Que neste dia possamos acabar com todos os fantasmas de nossas vidas!
#fique por dentro
O Halloween é o segundo feriado mais comercial dos Estados
Unidos,
só perde para o Natal.
Em geral, os americanos gastam a maior parte do
dinheiro com doces, fantasias e festas, além de comprar fantasia para os
animais de estimação também entrarem no clima.
Almocei com um amigo
semanas atrás e, quando perguntei a razão de seu abatimento, ele me disse sem
rodeios: “Esta manhã recebi o diagnóstico de minha mãe: é Alzheimer”. Imaginei
essa senhora, alegre e vital, enveredando pelas sombrias trilhas de uma
enfermidade diabólica, e entendi a tristeza de meu amigo como se fosse minha.
Minha própria mãe morreu aos 90 anos, depois de bem mais de uma década sendo
paulatinamente envolvida na mortalha mental e emocional do Alzheimer. Uma bela
mulher ativa tornou-se inexoravelmente uma estranha, raramente ostentando uma
vaga semelhança com a que fora minha mãe.
A doença se manifesta em
geral muito sutil: um esquecimento aqui, uma confusão ali. Uma atitude estranha
aqui, outra ali, intercaladas por fases de aparente normalidade. A
sociabilidade muda, os bons modos parecem esquecidos, o controle do dinheiro se
torna caótico, e é dificílimo interferir. Há enorme resistência dos familiares
em aceitar essa enfermidade. Para mim, minha mãe sofria episódios naturais de
esquecimento. Só o choque de um dia a encontrar com uma pintura bizarra no
rosto, ela tão recatada, me fez cair na duríssima realidade. Ela já não sabia –
ou em longos períodos não sabia – o que estava fazendo. Algumas pessoas mais
chegadas tinham me avisado: eu havia me recusado a ver.
O que eu disse a meu
amigo, disse a mim mesma nos muitos longuíssimos anos daquela jornada: o doente
em geral não sofre. A família, sim. O que se pode fazer? Muito pouco, além de
cuidar para que ele esteja bem alimentado, bem abrigado, medicado e tratado com
carinho. Nada de criticar quando não sabe mais quem somos, porque no fim não
sabe mais quem ele próprio é. Quando já não se porta à mesa como antes, quando
faz “artes” às vezes perigosas, ele precisa ser protegido, não mais ensinado.
Não vai mesmo aprender. Como sempre nas doenças graves, devemos lembrar que a
vítima não somos nós: é o outro. Nesse processo, que em geral dura muitos anos,
não há nada de bom, de belo, de encantador, a não ser o exercício da ternura,
da paciência e dos cuidados, sem esperar muito retorno, pois em breve seremos
chamados de senhor, senhora, moça, não mais de filha, filho, meu querido. O ser
amado se distancia, sem volta, sem saber, sem querer e sem que nada possa
evitar: agora havia ali uma velhinha da qual eu cuidava como podia. Por fim,
para a proteger de si própria, por insistência dos médicos ela foi posta na
melhor clínica que pude assumir. Jamais esquecerei a dor e a culpa que me assaltaram,
contrariando qualquer raciocínio. Milhares de vezes tentei me convencer de que
minha mãe nem existia mais, era apenas uma velhinha de quem eu tinha de cuidar.
Como ficção, funcionava; como realidade, a cada uma das centenas de visitas meu
coração se partia outra vez.
Cuide de sua doente, eu
disse a meu amigo, da melhor forma. Não alimente nenhuma esperança vã, pois
tudo é triste, infinitamente desalentador. Uma coisa que ajuda, um pouco, é
tentar entrar no universo do doente, em lugar de querer que ele retorne ao
nosso. Mas cuide também de si mesmo. Tente pegar-se no colo, proteja-se da
culpa insensata que nos espreita, siga sua vida. Na natureza morrem árvores
jovens, e velhas árvores tortas vivem muito além da última floração. Estamos
mergulhados no mistério: isso torna a vida possível mesmo quando não a
entendemos.
#dia do ginecologista
sejam agradecidos a Deus
em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com
Cristo Jesus.
