"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sexta-feira, 27 de abril de 2018

       modificado
#hoje é o dia do “se me permite”




“Ninguém cruza nosso caminho por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão.”



Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos.

Lucas 5:37-38  / NTLH

quinta-feira, 26 de abril de 2018



Abra o peito,
escancare portas e janelas e,
com gestos firmes e passos largos,
atravesse tardes,
continentes e parágrafos.
Abandone a espera.

Transmute o fundo do poço
em fonte inesgotável,
reaja, almeje o céu,
alcance o horizonte,
rasgue a noite feito estrela
em cadência luminosa.
Busca.

Supere o cansaço,
desabilite o desânimo,
exonere o medo,
desenterre a esperança,
desembrulhe o fôlego
e transponha incertezas
mesmo que oceânicas.
Vá ao encontro.

Abrace a melodia,
bagunce o poema,
ignore a distância.
Chegue a tempo.

Então, descansa:
esteja e deixa
que o amor te encontre.

Não sou mulher de, apenas, primeiro nome.
Tenho sobrenome, suor e lágrimas.
Respeite a minha história.
#daSilva

gostaria de roupas que não precisam passar


“Os bastidores de nossa vida só nós conhecemos. As cortinas abrimos em partes, e mostramos o que julgamos necessário. Mas a peça completa, cada ato, só nós temos escrito em um caderno particular que não precisamos mostrar a ninguém.
Só nós sabemos - só nós - a coragem que temos para continuarmos sendo o que somos.”

- Rachel Carvalho


Não se canse de lembrar ao povo as leis deste Livro, e você mesmo trate de meditar nelas todos os dias e todas as noites, para ter certeza de que está sendo obediente em tudo o que nele está escrito. Só assim você prosperará e terá sucesso.

Josué 1:8 / NTLH

terça-feira, 24 de abril de 2018


 Tome muito cuidado com os rótulos, pois já vi:
Mulher mais valente que homem,
Homem mais sensível que criança,
Criança mais sofrida que velho,
Velho mais rápido que jovem,
E jovem mais sábio que velho.
Já vi graduados darem aula de ignorância,
E analfabetos ensinando a vida!
E assim segue a estrada,
Ler o rótulo de um vinho, nunca será igual a sentir seu gosto.
E, nem sempre a primeira impressão é a que fica... 

| Stella Petra

relações curtas


Ao anunciar para uma amiga o fim de um namoro, a primeira pergunta que ela me fez (aliás, a única) foi: “quanto tempo vocês ficaram juntos?”. Percebi que, dependendo da minha resposta, ela decidiria se eu merecia um abraço apertado ou um simples “ah, amanhã você nem lembra mais” e pularia para outro assunto.
“Seis meses”, respondi.

Adivinhe. Ela nem perdeu tempo com a sequência da frase, disse apenas “ah” e então começou a falar de si mesmo, seu tema favorito. Não mereci nem um “que pena, miga”.
Meu histórico romântico é modesto em quantidade. Vivi um longo amor na adolescência, depois um casamento que durou 21 anos e então um turbulento affair que durou oito. Não se pode dizer que é o perfil de uma aventureira. Ao término dessa tripla jornada eu já havia chegado aos 50, não era mais uma garotinha. Mas foi justamente depois disso que alguns romances começaram a ser realmente passageiros se comparados à minha média anterior. Seis meses pode, de fato, parecer um rolo sem consequências que, quando chega ao fim, não estimula sua turma a alcançar um lenço.

Mas, como diz meu amigo Carpinejar, relações curtas nem por isso são pequenas. São curtas porque a maturidade nos dá outra dimensão do tempo: já não fazemos investimentos a fundo perdido. Conhecemos nossas capacidades e limitações, sabemos o que podemos suportar e o que não, e até desenvolvemos a proeza de prever o futuro: isso funcionará, isso nem com a bênção do santo. Mas tentamos. E de tentativa em tentativa a gente vai escrevendo capítulos curtos tão significativos quanto relações longevas consideradas “sérias”.

Sério, sério mesmo, nada é, já que morreremos amanhã ou logo ali. Mas vale dar alguma gravidade aos amores, não grave no sentido de sisudo, mas no sentido de importante. Sendo assim, relações que duraram 100 dias, ou que duraram 72 horas, ou que nem chegaram às vias de fato, habitando apenas o universo da fantasia, podem ser tão impactantes quanto uma história arrastada com alguém que, como diz a piada, você chama de “meu amor” porque esqueceu o nome da pessoa.

