"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Ainda existe!
Sim: a cura.
O amor é a candura
que reaviva as
dores obscuras.

Há mal que amar
não reconstrua?

Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa,
que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.


Remar
Re-amar
Amar

"Estou tirando férias de mim.
Férias das dúvidas que me derrubam, das ilusões que me levantam, porque tudo isso é muito temporário.
E viver assim de pouquinho, sem nenhuma fixação, às vezes cansa.
Esperar cada novo dia, cada novo olhar pra saber se posso ser feliz, não me faz feliz de verdade.
Um sorriso e o balanço do dia é positivo, posso dormir à noite.
Um cumprimento não correspondido e acho que tudo está errado.
Mas se eu fico tão bem quando não dependo de opiniões, ações, gestos, por que insisto em deitar nos braços do mundo e me deixar abater?
.
Não existe ninguém que pode me fazer mais feliz hoje, e ter essa consciência muda o humor, muda a disposição, muda as vontades.
Sabe o que é?
As pessoas não me fazem bem, minha idealização delas me engana por um tempo, mas saio fatalmente mal das relações que eu invento.
Então por que não me curtir um pouco - me sentir mais leve, mais bonita, mais interessante, já que o fantasma da obrigação de agradar não está me seguindo?
Essa é uma daquelas fases de sorrir e não querer saber o motivo, de férias mesmo.
De tudo que eu me cobro todos os outros dias do ano, depois me cobro por não ter tempo de cumprir.
.
Eu cansei de não me satisfazer comigo, não me guardar pra mim.
De estar sempre escorrendo, vazando pelas beiradas.
De precisar de opinião alheia por ser tudo ao mesmo tempo e esperar reconhecimento por isso.
É tanta coisa aqui dentro, tanta coisa que eu tento melhorar e aprender todos os dias, que eu conto toda minha vida pra quem eu acabo de conhecer e fico chateada quando não me dão o valor que eu penso merecer.
Mas ei, qual o problema?
Nem todo mundo acha que ler e escrever (além do sentido banal de ler e escrever), é interessante.
Nem todo mundo precisa saber que uma clave de sol não é um S, nem um G, e deduzir que eu gosto de música só de olhar pra mim.
Não adianta chegar numa festa cheia de barulho e gente e querer conversar, achando que antes do cara sugar um pouquinho da minha alma, deve saber que eu não sou umas dessas mulheres vazias, sem uma alma para ser sugada.
Tem mais que vento dentro de mim, mas isso é meu.
Não faz diferença eu agir como uma pessoa superficial e querer explicar pra todo mundo que eu não sou.
Sempre me arrependo de sair, ir a lugares que não têm nada a ver comigo.
Mas eu tenho essa necessidade fútil de ser vista.
Quando eu me escondo em casa, me sinto anulada.
Preciso da opinião dos outros, de elogios.
Quando alguém mostra que se lembrou de mim, adoro.
Se diz que sentiu minha falta, tenho mais motivos pra sorrir.
Quem precisa saber?
Por que é que eu me importo com quem não me conhece?
.
E hoje não vou fazer isso.
Não vou ceder, não vou me preocupar.
Vou entrar em férias de mim, balancear os pneus, checar o óleo.
Vou me amar.
Pra depois tentar, quem sabe, amar alguém."

Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem.

Provérbios 3:11-12

terça-feira, 25 de setembro de 2012


Pra me conquistar
basta dizer tudo aquilo
que nunca ouvi de ninguém
vestir como homem e não como gay
me tocar sem medo, sem segredo
entrar e sair da rotina sem que eu note
me levar para lugares exóticos
e lugares comuns
saber ficar em silêncio e assim me dizer tudo
gostar de rock como eu gosto
e de coisas que eu não gosto
compreender a vida como é 
e buscar o outro lado
saber a hora exata de ficar
e ir embora
mas não vá.

É que ela tem...


qualquer coisa além de beleza,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa que chora,
qualquer coisa que sente saudade
um molejo de amor machucado
uma beleza que vem da tristeza
de se saber mulher

Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento;
reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.

Provérbios 3:5-6

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ensinando educação


É bacana ser educado,
e, em alguns casos, até sai mais em conta...

Atemporal


- Desde quando você me ama?
- Sei lá!
- Sei lá é mais ou menos quanto?
- Mais ou menos desde muito antes de eu descobrir que você existia.