1 Tessalonicenses 5:18 /
NTLH
domingo, 28 de outubro de 2018
É um premiado filme sueco
de 2015, chama-se Força Maior. Uma família (pai, mãe e um casal de crianças)
tira seis dias de férias para esquiar nos Alpes. Na manhã do segundo dia, estão
almoçando ao ar livre, no deck do hotel, cercados por outros hóspedes, quando,
nas montanhas ao fundo, um filete de neve começa a escorrer. Não parece
perigoso. Minutos depois, aquele deslizamento sem importância cresce em
dimensão.
Avalanches controladas
são comuns, mas aquela demonstra estar ligeiramente descontrolada. Até que, de
forma súbita, a neve fica prestes a invadir o deck. Pânico. Algumas pessoas
gritam e muitas correm, incluindo o pai da família, que dispara sozinho a fim de
se abrigar, deixando para trás a mulher e os dois filhos.
Poderia ter sido um
acidente com mortos e feridos, mas não: apenas uma névoa seca cobriu o ambiente
e, assim que se dissipou, os que correram retornaram aos seus lugares,
inclusive o pai. A família prossegue com o lanche, mas dali em diante nada mais
será igual. Descobriu-se que aquele homem, ao se desesperar, segue impulsos
egoístas e se desgoverna.
Neste domingo se encerra
uma avalanche. Nas últimas semanas, fomos soterrados por textos, vídeos,
áudios, fotos, fake news, ofensas e postagens absurdas que invadiram as redes.
O que se deseja, depois da esquizofrenia toda, é que o que se configurava uma
tragédia demonstre ser apenas uma névoa seca que não deixe mortos e feridos
pelo caminho. Se o presidente eleito tiver um mínimo de responsabilidade, será
diplomático a fim de reunir todos no mesmo deck de novo, e a vida seguirá com
suas avalanches controladas, e não fatais.
Mas será que nossas
relações pessoais sobreviverão sem sequelas? No filme, a atitude inesperada e
covarde do pai transfigura os laços e, dali por diante, inaugura um
distanciamento difícil de transpor. Será que nós, que passamos os últimos dias
trocando farpas com amigos e familiares por causa de nossos antagonismos,
conseguiremos restituir 100% o afeto que havia antes?
A não ser entre aqueles
que construíram uma base de amor e respeito muito sólida, creio que essa
eleição tão polarizada fragilizará alguns vínculos. Não estávamos apenas
defendendo um candidato ou outro, e sim diferentes visões de mundo, e com isso
desnudando raivas, angústias, preconceitos, medos, maledicências,
liberalidades, perversidades. Como não se espantar com pessoas que, no convívio
social, pareciam ser afins, mas que, diante de um confronto sem precedentes,
revelaram uma faceta bastante incômoda?
Ninguém sairá perdendo se
o novo presidente conseguir restabelecer o crescimento do país sem colocar em
risco a integridade de seus habitantes, mas uma baixa já ocorreu: a da
admiração por pessoas próximas que, equivocadamente, julgávamos imunes a certas
pequenezas.
Quando os honestos
governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama.
Aqui de fora, do lado que
se pode ver, tem uma pessoa lutando como louca para dar conta de todos os seus
papéis. Não podemos reclamar de nenhum deles. Todos são papéis que escolhemos, que assumimos e que
não abrimos mão.
O papel de pais, de
esposa ou de marido, o papel de filhos, de empresários, de profissionais, sejam
estes bem sucedidos ou não, o papel de defender alguma causa social, de
participar de uma instituição e ainda o papel de cidadão em um país com as
deficiências do nosso.
Enfim, ser a pessoa que somos dá um trabalho danado. Mas
é um trabalho bom! Trabalho escolhido por livre e espontânea vontade, ainda que
seja tão difícil equilibrar tudo. Todos conhecem a pessoa madura e forte na
qual nos tornamos.
Mas dentro de cada um de
nós,aqui deste lado que só eu e você
conhecemos, ainda falta muito!
Dentro de cada um de nós,
escondido e encolhido moram nossos medos, nossas pequenices, nossas falhas.
Aquelas que ainda não conseguimos vencer.