Relacionamentos iniciados na juventude e que se estenderam por décadas nem sempre são tão dignos: às vezes, é só a preguiça e o comodismo unidos contra a vontade de cair fora. Já os amores da fase madura não dão ibope à farsa. Quem ainda tem 20 anos está desculpado de se iludir, mas quem já tem alguma quilometragem não estica a discussão.

Isso não é desamor, não é frieza. Ao contrário, é a crença entusiasmada de que é possível encontrar alguém que equalize e que torne a vida mais completa e prazerosa - oxalá, pra sempre. Mas sem condescendências insanas. Quem chegou aos 50, aceita a solidão que lhe cabe e só abre mão dela se valer muito a pena. Se valer, amará com entrega e verdade, mesmo sem a chancela da eternidade.




#eu acredito!
Se a posição dos astros influencia as marés, como não nos influenciaria, já que somos compostos por mais de 70% de água?


Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele. 

Provérbios 22:6 / NTLH

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Deus ri



A lista de mortos da gente vai aumentando com o tempo.

Quando eu era pequena não tinha noção desse morre e nasce. Mesmo porque ninguém meu morria.

Tudo tinha um quê tão definido de eternidade, tudo durava tanto e a vida não faltava; a vida era pontual como os quintais e as goiabeiras ali. Todo dia ali. Existindo.

Eu não tinha a mínima noção desse vai-e-vem. Desse revezamento. Desse rodízio da humanidade: quem vai pro saque, quem sai do jogo, quem é escalado, quem vai pra reserva.

Nada disso havia na minha menina. Agora não. Agora morreu Tião Sá, o filho do Joelson, a mãe de Márgara, Chiquinho Brandão, minha Mãe, minha irmã, Bukowski, Cazuza, Grande Otelo, Mario Quintana, Senna, Fellini, Sérgio Sampaio e tantas mil gentes engrossando a fileira da bola fora.

O itinerário das vias de cada um vai estourando como bolas de aniversário na minha cara e vai ficando longe o tempo em que os meus não morriam. Nem quando eu queria.

Deus com certeza ri. Não de sarcasmo. Mas pelo costume de ver passar as boiadas. E de olhar pra elas despencando na curva final das planícies.
Pra onde, só Deus sabe.
E é por isso que ele ri.


RIP Hosana Cristina Estevão

sábado, 21 de abril de 2018



“Dizem que a velhice é a idade do pôr-do-sol; e é verdade!  
Mas há “pores-do-sol” que todos param para olhar…”

– Richard Gere


#dia de Tiradentes


Viver é melhor que sonhar, mas que se dê crédito ao onírico: nenhum ser vivo é páreo para um fantasma. Uma história construída e patrocinada pela mais febril imaginação não tem como ser esquecida.

Ela era uma mulher que por oito anos recebeu cartas de um homem que nunca se apresentou diante dela, nunca disse quem era, mas que ofertou as mais arrebatadoras declarações de amor, aquelas que confirmam que o ponto G fica mesmo no ouvido, como disse certa vez Isabel Allende. Por oito anos, ela manteve uma relação epistolar que sobreviveu graças à expectativa, mas que nunca evoluiu para abraços e convivência. Os outros homens que dela se aproximavam recebiam a atenção da moça e promessas de enamoramento, mas eram previamente avisados sobre as tais cartas anônimas. Os pretendentes mais espertos logo intuíam: seria impossível disputar com um amante idealizado.

Esse é um resumo acanhado do livro Minotauro, do israelense Benjamim Tammuz, mais um golaço da editora Rádio Londres, que só publica fera. O livro vai além, vai mais longe, mas aqui eu me retenho: o que é mais poderoso, um desejo consumado ou um desejo que jamais se realizou?

Volto algumas dezenas de anos atrás, quando eu, uma jovem garota inexperiente, vivi uma longa paixão por um tenista que nunca havia dedicado nem cinco segundos a me olhar. Muitos anos mais tarde, eu descobri que era correspondida, e, então, adultos, acabamos tendo um affair que teve a velocidade de um voleio. Iniciou, acabou. E passei o resto da vida com saudade daquilo que eu havia experimentado antes de termos nos relacionado: do meu desconhecimento ingênuo e de todas as situações românticas que passei bons anos da minha adolescência imaginando. Maldita ansiedade que me fez querer conferir se a vida poderia reproduzir o sonho. Não, ela nunca consegue.