Da pergunta inevitável


A paixão nos contamina com uma incurável visão seletiva e nos torna patéticos e miseravelmente felizes.
Mas, como toda doença, um dia acaba. Ou mata.

Ao acordarmos entre os sobreviventes, nos rastejamos pela autocomiseração rumo à saída (desconhecida) e, talvez, alguma alegria – que, quando vem, insiste em ser tão sutil como o gosto de uma alface.
Cansados, só conseguimos mais motivos para persistir no flagelo e lastimar a súbita ruína da felicidade eterna.

Contrariando o fim do mundo pessoal, e sem notarmos, o tempo vai deixando essas sensações mais e mais dispersas.

E, num dia qualquer, desaparecem.
Ficamos curados.

Tocamos a vida, rimos do que passamos e prometemos não mais nos apaixonar.
A promessa não é cumprida, e a sensação de ser atropelado por um Scania se repete até que tenhamos o domínio sobre nossas expectativas ou que alguém faça o favor de nos dizer para deixarmos de lado a crença infantilóide de que a felicidade será entregue na porta de nossa casa por alguém lindo, inteligente, bem-humorado e charmoso – ele(a) nunca virá porque não existe.

Numa noite ou dia qualquer, surgido do nada, no meio da rua, no elevador, reencontramos sem querer (e com algum sobressalto) quem nos causou o inesquecível desprazer.
E, pela primeira vez, sentimos um desapontamento, meio inexplicável, mas bem nítido.
Durante os cinco segundos que nos separam do cumprimento, uma tonelada de sensações chegam juntas e misturadas.
Até que, de repente, olhamos para alguém muito diferente de quem nos encantou.
Um completo estranho.
Pela primeira vez, enxergamos essa pessoa despida da perfeição com a qual a envolvemos.
Despida das nossas quase arquetípicas aspirações românticas.

Então o que era quase divino se torna frustrantemente humano.
E aí, com mal-estar e um tanto de rejeição à idéia, compreendemos que a paixão é o mais narcisista dos sentimentos: nos apaixonamos pelo que queríamos que alguém tivesse, fosse, agisse, pensasse.
Nos arrebatamos por nossos sonhos projetados sobre outra pessoa – e nada pode ser mais humilhante que descobrir nossa própria fraude (a não ser perceber que tudo poderia ter sido diferente se fôssemos menos egocêntricos).

Não sabemos como agir.
É muito repentina a mudança de visão e a reação adequada ainda não se formulou.
Vendo a pessoa se aproximar, ao mesmo tempo que tentamos descobrir o que fazer, notamos pequenos detalhes até então invisíveis: o sorriso insistente, a sobrancelha direita ligeiramente mais baixa que a esquerda.
Os sapatos velhos que odiávamos mas habitavam no setor “excentricidades” agora mudam-se pro “relaxo”.
E vem o abraço.
Já não é tão forte.
Já não é tão macio.
É um abraço de festa, impessoal.
Nos vem uma certa aflição com o toque daquele corpo que já não reflete nosso desejo.

Onde foram parar o brilho, a beleza tão particular, a presença envolvente?
Eles estão onde sempre estiveram, só que agora esperam um novo corpo pra elegerem como abrigo.
Ou um enterro oficial.

Então, passados os poucos segundos do contato, olhamos, sorrimos e lançamos um tolo “Oi!”, a única coisa que nos vem à mente.
Mas o que pensamos sinceramente, e nunca será dito, é: “Como eu pude?”

“São tudo histórias, menino.
A história que está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que quiser.
Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo.
Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate.
Um bom combate, o melhor de todos, o único que vale a pena.
O resto é engano, meu filho, é perdição.”

Como é feliz aquele cujo auxílio é o Deus de Jacó,
cuja esperança está no Senhor, no seu Deus.

Salmos 146:5

sábado, 22 de setembro de 2012

Da primavera e dos amantes


Por que não um Dia dos Amantes?
Já existe o Dia dos Namorados e hoje em dia a diferença entre namorado e amante tornou-se um pouco vaga.

Quando é que namorados se transformam em amantes?
Segundo uma moça, experimentada na questão, que consultamos, se a mulher der para o mesmo homem mais de 17 vezes seguidas ele deixa de ser seu namorado e, tecnicamente, passa a ser seu amante.