É lá
dentro, lá onde ninguém chega, que residem nossas verdadeiras máculas. E
torcemos para que Deus seja tão ocupado que não tenha tempo de conhecê-las.
A maldade, a vaidade, o
ciúme e a inveja; este lobo mal que alimentamos silenciosamente.
Ah como é
difícil conviver com essa verdade! Como é difícil aceitar que somos tão frágeis
e que o caminho da verdadeira evolução é longo!
É certo que não somos só
isso!O que nos salva é que, na outra
jaula de nossos corações, reside um lobo bom. Capaz de amar e de se compadecer.
É ele que não nos deixa por em prática tudo que pensamos.
É ele que, entre um
dia e outro, acorda nossos sentidos e não nos deixa cometer um desatino.
É ele
que nos dá prudência, sabedoria, discernimento, razão e afeto na proporção
certa.
É ele que nos permite viver nossos papéis.
É ele que nos silencia na
hora da briga e nos dá voz na hora da defesa.
É ele que nos mostra o caminho e
nos traz de volta à nós mesmos.
Aqui
reside a nossa lucidez, a centelha de luz que carregamos. A verdadeira e
silenciosa bondade. A que luta contra nossas vaidades e pequenices.
E é ele,
este pobre lobo bom que carregamos, quem devemos alimentar todos os dias.
Difícil mesmo é saber
qual dos dois tem sido nosso guia.
O ser humano tem brigado
mais que o normal, tem se ofendido mais e tem ferido o outro com mais
facilidade.
Nesses últimos dias, aqui na
nossa “pátriaamadaidolatradasalvesalve”, temos
assistido brigas homéricas em função da política. Temos visto lobos ferozes,
esbravejando, rosnando e mordendo, na tentativa louca de provar que o outro
está errado em suas escolhas.
Vindos de todos os lados eles atacam e pervertem.
Alimentados pelo ódio, pela descrença ou pelo cansaço, eles brigam como se
estivessem num ringue, onde o vencedor tem que comer o outro vivo até que não
lhe sobre absolutamente nada, tampouco dignidade.
Existe um lobo bom
morrendo de sede e fome, alimente-o!
De volta ao Brasil para
votar, depois de muito necessárias férias, que há séculos não tirávamos, entrei
num turbilhão que, de longe, mesmo com internet, não me parecia tão nocivo. Mas
foi pior do que eu pensava: raiva, ódio, insultos, calúnias, intolerância
absoluta, mentiras, dissolução de laços bem bonitos e dignos entre amigos e
família – por causa da política. Dos políticos. De nós mesmos, que nos tornamos
raivosos, intolerantes, capazes das mais loucas afirmações. Expressamos nessa
batalha muito de nossas mágoas e frustrações.
Mas, inesperadamente, no
Face, encontro uma imagem linda, comovente, quase irreal neste mundo que anda
pra lá de besta: uma camiseta, um elefante (meu bicho preferido), com flores
atrás de uma orelha, óculos coloridos, e a legenda (estou traduzindo): “Num mundo em que você pode ser qualquer coisa,seja gentil”. Ou, se quiserem, seja
bondoso. Tolerante. Humano.
A violência desde sempre
me assusta: não precisa ser a física, de um tapa, um empurrão, uma voz
alterada, mas a emocional, da acusação injusta, da invencionice maligna, da
desconsideração com humanidade, cortesia, e democracia – ah, a palavra tão
usada, mal usada, abusada.
Os que a defendem são
muitas vezes os mais intolerantes, arrogantes e ignorantes que não conhecem nem
medem o peso das palavras (dizia meu pai, “o pior burro é o burro falante”):
correto é só o que eu penso, bom é só o que eu faço, o resto é tudo bandido,
fascista, maldoso, ignorante, explorador de pobres e desvalidos, pisa em cima
da cultura, despreza a saúde etc, etc, etc. (Poderia ser uma linha inteira de
etcs.)
Basta refletir um pouco,
abrir olhos e orelhas, ver que estamos numa situação-limite. Este pobre país
nunca esteve tão por baixo, com tantos miseráveis, doentes não atendidos,
podridão em vez de saneamento (sem falar na podridão moral), desrespeito,
precariedade em vez de infraestrutura, cultura muito esquisita, e a maioria sem
saber o que pensar. Ou começando a pensar, o que é bom. Pois andam acontecendo
mudanças no país, e há quem comece a respirar: será mesmo, será?
