De tudo que a vida me deu, gostaria de devolver 10 quilos.
domingo, 31 de julho de 2016
sem arrego
“Resmungos e ranger de dentes não vão ajudar, as coisas
mudaram e precisam ser assimiladas o quanto antes, porque vieram para ficar.
Resistir ao que de todo modo vai acontecer seria falta de sabedoria e perda de
tempo.”
Me senti uma garotinha de cinco anos ao ler esse puxão de
orelhas que havia sido direcionado a mim. Em três linhas eu havia sido chamada
de birrenta e burra. Tranquei o choro.
Mas logo me dei conta de que eu não tinha mais cinco anos e
que não deveria levar a reprimenda tão a sério, afinal, foi direcionada a mim,
mas também a outros tantos, e por alguém que nem me conhece direito. Resolvi
achar graça e tocar minha vida sem me perturbar com questões menores.
Mas ele não se abalou com meu pouco-caso e seguiu com a
artilharia pesada.
“Tenha cuidado com esse cansaço que pesa sobre a alma, pois é
ele que induz a acreditar na ilusão de que os problemas poderiam ser resolvidos
de uma tacada só, com fórmulas mágicas. Isso não acontecerá de jeito nenhum.”
Rogando praga. Insolente. Quem disse que estou com cansaço na
alma, quem?
Resolvi ler o que ele dizia sobre os outros signos.
Realmente, ele não era um representante da geração paz & amor, mas pegava
mais leve com Áries, Gêmeos, Libra. Comigo é que a rudeza imperava. Perseguição
nítida.
A solução era simples: deixar de dar ibope para as suas
ralhações astrológicas. Ignorar. Estava decidida a fazer isso a partir do dia
seguinte. Porém, o novo dia amanheceu, como sempre amanhece, e eu me vi
espichando o olho para aquele quadradinho minúsculo com três pequenas linhas
onde cabia toda a ira do universo contra mim. Foi então que compreendi como
funciona a cabeça dos leitores que odeiam certos colunistas do fundo do
coração. Xingam, rosnam, ofendem, mas não os abandonam nem sob decreto.
“Nada que for feito intempestivamente ajudará a resolver
coisa alguma. Certamente, não será fácil conter os impulsos, mas, se você não
se empenhar nesse sentido, sua alma não merecerá ser chamada de humana.
Contenha-se!”
Nunca homem algum ousou mandar eu me conter, o abusado foi o
primeiro — e ainda usou ponto de exclamação!
Mas se há algo que sobra em mim é resiliência. Se ele acha
que vou bater em retirada, engana-se. Vou continuar aqui, pode continuar me
atacando, eu aguento.
“Os temores arraigados em sua alma (lá vem ele com essa
história de alma outra vez) têm sobre você o poder que você lhes outorgar, nem
um pouco a mais do que isso. Esses temores são fantasmas que assombram a
perspectiva de progresso que se encontra disponível.”
Entendi. É tudo coisa da minha cabeça. Sou responsável pelas
minhocas que coloco na cabeça, e você é apenas um filósofo a serviço dessa
reles criatura que teima em não evoluir.
Não me faltava mais nada. Humilhada pelo meu próprio
horóscopo.
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Martha Medeiros
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa
nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.
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Fernando Pessoa
terça-feira, 26 de julho de 2016
Seria mais ou menos isso, o que diria, uma boa vó que se
preze:
- “Trate de viver, e muito bem, meu bem, cada momento.
Eu sei que parece que passa lento, mas é feito vento, que
passa, e passando, passa, e quando se vê, só nos restam lembranças, então: faça
com que sejam boas as tuas lembranças, porque no fim, lembrança será tudo o que
você vai ter...”
#dia dos avós
Parabéns aos “pais com açúcar”
combo família
Com a recente transformação da estrutura familiar, hoje
formada por madrastas, padrastos e meio-irmãos, e diante do rearranjo veloz de
relacionamentos ao longo da vida, ficou comum a expressão arcar com o pacote.
Quando alguém casa com mulher ou homem com filhos de outros
casamentos, logo fala aos amigos que terá que comprar o pacote inteiro.