Os critérios variam, no entanto.
Em certas regiões, só depois de dormirem juntos dois anos é que namorados se tornam legalmente amantes.
Alguns estabelecem um meio-termo razoável: 17 vezes ou dois anos, o que vier primeiro.
Outros afirmam que a diferença está no grau de intimidade dos dois tipos de relacionamento.

Num caso, as pessoas vão para qualquer lugar onde haja camas - apartamento, hotel ou motel, sendo desaconselháveis hospitais, quartéis e lojas de móveis -, tiram a roupa um do outro às vezes usando só os dentes, atiram-se na cama, rolam de um lado para o outro, enfiam-se os dedos no orifício que estiver por perto, lambem-se, chupam-se, com ou sem canudinho, massageiam-se mutuamente com Chantibon, depois o homem penetra o corpo da mulher com o seu órgão intumescido e os dois corpos movem-se em sincronia até o orgasmo simultâneo, entre gritos e arranhões.
Então se separam, suados, e vão tomar um banho juntos antes de saírem para a rua.
Quer dizer, uma coisa superficial e corriqueira.

Já o namoro, não.
No namoro, não apenas o órgão intumescido mas todo o corpo do namorado penetra na própria casa da namorada todas as quartas-feiras.
Eles se sentam lado a lado num sofá quente, coxa a coxa, e chegam a entrelaçar os dedos das mãos.
Muitas vezes comem a ambrosia preparada pela mãe da moça com a mesma colher, gemendo baixinho.
Existe ainda o prazer indescritível de roçar com o braço o lado do seio da namorada, enquanto se conversa sobre futebol com o pai dela, um prazer que aumenta se, por sorte, estiver com um daqueles sutiãs pontudos usados pela última vez no Ocidente por Terry Moore, em 1953.
(A namorada, não o pai dela.)
Isto é que é intimidade.

Existem outros critérios para diferenciar namorado de amante.
Amante é o namorado que leva pijama, por exemplo.
Uma maneira certa de saber que o namorado já é amante é quando, pela primeira vez, em vez de dar um par de meias para ele no Dia dos Namorados, ela dá um par de cuecas. E você terá certeza de que ele é amante quando sugerir que ela lhe dê um certo tipo de cuecas e ela responder, distraidamente, "esse tipo ele já tem...".

Mas estamos falando de namorados, ou amantes, solteiros.
No caso do homem casado e com uma amante a coisa se torna mais complicada, e pouco invejável.
No caso do homem casado e com várias amantes, se torna mais complicada ainda, e mais invejável.
Antes de lançar o Dia dos Amantes os lojistas teriam que fazer uma pesquisa de mercado.
O que despertaria a desconfiança dos entrevistados:

- O senhor tem amante?
- Foi minha mulher que o mandou?
- Estamos fazendo uma pesquisa de mercado e...
- Onde é que está o microfone? É chantagem, é?
- Não, cavalheiro. Nós...
- Está bem, está bem. Tem uma moça que eu vejo mas nem se pode chamar de amante. Pelo amor de Deus! É só meia hora de três em três dias. E ela é bem baixinha. "Amante" seria um exagero. Mas eu prometo parar!

Uma vez decidido o lançamento do Dia dos Amantes, as agências de propaganda teriam que escolher a estratégia de marketing ou, como se diz em português, o approach.
O tom das peças publicitárias variaria, é claro, de acordo com o tipo de comércio.

As lojas de eletrodomésticos poderiam anunciar: "Tudo para o seu segundo lar."
Ou então: "Faça-a se sentir como a legítima. Dê a ela uma máquina de lavar roupa."

As joalherias enfatizariam sutilmente o espírito de revanchismo do seu público-alvo, sugerindo: "Aquele diamante que sua mulher vive pedindo... Dê para sua amante."
Ou, pateticamente: "Já que ela não pode ter uma aliança, dê um anel..."

Perfume: "Para que você nunca confunda as duas, dê Furor só para a outra..."

Utilidades: "No Dia dos Amantes, dê a ela um despertador. Assim você nunca se arriscará a chegar tarde em casa."