Então resolvi hoje falar
dessa camiseta, desse elefantinho, dessa gentileza que deveria ser o habitual,
e acho que não é. Na maioria das vezes, em família, amigos, trabalho, não
acontece muito, e quando ocorre até nos admiramos: olha só, que cara educado, bondoso,
camarada. A gente se sente bem com ele, e não é artificial, nem imposto. O
beijo de bom-dia em casa, alguma indagação sobre como foi a noite, ou a festa,
ou como poderá ser a prova na escola, o novo amigo, ou o ombro que ontem doía
tanto. Pequenas, miúdas coisas que fazem a vida, uma vida boa, uma vida humana
como deveria ser: pausas para respirar, para se olhar, para escutar... para
reencontrar com prazer.
Claro que a vida não é
esse mar de rosas e risos. Mas pode ser, muito mais vezes do que tem sido.
Podemos tentar viver e conviver, e votar, e torcer, e trabalhar, estudar,
viajar, comer, dormir, sem o incrível estresse da raiva, do xingamento, do
insulto, e dos maus desejos e da desinformação fatal.
Viva o elefantinho que
nos propõe: neste vasto mundo em que você pode fazer tantas coisas, seja
bondoso, seja gentil. Be kind.
#dia do dentista
x.x.x
#dia da democracia
Há três coisas na vida
que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a
oportunidade perdida.
Quem ama o dinheiro nunca
ficará satisfeito; quem tem a ambição de ficar rico nunca terá tudo o que quer.
Isso também é ilusão.
Eclesiastes 5:10 / NTLH
domingo, 21 de outubro de 2018
Era criança e ficava
extasiada ao ver um termômetro quebrar. De dentro, saíam várias bolhinhas de
mercúrio. Eu mesma vivia numa bolha, mas não sabia. Achava que o planeta se
resumia à minha família, ao colégio e ao clube, onde eu encontrava “todo
mundo”. Todos iguais, brancos, de classe média alta, que reproduziam piadinhas
racistas e chamavam de bicha os garotos que não jogavam bola. Não éramos
pessoas ruins, apenas alienados.
Mas tive sorte. Meus pais
me proporcionaram muita leitura, música, teatro. Dessa forma, o “todo mundo” se
expandia. Caetano, Millôr, Fernanda Montenegro e Marina Colassanti, só pra
citar alguns, viviam no meu quarto. Cultura não era apenas entretenimento e,
sim, uma ponte para um universo muito mais amplo.
A arte impulsionou meu
crescimento, mas eu continuava habitando um microcosmo. Até que comecei a
trabalhar, a namorar. E aconteceu: conheci pessoas de fora da minha bolha.
Gente que foi criada de outro modo, que tinha outra história de vida, que
passava por dificuldades que nunca passei. É normal fazer turismo por
territórios “estrangeiros”, mas é raro incorporá-los ao nosso. Seguem eles lá,
nós aqui. Cada um na sua bolha.
Já fui a favor do porte
de arma. Já fui contra as cotas nas universidades. Eu estava errada. Eu mudei
de ideia. E isso só foi possível porque saí da minha bolha para escutar,
enxergar, compreender. Não haveria crescimento progressivo se eu me contentasse
em dizer oi para quem era diferente de mim e logo voltasse correndo para baixo
da minha cama. Então, cheguei mais perto de tudo que não era eu, e passei a
levar outras realidades em conta.
Uma das maneiras de se
fazer isso é por meio da política. Já votei certo. Já votei errado. Mesmo
sabendo que a nossa política, como um todo, é canalha, cafona e arrogante, ela
ainda é uma forma para avançarmos. Se a gente não avança, a gente morre dentro
da bolha. Vive aquela vidinha: família, colégio, clube. Tudo bem seguro, como
se não houvesse ninguém lá fora, ninguém que importasse.