A idealização é um acontecimento em si. Mesmo por alguém que nunca vimos, ou especialmente nesse caso. Sem um rosto e sem uma voz que nos faça cair na real, alimentamos um sentimento que ignora a atração física, que resiste na mais absoluta e pura invenção.

Paixão lúdica, anárquica, espetacular.

A cada manhã, você conversa em silêncio com alguém que parece ocupar um lugar à mesa da cozinha, à tarde você passeia ao lado de alguém que pega sua mão mesmo não estando ali, e à noite os travesseiros testemunham seu corpo solitário ocupar a cama inteira e torná-la pequena para tanta fantasia.

O fantasma atende suas súplicas. Ele responde às suas inquietações. Ele sabe o que você pensa e só aguarda o seu chamado para entrar em cena. Com ele não há mal-entendido, não tem ausência por motivo de força maior, não tem a passagem do tempo trivializando suas ilusões cinematográficas.
Ele a quer do jeito que você sempre quis. Ele não fala sobre política, Lava-Jato, violência – tem coisa mais empolgante pra tratar. O assunto preferido dele é você, olhar pra você, adorar você. E ele não atrasa, não mente, não desaparece. O irreal é seu amor para sempre e você é o amor perfeito que ele não sabe que possui.

Por mais que tente, nenhum ser humano é capaz de igualar essa proeza.

A não ser os psicopatas, lógico.


Meus irmãos, por acaso pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? 
Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce. 

Tiago 3:12  / NTLH

quinta-feira, 19 de abril de 2018


#dia do índio
Recruta Zero

 #dia do exército brasileiro

não é uma tragédia


Essas coisas acontecem. Um jovem adoece no verão. Um senhor é atropelado por um taxi. A biópsia aponta que o tumor é maligno. Essas coisas acontecem todo dia. E todos os dias saímos de casa achando que jamais acontecerá conosco. Uma doença leva embora um pai. O médico comunica um exame preocupante. Uma moto atravessa um sinal fechado. Todos os dias isso acontece. E todos os dias nossos planos são os mesmos. Trabalho, almoço, trabalho, jantar.

Não acho que seja uma tragédia quando essas coisas acontecem com a gente. Dizemos: “Que tragédia! Morreu tão cedo!”. Não acho que seja uma tragédia. Acho que a vida é um amontoado de caos e coincidência. Acho que hoje estamos aqui e amanhã não estamos mais. Uma tragédia é não agradecer por esse tempinho que estamos aqui. Uma tragédia é não valorizar a vida em família. Uma tragédia é trocar o sorriso do nosso filho pelo celular. Um passeio em família pelas preocupações do trabalho.

Uma tragédia é não abraçar as pessoas hoje. Uma tragédia é passar a vida em branco. Uma tragédia é achar que um dia vamos ser felizes, não hoje. Uma tragédia é achar que não vai acontecer com a gente. E a vida vai ficando pra depois. Um dia eu mudo de emprego. Um dia eu digo que gosto dela. Um dia eu faço uma viagem. Um dia eu vou ser voluntário nesse projeto.

Não acho que seja uma tragédia uma jovem cheia de planos descobrir uma doença grave. Acho uma tragédia quando aprendemos a valorizar o que temos só depois de perder. Acho uma tragédia não termos ido ainda para aquela viagem dos nossos sonhos. Acho uma tragédia viver de aparências. Acho uma tragédia ter comprado coisas achando que isso seria felicidade. Acho uma tragédia trabalhar em algo que você odeia. Acho uma tragédia você passar a vida brigado com alguém.

A morte não é uma tragédia. Tragédia é quando a gente não viveu.


Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
Como dizem as Escrituras Sagradas: “Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim”.

João 7:37-38 / NTLH

quarta-feira, 18 de abril de 2018



O “NÃO” é uma palavra curta capaz de resolver muitos problemas compridos.


mulheres inteligentes e caras pra lá de babacas



Toda mulher que se preze já se apaixonou por um babaca. 
A história é quase sempre a mesma, o final também. A gente conhece um cara, ele se mostra doce, maravilhoso e bem resolvido. A gente – encantada – guarda a intuição no fundo da gaveta, veste o melhor decote (e o melhor sorriso) e sai linda, leve e solta para mais um capítulo cheio de frases mal contadas, celular desligado e eventuais sumiços. 