Mesmo soando como uma manifestação de amor (“se eu não te
amasse não assumia todo o pacote”), a frase tem um quê de pesar, um tom de
incômodo. É, na verdade, uma confissão de sacrifício.
A declaração é infeliz, pois sublinha o apesar, ressalta o
desconto, enfatiza a restrição. O pacote é uma inevitabilidade forçada, aponta
os malefícios do benefício.
As crianças são tratadas com uma conotação de contrariedade.
Não adianta elogiar a companhia cometendo uma crítica velada
à paternidade ou à maternidade. Não adianta homenagear o namoro e atacar os
filhos, compreendidos como um fardo e juros de antigos amores.
É necessário entender que o filho não é opcional, não se
abandona o laço, é parte irreversível do caráter do pai e da mãe.
Na hipótese do pai e da mãe desprezarem as crias em nome de
uma relação recente serão também péssimos amantes e cuidadores.
O natural é não falar nada, deixar as coisas acontecerem,
permitir que a amizade nasça da espontaneidade e se fortaleça no decorrer do
tempo.
Não há como gostar de alguém por antecipação, mas tampouco é
justo desgostar prematuramente, que a rejeição não seja herança de
condicionamentos culturais e preconceitos sumários com quem já tem um passado.
Recorrer à ideia de combo é anunciar nitidamente que está
levando algo que se quer com algo que não se quer.
A gravidez desejada não acontece uma única vez na vida com os
pais da criança, acontece sempre que se inicia uma nova família com os filhos
já crescidos.
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Fabrício Carpinejar
quinta-feira, 21 de julho de 2016
“Sabe aquela saia curta?
A vida pode ser mais ainda!
Sabe aquela mania de guardar os copos de cristal para serem
usados em ocasiões especiais? Ou comprar um vestido lindo e caro para usar uma
vez num casamento, e só se lembrar de novo quando ele manchar de mofo?
Abuse! Nunca sabemos quando será a última vez. Das roupas. Da
vida.”
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Cris Guerra
Eu sofri. Meu Deus, como eu sofri com amores errados, ilusões, migalhas, coisas que achava que eram e nunca foram, paixonites enlouquecidas, vontades desesperadas.
Eu posso dizer para você com todas as
letras do alfabeto eu-sofri-muito.
E sim, passou.
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Clarissa Corrêa
Quando a tarde estava prestes a encerrar seu expediente, quase noite, uma cigarra começava a cantar no flamboyant que morava no jardim lá de casa.
Nunca soube se era uma só que cantava ou se eram várias e elas se revezavam. O canto parecia sempre o mesmo, só mudava o dia, que dia sempre teve essa mania de mudar.
Nas proximidades do canto, tocava na rádio a Ave-Maria e um silêncio respeitoso abraçava tudo, aproximava as pessoas.
Não precisava olhar para o relógio, eu sabia que eram seis
horas.
Minha mãe, as minhas avós, paravam o que estavam fazendo para
ouvir aquela música.
Silenciavam, murmuravam coisas que eu não entendia.
Às vezes, chegavam a chorar, sem que meus olhos atentos
pudessem entender os motivos.
Não importa as crenças que as alimentavam, elas não perdiam contato com a espiritualidade.
Com a transcendência.
Com aquilo que é maior do que nós, sendo também em nós.
Eu não tinha a menor noção disso.
Hoje, eu tenho.
Agradeço por ter crescido exatamente ali, onde havia, ao menos, a cada fim de tarde, um espaço para o sagrado.
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Ana Jácomo
quarta-feira, 20 de julho de 2016
a inutilidade e o amor
Ter que ser útil pra alguém é uma coisa muito cansativa. É
interessante você saber fazer as coisas, mas acredito que a utilidade é um
território muito perigoso porque, muitas vezes, a gente acha que o outro gosta
da gente, mas não. Ele está interessado naquilo que a gente faz por ele. E é
por isso que a velhice é esse tempo em que passa a utilidade e aí fica só o seu
significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica. É o
momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade.
Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois
da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre peço a
Deus para poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que
possam me proporcionar a tranqüilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem
perder o valor.