Os comerciais para televisão poderiam explorar alguns lugares-comuns.
Por exemplo: Alguém entra no quarto e encontra a amante na cama. Atira um presente no seu colo. Isso a faz se lembrar de uma coisa. Ela abre a gaveta da mesa-de-cabeceira. E tira um presente. Ele vai pegar, mas o presente não era para ele. Ela levanta da cama, abre o armário e dá o presente para o seu amante escondido lá dentro. Congela a imagem.
Sobrepõe logotipo do anunciante e a frase: "Neste Dia dos Amantes, dê uma surpresa."
Hein? Hein?
Está bem, era só um exemplo.

As confusões seriam inevitáveis.
Marido e mulher se encontram numa loja de lingerie.

Espanto da mulher:
- Você aqui?
Marido:
- Ahn, hum, hmmm, sim, ohm, ahm, ram.
- E escolhendo uma camisola!
- É que, ram, rom, ham, ahm, grum. Certo. Quer dizer...
- E você pode me explicar o que está havendo?
- Grem, grum, rahm, rohrn, ahn...
- Não vai me dizer que estava comprando pra mim. Há anos que não uso camisola. Ainda mais desse tipo, preta, transparente e com decote até o umbigo.
- Eu posso explicar.
- Então explique.
- Ahm, rom, rum, rahm, grums.
- Explique melhor.
- Está bem! É para mim, está entendendo agora? Para mim!
- Você?...
- Há anos que eu tento esconder isso de você. Agora você pegou e vou revelar tudo. Adoro dormir de renda preta! Só me controlei até hoje por causa das crianças!

Ela compreende. Tenta acalmá-lo. Mas ele agora está agitado. Bate no balcão e grita:
- Também quero ligas vermelhas, um chapelão e chinelos de pompom grená!

Ela o leva para casa, cheia de resignada compreensão.
A amante ficará sem o seu presente no Dia dos Amantes, mas pelo menos o marido terá evitado qualquer suspeita.
O único inconveniente é que terá de dormir de camisola preta pelo resto da sua vida conjugal.

Por que não um Dia dos Amantes?
Você teria que tomar certas precauções, além de jamais entrar numa loja de lingerie.
Como uma ausência sua em casa no Dia dos Amantes despertaria desconfiança, telefone para casa antes de ir festejar com a amante.
- Alô, a patroa está?
- Não, senhor.
- Estranho. Ela costuma estar em casa a essa hora. Mas é melhor assim. Diga para ela que eu vou me atrasar um pouco. Estou no hospital para curativos. Nada grave. Fui atropelado por uma manada de elefantes.
- Sim, senhor.

Você se dirige para a casa da amante, com o embrulho do presente embaixo do braço.
Começa a pensar na ausência da sua mulher em casa. Onde ela teria ido?
Lembra-se então de que a viu mais de uma vez olhando com interesse uma vitrine cheia de cachimbos.
Na certa pensando num presente para lhe dar.
E súbito você pára na calçada como se tivesse batido num elefante.
Você não fuma cachimbo!


Hoje começa a primavera,
a estação mais bonita do ano...

Devo informar também que hoje é 'dia dos amantes'.
Amante, diz o dicionário, é quem mantém uma relação amorosa e/ou sexual
com uma pessoa que é casada com outra,
mas diz também que é a pessoa que ama; que tem amor.

Então, o dia 22 de setembro não deve ser lembrado e comemorado (se der, claro!)
apenas pelas pessoas que possuem uma relação extraconjugal.

Lembre-se: se você é uma pessoa que ama, você é um amante.
           Parabéns pra você!    

#fica a dica:
Seja sempre o(a) amante do(a) seu(ua) esposo(a)/namorado(a),
       mesmo com anos de relacionamento... e celebre.  
Quem ganha é você!    

Seja bem vinda, primavera!!!
Venha enfeitar e colorir os nossos dias!

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e é bondoso em tudo o que faz.
O Senhor está perto de todos os que o invocam,
de todos os que o invocam com sinceridade.
Realiza os desejos daqueles que o temem;
ouve-os gritar por socorro e os salva.
O Senhor cuida de todos os que o amam!

Salmos 145:17-20

sexta-feira, 21 de setembro de 2012


Usou palavras bonitas, mas nada disse.
Acho que a gente sempre prefere o bom e velho “eu te amo”.
A mensagem é curta e o destinatário entende.