Verdade seja dita: a gente sente que tem alguma coisa errada, mas acaba fazendo vista grossa. E acha que está sensível demais, exigente demais, desconfiada demais. E deixa rolar. O resultado? O cara te enrola, te pede desculpas. Depois vacila de novo e te enche de presentes. 

Meninas, estou escrevendo este texto para eu mesma decorar. Imprimir. E nunca mais esquecer. A gente não pode sair por aí perdendo nosso tempo com esses babacas. Chega de desculpar tanto, de tampar o sol com a peneira. 

Quando um cara realmente está a fim de você, ele vai até o inferno por você. Essa verdade ninguém me tira. Não tem trabalho, família, futebol, amigos, crise existencial, nem celular sem bateria que façam com que ele – caso tenha educação e a mínima consideração – não tenha tempo de dizer um simples “oi”. 

Isso não é pedir muito, concorda? O cara não precisa dar satisfação a toda hora, te ligar várias vezes por dia, isso é chato e acaba com qualquer romance. O que eu quero dizer é que mulher precisa de carinho. Atenção. E uma sacanagem bem-dosada. Se o sujeito vive brincando de esconde-esconde, não responde lindamente suas mensagens, não te chama pra sair com os amigos dele e nem tenta te agarrar quando você diz que está com uma lingerie de matar por debaixo da roupa, minha amiga, o negócio está feio. Muito feio. 

Confesso que não é tarefa fácil colocar um ponto final de uma hora pra outra nessas histórias. Somos seres românticos, abduzidos pelos finais felizes dos filmes e livros. A gente sempre acha que alguma coisa vai mudar, que ele vai perceber TUDO o que está perdendo e vai aparecer com flores na porta da nossa casa. 

Mas a realidade é diferente. Não somos a Julia Roberts, não estamos numa comédia romântica e, na vida real, homens são simples e previsíveis. Quando eles querem uma coisa, não há nada – nem ninguém – que os impeça. Portanto, anotem aí: quando um cara está a fim de você, ele vai te ligar, ele vai te procurar, ele vai te beijar, ele vai querer estar sempre com as mãos em cima de você. Não sou radical, apenas cansei de dar desculpas pra erros que não são meus. Ou são. Afinal um cara babaca sempre dá pistas de que é babaca. 

Só não enxerga, quem não quer.


Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus. Porque Deus julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros e usará com vocês a mesma medida que vocês usarem para medir os outros.

Mateus 7:1-2  / NTLH

terça-feira, 17 de abril de 2018


Estranhamente eu me vi contente quando o meu pai baixou hospital. É um sentimento feio para se confessar, mas foi o que aconteceu comigo. Não consigo definir se era felicidade ou alívio.

O meu pai sempre foi rigoroso comigo, de meias e duras palavras, sério, distante, inacessível. Demonstrava afeto e importância falando de dinheiro, se eu precisava de alguma coisa, mais nada, nunca descobri o que pensava e o que desejava, jamais expôs uma outra preocupação carinhosa.

O máximo de contato que tivemos se resumiu a seu aceno uma vez na rodoviária quando segui viagem para estudar na capital. O pássaro de sua mão voando tornou-se nossa recordação mais próxima. Quisera ter fotografado.

Já no hospital, pela primeira vez, eu poderia tocar em sua pele, sem medo, sem susto, sem que ele virasse o rosto, sem ser ofendido. Fiquei perto da cama o observando: uma rocha no mar que recebe a superfície afofada do líquen.

Ele, indefeso, apresentava uma nova autoridade. A autoridade do amor. A sabedoria da fragilidade: nem tudo passa, a amizade dos filhos, surpreendente e incompreensível, grudava-se na pedra.

Fiz questão de cuidá-lo. Ele que nunca me beijava, nunca segurava a minha mão, nunca me abraçava, nunca pedia um favor. E eu o beijei, eu o abracei, eu entrelacei os meus dedos em seus dedos enquanto dormia, eu segurei o copo d’água perto da boca, com a calma sôfrega do canudo.

Recuperei todo o nosso tempo perdido nas três noites de vigília.

Quando ele se recuperou, voltou a ser o que era antes, fechado e distante. Mas eu não voltei a ser a mesma pessoa.




Ando com vontade mesmo, é das coisas mais simples e neutras.
Vida leve, roupa solta, pés na terra e rasteirinhas.
Caminhar à pé e comprar fruta na mercearia.
Encontrar gente e olhar nos olhos.
Com-versar.
Cheirar o mar e sentir o Sol sem filtros...