Quero ter ao meu lado alguém que saiba acolher a minha
inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que possa saber que eu não servirei
pra muita coisa, mas que continuarei tendo meu valor.
Porque a vida é assim, fique esperto, viu? Se você quiser
saber se o outro te ama de verdade é só identificar se ele seria capaz de
tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? Pergunte a si mesmo:
quem nessa vida já pode ficar inútil pra você sem que você sinta o desejo de
jogá-lo fora?
É assim que descobrimos o significado do amor. Só o amor nos
dá condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que
tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir do outro: “você
não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você”.
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Pe. Fábio de Melo
terça-feira, 19 de julho de 2016
Quando eu era menino, os grandes, nas rodas de conversa que eu participava, viviam repetindo “antigamente, antigamente”.
Perguntei quando era “antigamente” e eles me deram respostas
indefinidas, sem data certa.
Agora eu sei: antigamente é um tempo que se foi,
mas que se recusa a ir de vez e fica dentro da gente, atormentando o coração
com saudade.
Agora eu também falo do “antigamente”...
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Rubem Alves
divagações sobre o amor
E então veio o julgamento sem dó: Não sei o que ela viu nessa
criatura. Pobre da mulher. Não fazia nem 10 minutos que tinha apresentado o
novo namorado e bastou se afastar dois passos para que as amigas, em
assembleia, rejeitassem sua escolha.
O que ela havia visto naquele sujeito comum, altura mediana,
rosto sem personalidade, um cara retraído e sem graça? A resposta não estava
nele. Se olhassem para ela, saberiam.
Ela e seus olhos faiscantes, ela e seu sorriso tão largo que
escapava por trás das orelhas, ela que parecia estar de sapatilhas dançando O
Quebra-Nozes, ela que descobrira como renovar todo o colágeno da pele, ela que
pela primeira vez usava um decote profundo. O que importava a retração aparente
do sujeito? Estava tudo explicado.
Quando a gente diz “eu te amo” para alguém, está sonegando o
resto da informação. “Eu te amo”, assim, resumido, dá a entender que amamos
aquela pessoa apenas pelas qualidades que ela tem, mas não é assim que
funciona. Quem tem uma coleção de defeitos também é amada, então a lógica acaba
de se retirar deste debate. Não amamos o outro. Amamos o que o outro provoca em
nós.
Se a declaração fosse completa, diríamos: te amo porque você
acabou com a minha soberba, eu que tinha um discurso pronto sobre a superioridade
dos solitários. Te amo porque sua entrada na minha vida me fez sentir com 10
anos menos. Te amo porque voltei a acreditar no meu potencial. Te amo porque
descobri que posso ser divertida. Te amo porque me deu vontade de praticar
esportes e mudar minha alimentação. Te amo porque nunca tinha encontrado alguém
que me convencesse a dançar.
Te amo porque eu jamais teria coragem de colocar um cachorro
no meu apartamento não fosse seu atrevimento em me dar um. Te amo porque eu
precisava renovar minhas lingeries. Te amo porque pela primeira vez estou
pensando em me dar alta na terapia. Te amo porque me sinto desejada. Te amo
porque consegui esquecer a minha ex. Te amo porque você me faz batalhar por
projetos que eu já tinha desistido. Te amo porque passei a gostar dos meus
seios. Te amo porque enfrentei os meus medos. Te amo porque estou reconhecendo
outra pessoa no espelho.
Ele? É só um homem gentil, simpático, que trabalha bastante e
resmunga bastante também, que tem um pai botafoguense que nunca o perdoou por
ser vascaíno e que já viveu dois amores que o deixaram mais preparado para
tentar acertar no terceiro.
Ela? É só uma mulher atenciosa, discreta, às vezes um pouco
insegura, que ainda sonha em ser alguma coisa além de bibliotecária e que anda
cogitando ter um filho para se sentir mais completa.
Amor, pensando bem, é gratidão. Duas pessoas comuns tornando
uma a outra especial.
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Martha Medeiros
sábado, 16 de julho de 2016
A triste geração que virou escrava da própria carreira
Era uma vez uma geração que se achava muito livre.
Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a
Europa.
Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos
ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em
família para pousadas no interior.
Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.
Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois
vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim.
Frequentou as melhores escolas.
Entrou nas melhores faculdades.
Passou no processo seletivo dos melhores estágios.
Foram efetivados. Ficaram orgulhosos, com razão.
E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram
subindo pelas paredes.
Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não
precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que
os pais ganharam na vida toda.
Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar.
Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a
carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.
O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta
estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o
cão que corre atrás do próprio rabo.
O problema era uma nebulosa na qual já não se podia
distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição,
o que era ganância, o que necessário e o que era vício.
O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava
para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o
sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.
Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao
invés de sempre ir.
Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde
em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar
todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo.
Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos
35: stent.
Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e
comprimidos para dormir.
Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o
prazo? Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na
equipe? Sim.
Mas para a vida, costumava ser não:
Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da
faculdade porque o estágio demandava muito.
Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva
muito boa de promoção na empresa.
Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque
ficaram até as 2 da manhã no escritório.
Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando
chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.
Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se
perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.
Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha
pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda
pudessem fazer algum sentido.
Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio
automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da
empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal
tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.
Só não tinha controle do próprio tempo.
Só não via que os dias estavam passando.
Só não percebia que a juventude estava escoando entre os
dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.
Texto de Ruth Manus
sexta-feira, 15 de julho de 2016
reflexão para as mulheres
Foi lendo um monte de besteiras que as
mulheres escrevem em livros sobre o ‘universo masculino’, que resolvi escrever
o que segue.
Não tenho objetivo de ‘revelar’ os segredos
dos homens, mas amigos, me desculpem. Não se trata de quebrar nosso código de
ética. Isso vai ajudar as mulheres a entenderem os homens e, enfim, pararem de
tentar nos mudar com métodos ineficazes.
Vou começar de sola.
Se não estiver preparada nem continue a ler.
E digo com segurança: o que escrevo aqui se
aplica a 99,9% dos homens baianos e brasileiros (sem medo de errar).
Não existe homem fiel. Você já pode ter ouvido
isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade. Não é desabafo. É palavra de
homem que conhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens.
Nenhum homem é fiel, mas pode estar fiel (porque está apaixonado - algo que não
dura muito tempo, no máximo alguns meses - nem se iluda ou porque está cercado
por todos os lados). Veremos adiante que não adianta cercá-lo (isso vai se
voltar contra você). A única exceção é o crente extremamente convicto. Se você
quer um homem que seja fiel, procure um crente daqueles bitolados, mas aguente
as outras consequências.
Não desanime. O homem é capaz de te trair e de
te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer
a lascívia. Não é como a da mulher. Mulher tem que admirar para trair; ter
algum envolvimento. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um
motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.
Não fique desencantada com a vida por isso. A
traição tem seu lado positivo. Até digo, é um mal necessário. O cara que fica
cercado, sem trair, é infeliz no casamento, seu desempenho sexual diminui (isso
mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça. Entenda de
uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes. Se quiser alguém que pense
como você, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um
gay enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social.
Todo ser humano busca a felicidade, a realização. E a realização nada mais é do
que a sensação de prazer (isso é química, está tudo no cérebro).
A mulher se realiza satisfazendo o desejo
maternal, com a segurança de ter uma família estruturada e saudável, com um bom
homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho. O homem é mais voltado para a
profissão e para a realização pessoal e a realização pessoal dele vem de
diversas formas: pode vir com o sentimento de paternidade ou com uma família
estruturada, mas nunca virá se não puder ter acesso a outras fêmeas e se não
puder ter relativo sucesso na profissão.
Se você cercar seu homem (tipo, mulher que é
sócia do marido na empresa), o cara não dá um passo no dia-a-dia (sem ela) você
vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas
o seu casamento vai durar pouco. Ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na
comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranquila para se
desenvolver profissionalmente (vai ser um cara sem ambição e sem futuro).
Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não
adianta. Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira... Nada
disso vai adiantar. É lógico que quanto mais largada você for, menor a vontade
do homem de ficar com você e maior as chances do divórcio. Se perfeição
adiantasse, Julia Roberts não tinha casado três vezes. Até Gisele Bündchen foi
largada por Di Caprio. Não é você que vai ser diferente (mas é bom não
desanimar e sempre dar aquela malhadinha).
O segredo é dar espaço para o homem viajar nos
seus desejos (na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher,
ele nem chega a trair, fica só nas paqueras (troca de olhares). Finja que não
sabe que ele dá umas pegadas por fora. Isso é o segredo para um bom casamento.
Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.
Se você busca o homem perfeito, pode continuar
vendo novela das seis. Eles não existem nesse conceito que você imagina. Os
homens perfeitos de hoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente, que
traem esporadicamente (uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam
a mulher, ou seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem
outra família, não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a
mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muito discretos: não
deixam a esposa e nem ninguém da sua relação, como amigas, familiares saberem.
Só, e somente só, um amigo ou outro dele deve
saber, faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual. Pegar e não falar
para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem perfeito
geralmente são numa escapulida numa boate, ou com uma garota de programa
(usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada
de passagem por sua cidade. O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras.
Elas são causadoras de problemas. Isso remete ao próximo tópico.
Esse tópico não é para as esposas, é só para
as solteiras e amantes.
Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de
que homem não gosta de mulher fácil. Homem adora mulher fácil. Se ‘der’ de
prima então, é o máximo. Todo homem sabe que não existe mulher santa. Se ela
está se fazendo de difícil, ele parte para outra. A oferta é muito maior do que
a procura. O mercado está cheio de mulher gostosa. O que homem não gosta é de
mulher que liga no dia seguinte. Isso não é ser fácil, é ser problemática. Ou,
como se diz na gíria, é pepino puro. O fato de você não ligar para o homem e
ele gostar de você não quer dizer que foi por você se fazer de difícil, mas sim
por você não representar ameaça para ele. Ele vai ficar com tanta simpatia por
você que você pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher. Ele vai começar
a se envolver sem perceber. Vai começar a te procurar. Se ele não te procurar,
era porque ele só queria aquilo mesmo. Parta para outro e deixe esse de stand
by. Não vá se vingar, você só piora a situação e não lucra nada com isso. Não
se sinta usada, você também fez uso do corpo dele – faz parte do jogo; guarde
como um momento bom de sua vida.
90% dos homens não querem nada sério. Os 10%
restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com
má fama por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento.
Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no
primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre). Não seja idiota, aproveite o
momento, finja que acredita que ele está apaixonado, dê logo para ele (e corra
o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele. Fazer doce só agrava a
situação. Estamos em 2007 2010 e não em 1957. Esqueça os conselhos da sua avó,
os tempos são outros.
Para ser uma boa esposa e para ter um
casamento pelo resto da vida faça o seguinte: Tente achar o homem perfeito, dê
espaço para ele. Não o sufoque. Ele precisa de um tempo para sua satisfação.
Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão (não seja
dona-de-casa), seja independente e mantenha o clima legal em casa. Nada de
sufocos, de ‘conversar sobre a relação’, de ficar mexendo no celular dele, de
ficar apertando o cerco. Você pode até criar ‘muros’ para ele, mas crie muros
invisíveis e não muito altos. Se ele perceber ou ficar sem saída, vai se sentir
ameaçado e o casamento vai começar a ruir.
Se você está revoltada por este texto, aqui
vai um conselho: vá tomar uma água e volte para ler com o espírito desarmado.
Se revoltar com o que está escrito não vai resolver nada em sua vida. Acreditar
que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se
faz parte da vida, se você é dessas, boa sorte!). Mas tudo é a pura verdade.
Seu marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza, senão não estaria com você,
mas trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro. Isso é
científico. O homem que você deve buscar para ser feliz não é o homem perfeito.
Diferente disso, ou é crente, ou gay ou tem algum trauma (e na maioria dos
casos vão ser pobres). O que você procura pode ser impossível de achar, então,
procure algo que você pode achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira
procurando algo indefectível que você nunca vai encontrar.
Espero ter ajudado em alguma coisa.
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