~ Caio Augusto Leite ~
''Costumamos dizer que amigos de verdade são os que estão ao seu lado em momentos difíceis...
Mas não!
Amigos verdadeiros são os que suportam a tua felicidade.
Porque em um momento difícil qualquer um se aproxima de você, mas o seu inimigo jamais suportaria a sua felicidade''

"O que eu não sabia nem poderia saber - em parte porque aos 20 anos a gente pouco sabe além da própria fome, em parte porque não podia, nem posso ou podemos, prever o futuro - é que embora parecesse tarde, era ainda cedo."

O Senhor ampara todos os que caem e levanta todos os que estão prostrados.

Salmos 145:14

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

no frigir dos ovos

- Pergunta:
Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão “no frigir dos ovos”?

- Resposta:
Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa.

E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas.

Já que é pelo estômago que se conquista a pessoa, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.).

Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.

O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco…

A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.

Está respondido???

A origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios
e que desejamos impor aos outros.

O Senhor é misericordioso e compassivo,
paciente e transbordante de amor.
O Senhor é bom para todos;
a sua compaixão alcança todas as suas criaturas.

Salmos 145:8-9

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Venho por meio deste, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos.

Por Ricardo Padilha



Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de oito anos no máximo. Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas.

Quero acreditar que tudo é possível. Quero que as complexidades da vida passem desapercebidas por mim e quero ficar encantada com as pequenas maravilhas deste mundo.

Quero de volta uma vida simples e sem complicações.

Cansei dos dias cheios de computadores que falham, montanha de papeladas, notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas, doenças e necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe. Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento.

Não quero mais ser obrigada a dizer adeus ás pessoas queridas e, com elas, à uma parte da minha vida.

Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel, que vou navegar numa poça deixada pela chuva. Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam. Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada. Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro caju, a primeira manga ou quando a jabuticabeira ficar pretinha de frutas.

Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos. Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida. Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam um jogo de bola de gude ou uma pelada.

Quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, a “Batatinha quando nasce…” e a “Ave Maria” e que isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia.

Quero voltar ao tempo em que se é feliz, simplesmente porque se vive na bendita ignorância da existência de coisas que podem nos preocupar ou aborrecer. Quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia.

Quero estar convencido de que tudo isso… vale muito mais do que o dinheiro!

A partir de hoje, isso é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto.

Era estranho de repente ser sozinha de novo.
O que tenho é um caminho pela frente e às vezes quando olho, parece escuro e sinuoso, outra hora claro e reluzente.
Você sabe o que sente quando tens que partir?
O que sinto é doer-me o peito sabendo que pra trás deixei um amor de verdade e que gostaria de contar quando chegasse na eternidade.
Eu, hoje, faço muito tempo.
Sou lembrança.
Um tom sépia, um cheiro de história contada por alguém numa cadeira de balanço, enquanto um e outro olhar atento tenta decifrar as memórias do que é antiguidade.

Talvez meu lado de dentro seja um relicário...

(Jaya Magalhães)

Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus!

Salmos 143:10

terça-feira, 18 de setembro de 2012


(Carta ao Rafael - do livro Feliz por nada)

Bem-vindo, Rafa.
O mundo é legal, desde que a gente saiba lidar com suas contradições.
Tem muita beleza e miséria, dias de sol e temporal, pessoas que dizem sim e que dizem não, e muitos cruzeirenses* e americanos* infiltrados dentro da tua família.
Mesmo assim, não pense que você vai ter opção.
Não se deixe enganar pelas roupinhas azuis, essa não será sua cor preferida.

Desde que você saiu da barriga, está escutando votos de saúde e felicidade (mesmo que, por enquanto, tudo não passe de um barulho incompreensível e que você já esteja com saudade do silêncio uterino).
Pois saiba que são votos clichês, mas os clichês são sábios: saúde e felicidade é tudo o que você precisa nessa vida.
Só que tem que dar uma mãozinha.

Então, pratique esportes, se alimente bem e não fume: a saúde já estará 50% garantida, o resto é sorte.
Quanto à felicidade, o jeito é tentar fazer boas escolhas.
Como fazê-las?
Ninguém sabe ao certo, mas ser íntegro e não se deixar levar por vaidades e preconceitos promove uma certa paz de espírito.
Ser feliz não é muito difícil, basta não ficar obcecado com esse assunto e tratar de viver.
Quem pensa demais, não vive.

Não brigue muito com suas irmãs*, elas serão suas melhores amigas,
mesmo que você não acredite nisso quando elas não quiserem emprestar alguns brinquedos – o carro delas, por exemplo.