Nunca fui militante ou
ativista. Nunca tive partido, nunca fui fiel a um candidato. Mas já não me
acomodo. Trouxe da minha bolha os princípios éticos e deixei pra trás os
preconceitos e tudo o que me abreviava como ser humano, tudo o que parecia que
me protegia, mas que apenas me tornava uma criatura indiferente. E o processo
não terminou, ainda tenho muito a evoluir.
Diante do atual
aquecimento de ânimos, lembrei do termômetro quebrado, das gotas de mercúrio no
chão e de como elas se fundiam numa só, atraídas umas para as outras numa
reação química que me parecia fascinante. Em meio a essa perigosa onda retrô em
que nos metemos, nunca me pareceu tão urgente que o “todo mundo” de um dialogue
com o “todo mundo” do outro. E apostar em quem respeita o poder transformador
da educação, da arte e da diversidade, contribuindo assim para unir todas as
bolhas.
— Será que eu não
posso fazer com o povo de Israel o mesmo que o oleiro faz com o barro?
Vocês
estão nas minhas mãos assim como o barro está nas mãos do oleiro.
O nível de stress de uma pessoa é inversamente
proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala.
Existe algo mais libertário do que o conceito
do “foda-se”?
O “foda-se” aumenta minha autoestima, me torna
uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.
“Não quer sair comigo? Não? Então foda-se!”
“Vai decidir essa merda sozinho(a) mesmo?
Então foda-se!”
O direito ao foda-se deveria estar assegurado
na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São
recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de
expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos
sentimentos.
É o povo fazendo sua língua.
Como o Latim Vulgar, será esse Português
Vulgar que vingará plenamente um dia.
“'Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão
traduz a ideia de muita quantidade do que “pra caralho”?
“Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma
expressão matemática.
A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é
quente pra caralho, o Universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra
caralho, entende?
No gênero do “pra caralho”, mas no caso,
expressando a mais absoluta negação, está o famoso “nem fodendo!”
O “Não, não e não!” é tampouco nada eficaz e
já sem nenhuma credibilidade. “Não, absolutamente não!” o substituem.
O “nem fodendo!” é irretorquível, e liquida o
assunto. Te libera, com a consciência tranquila, para outras atividades de
maior interesse em sua vida.
Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta
pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte
logo um definitivo “Danielzinho, presta atenção, filho querido... nem fodendo!”.
O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma e
você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão
plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma
negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente
impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.
Como comentar a bravata daquele chefe idiota
senão com um “é PHD porra nenhuma!” ou “ele redigiu aquele relatório sozinho
porra nenhuma!”
O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos
provê sensações de incrível bem-estar interior. É como se estivéssemos fazendo
a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”
e mais recentemente o “prepone” - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um “puta que pariu”, ou
seu correlato “pu-ta-que-o-pa-riu!!!” falados assim, cadenciadamente, sílaba por
sílaba.
Diante de uma notícia irritante qualquer um “puta-que-o-pariu!”
dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios tem o devido tempo e
clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido
troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cu!”
e sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho do se cu!”?
Você já imaginou o bem que alguém faz a si
próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha
de seu interlocutor e solta: “Chega! vai tomar no olho do seu cu!”. Pronto,
você retomou as rédeas de sua vida, sua autoestima. Desabotoe a camisa e saia
na rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso
sorriso de vitória e renovado amor íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar
aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “fodeu!”. E
sua derivação mais avassaladora ainda: “fodeu de vez!”.
Você conhece definição mais exata, pungente e
arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de
complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em
todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como
quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de
habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O
que você fala? “Fodeu de vez!”.
