
não querem sair, tem medo de amar,
o frio toma conta da alma,
mas o coração nunca esfria…
Há sempre uma tarde quente, uma noite morna,
uma lareira quente para um novo amor,
o inverno está apenas dentro de nós.

Eis que chega a primavera,
nossas flores desabrocham, é o amor pleno,
somos girassóis de contentamento,
somos margaridas que enchem o campo,
somos um dia na praia,
um passear pelos campos,
somos todos esperança,
somos perfume e cor,
simplesmente, somos o próprio amor.

(Paulo Roberto Gaefke)

... nada pode impedir o Senhor de salvar,
seja com muitos ou com poucos.

(1 Samuel 14:6)

terça-feira, 20 de março de 2012


“Bem-aventurados aqueles que sabem e cuja sabedoria está isenta de enganos e superstições.
Bem-aventurados aqueles que transmitem o que sabem de forma amável, sincera e verdadeira.
Bem-aventurados aqueles cuja conduta é pacífica, honesta e pura.
Bem-aventurados aqueles que ganham a vida sem prejudicar ou por em perigo a vida de qualquer ser vivo.
Bem-aventurados os pacíficos, que se despem da má vontade, orgulho e jactância, e em seu lugar situam o amor, a piedade e a compaixão.
Bem-aventurados aqueles que dirigem seus melhores esforços no sentido da auto-educação e da auto-disciplina.
Bem-aventurados sem limites aqueles que, por estes meios, se encontram livres das limitações do egoísmo.
E, finalmente, bem-aventurados aqueles que desfrutam prazer na contemplação do que é profundo e realmente verdadeiro neste mundo e na nossa vida nele.”

São os olhos, exatamente os olhos, que eu mais ouço.
A vida tem me ensinado, ao longo da jornada, que as palavras muitas vezes mentem.
Os olhos, geralmente, não desmentem o que diz o coração.

Se puder, sem medo


Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa, a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa, eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar, eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço, qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar, mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora, a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade, é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse, mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia, mas pensei que dava