Você vai ser louco, apaixonado, babão por sua mãe.
É natural. Mas não deixe que suas namoradas percebam.

Cada vez mais o dinheiro controla os desejos.
É importante ganhá-lo, porque sem independência não somos donos de nós mesmos, mas para ganhá-lo você não precisa perder nada: nem escrúpulos, nem caráter, ou você estará se deixando comprar.
Não se deixe controlar por ele.
Pelo dinheiro, digo, porque pelos desejos você não só pode como deve se render.
Mas não seja um heartbreaker profissional, a mulher da sua vida pode lhe escapar das mãos.

Ia esquecendo: estude inglês.

Uma vida sem arte é uma vida árida, sem transcendência, um convite à mediocridade. Então desfrute de muita música e cinema, e quando suas garotas tentarem lhe arrastar para um teatro, vá sem reclamar, há 30% de chance de você gostar.
Importante: se alguém disser que ler é chato, mande se entender comigo.

Tédio é para os sem inspiração.
O mundo oferece estradas, passeatas, eleições, aeroportos, ondas, montanhas, campeonatos, vestibulares, desafios, churrascos, festivais, feriadões, roubadas, gargalhadas, madrugadas e declarações de amor.

É assim mesmo, tudo misturado e barulhento.
A saudade do silêncio uterino vai lhe surpreender muitas outras vezes.
Busque esse silêncio dentro de você.

Então é isso, Rafa, seja corajoso e grato: nascer é um privilégio concedido a poucos, ainda que sejamos bilhões.
Não desperdice a chance e esteja consciente de duas coisas: que sem alegria não vale a pena, e que Rafa é um apelido do qual você não escapa.

(Com esse texto,
faço minha homenagem ao (também) Rafael, que hoje sopra 11 velinhas.
Parabéns, Rafa!)

* modificado

(…) também planta girassóis e se alguém lhe perguntasse por que, certamente explicaria, sacudindo as muitas pulseiras de ouro,
que é nativa-do-signo-de-Virgem-e-os-virginianos-precisam-do-sol-em-todas-as-suas-forças.

(texto original: signo de Leão)

Estendo as minhas mãos para ti;
como a terra árida, tenho sede de ti.

Salmos 143:6

segunda-feira, 17 de setembro de 2012


“Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela.
Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo.
Mas se ela te ama agora, o que mais importa?
Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder.
Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela.
Então não machuque ela,
não mude ela,
não analise e não espere mais do que ela pode dar.
Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.”

- Bob Marley -

“Eu, do fundo do meu coração, tenho um orgulho absurdo de ser quem eu sou.
Não vou dizer que é fácil, e que nunca deu vontade de desistir, mas vale muito mais a pena continuar.”

''Cada não que eu recebi na vida
entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Não os colecionei.
Não foram sobrevalorizados.
Esperei, sem pressa,
a hora do sim.''

Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios.
Não permitas que o meu coração se volte para o mal, nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores.
Que eu nunca participe dos seus banquetes!

Salmos 141:3-4

sábado, 15 de setembro de 2012

Júnior, parabéns e


"Que o bom caminho se abra procê pelo mundo."

(da minissérie Hoje é dia de Maria)

Do amor além do amor


A primeira vez que te senti, foi em sonho
Sonhava com seu rosto, suas mãos e seu sorriso
Já te amava com um amor sem limite...
"O amor mais bonito, o maior e mais forte que existe" *

18:00 hs, 16 de setembro de 1986...
Finalmente te vi e te toquei
Não sei descrever a minha emoção,
a dimensão e a intensidade daquele momento

O amor é transcendental
Ele invade a alma, inunda, alaga
"Eu nunca imaginei que houvesse no mundo um amor desse jeito..." *

Vinte e seis anos se passaram
Criamos juntos uma história de intimidade, proteção, cuidado,
amizade, confiança e carinho
Parece que o cordão umbilical nem foi cortado

Você é um pedaço de mim!
Sou feliz só de saber que você existe
"Um amor assim eu sei que é pra sempre, é pra eternidade.
Eu tenho esquecido de mim, mas de você eu nunca me esqueço." *

A você e por você, meu filho...
esse amor exagerado e na medida certa!

* Amor sem limite - Roberto Carlos