By Maristela Kosinski
#amadure-ser



Façam tudo sem queixas nem discussões para que vocês não tenham nenhuma falha ou mancha. 
Sejam filhos de Deus, vivendo sem nenhuma culpa no meio de pessoas más, que não querem saber de Deus. 
No meio delas vocês devem brilhar como as estrelas no céu.

Filipenses 2:14-15 / NTLH

domingo, 15 de abril de 2018



Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem.

Tinha cinquenta anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. 
Se me for dado o privilégio de chegar aos noventa em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante.

O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção: o feto de seis meses é muito mais velho do que o embrião de cinco dias.

Drauzio Varella
#arte de envelhecer


#questão de referência

somos fênix



A estranha ave lendária que se imolava no fogo e dele renascia é muito usada como metáfora de nosso próprio renascimento de horas ou fases muito difíceis.

Ninguém, eu acho, olhando sua vida, pode dizer que jamais teve esta sensação: “Agora, acabou; nada faz sentido”. Ou: “Não vou agüentar”. Ou: “Isso eu não vou poder suportar”. Coisas desse gênero.

No entanto, me ensinou a vida, mesmo quando estamos numa UTI emocional, como a perda de alguém muito amado, esperando ou até desejando o fim e a paz, um dia conseguimos levantar, somos liberados dos aparelhos que nos mantinham vivos, chegamos até a porta... somos transferidos para um quarto mais promissor.

Dali, podemos espiar o corredor, andar por ele quem sabe apoiados em alguém ou de bengala, e finalmente conseguimos respirar. “Estou respirando livremente. A pedra pesada e escura no meu peito aliviou. Um pouco. Mais um pouco. Talvez eu nunca me livre dela inteiramente, mas estou aprendendo a lidar com ela. Tenho para isso o resto da minha vida.”

Tenho agora a força do pensamento de que o ser amado que se foi está em outra dimensão, outro registro, mas presente, gostaria que eu saísse da sombra da dor e voltasse a viver: em sua homenagem também, porque a vida deve ser vivida, merece ser vivida. Pessoas queridas nos ajudaram, confortaram, ou simplesmente foram uma presença bondosa e quieta. A gente sabia sem grande escarcéu: ele, ela, está ali para mim.

Estamos vivos. Saímos das próprias cinzas. Existe o mundo com suas belezas e crueldades, existem as pessoas com seus amores ou maldades, existem a loucura, a neurose, o rancor inexplicado, a violência e a guerra, mas também existe vida. Esse primeiro movimento para alguma claridade é como comprar uma flor e botar no vaso à nossa frente quando pouca coisa parece sobrar. E depois, a janela aberta sobre a floresta, ou o mar, ou o belo parque, a porta aberta para algumas pessoas especiais, porque multidão ainda não aguentamos. Essas que, longe ou perto, estiveram ao nosso lado ao redor da fogueira sabendo, torcendo para que a gente pudesse renascer do montinho de cinza em que tínhamos nos transformado.

Descobrimos ou redescobrimos o valor dos afetos, das coisas simples, daquela voz no telefone, aquele e-mail ou Whats, daquele passo no corredor, aquele gesto afetuoso ou um simples olhar de cumplicidade - pois nem todos sabem, ou conseguem, grandes abraços e palavras, mas estão ali conosco. E tudo isso nos fez de novo viver.

A fênix incansável volta a andar, a abrir as asas, a tentar seu voo: isso somos, até que um vendaval mais forte nos carregue também. Em paz.


“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” 

Habacuque 3:17-18

Senhor Deus, ainda que as adversidades se levantem contra mim, 
ainda que eu não alcance o resultado que eu espero 
e mesmo que as coisas pareçam tão difíceis, 
a ponto de me fazer pensar em jogar tudo para o alto, 
ainda assim, eu quero poder me alegrar e glorificar ao Senhor, 
porque em Ti, eu sei que as tribulações são passageiras 
e que logo o Senhor me trará a vitória. 
Obrigado pela Sua fidelidade. 
Eu oro em nome de Jesus. 
Amém!

sexta-feira, 13 de abril de 2018




“Se te contentas com os frutos ainda verdes,
toma-os, leva-os quantos quiseres. 
Se o que desejas, no entanto, são os mais saborosos, 
maduros, bonitos e suculentos, 
deverás ter paciência.
Senta-te sem ansiedades.
Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.
Aguarda.
Os frutos vão amadurecer.”

(Prof. Hermógenes)



#paciência