Talvez eu seja um pouco de tudo que já li. Um pouco de tudo que meu olhar já aprendeu do mundo. Um pouco das belas músicas. Um pouco daqueles que me são queridos. Um pouco de múltiplos sentimentos e algumas fraquezas. Talvez eu seja um pouco do que você deixou em mim, mas em essência, o muito da minha essência, é algo delicado e misterioso… (Rubem Alves)
Sou ‘drama em gente’ como Pessoa, as metades de Montenegro e a depressão de Caio F. Sou a alma perfumada de Ana Jácomo e as cores de Fernanda Young. A intensidade da voz de Elvis Presley, a antítese e o paradoxo dos EngHaw, a sonoridade do sax de Kenny G. Sou a solidão de que fala Gabriel G. Marquez e a inquietude de Florbela Espanca. A ironia de Oscar Wilde, o ceticismo de Saramago, a fé do Fábio de Melo e a prolixidade de Clarice Lispector. Sou a descontração de Veríssimo e a melancolia de Drummond. Sou a frieza de Virginia Woolf, o lirismo de Vinícius e as histórias de amor de Shakespeare. O pânico de Tati Bernardi, a paz de Gandhi e a garra de Cris Guerra. Sou a irreverência de Carpinejar, a sensualidade de Elisa Lucinda e a inteligência de Martha Medeiros. Sou a alegria do carnaval e a nostalgia de uma lembrança. Sou um pedaço de tudo e a metade do nada. A mulher que ama, a loba que caça, a fêmea que seduz, a menina que sonha… Açucarada e ácida, cada um tem de mim o que merece!
Contato
Mantra
“Amanhã fico triste... amanhã! Hoje não... Hoje fico alegre! E todos os dias, por mais amargos que sejam, eu digo: Amanhã fico triste, hoje não...”
“... mas é que no céu dela, as nuvens eram de algodão doce. E ela se lambuzava.” (Caio F. Abreu)
Você só tem que escutar os caminhos... E seguir por eles!!!
... colorir os dias com cores vivas, mesmo que o céu esteja cinzento.
E os dias terão sempre o tom das cores com as quais você os pintar.
“Mas o que quer dizer este poema? – perguntou-me alarmada a boa senhora. E o que quer dizer uma nuvem? – respondi triunfante. Uma nuvem – disse ela – umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...” (Mário Quintana)
Entre estrelas perto da lua... Caminhando entre nuvens, esbarrei em cometas e pintei o arco-íris pra te impressionar. Aproximei do sol, toquei num meteoro pra te conquistar.
“... O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares... dormindo ou acordado” (Shakespeare)
Espiaram as nuvens
O que merecemos?
Doces sonhos de algodão doce... Sempre!!!
Um céu de possibilidades...
“Da janela do meu quarto, vejo o céu azulado, coberto de doces nuvens de algodão doce. (...) Invento danças que danço com os anjos, e voo até bem perto das estrelas… Fecho os olhos e imagino… Imagino tudo o que tiver vontade de imaginar… Seria tão bom, se toda a gente tivesse um céu como o meu, pintado da forma que cada um quiser, na janela do seu quarto, ou na parede do seu ser, inspirado em si mesmo, e vivido, a cada anoitecer”
Para viver é preciso adaptar-se!!!
Inventar formas
“Eram nuvens. Brancas e lindas. Vinham vindo em minha direção. Olharam-me, piedosas, e souberam o que eu trazia comigo. Tiveram pena de minhas penas todas. E formaram um lindo coração no céu. E ele ficou lá por longo tempo. E quem olhou pro céu naquele tempo pôde ver. Era um coração pra quem enxergava coisas do coração.”
Simples assim
“Duvide de si mesmo e você duvidará de tudo que vê. Julgue a si mesmo e você verá juízes por toda parte. Mas se você ouve o som de sua própria voz, você consegue elevar-se acima da dúvida e do julgamento. E você consegue ver eternamente”
Acreditar
“Certas coisas se juntam de uma maneira tão inexplicável que eu chamo isto de Deus” (Caio F. Abreu)
“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce.(...) repito sete vezes para dar sorte: que seja doce, que seja doce, que seja doce, e assim por diante.”
P.S.
Esse cantinho é minha Terapia Ocupacional... Aqui posto letras de músicas, textos e frases de autores/as que eu amo (muitas vezes me identifico) e deixam meus dias mais leves. Por isso, resolvi compartilhar. Que – como o blog – o nosso céu seja sempre de “nuvens de algodão doce” (pra quem consegue sonhar e enxergar coisas do coração)... estrelado... brilhante... de luz!!! Deixo aqui uma nuvem de sorrisos... meu melhor abraço e energias positivas a todos que passarem por aqui! São super bem vindos!!!