"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Até lá! :)


Um 2011 abençoado,
bonito, luminoso, perfumado,
feito de muita saúde no corpo e na alma 
para todos nós.

Desejo


“Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar".


No ano novo, bem mais do que nos outros, quero alimentar o meu coração com mais daquilo que eu sei que ele gosta e é capaz de nutri-lo. Quero escolher com todo amor os ingredientes de cada refeição. Cozinhar mais vezes para ele. Usar os temperos que mais aprecia. Dedicar um tempo maior para preparar a mesa. E, depois de servi-lo, desfrutar a delícia de vê-lo saborear o que preparei. Curtir o conforto de me saber responsável pelo seu contentamento. Aquele gostinho bom do “fui eu que fiz pra você”.

No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter mais gentileza com os meus sentimentos. Com todos eles, sem exceção. Quero ter mais habilidade para ouvir o que têm pra me contar, sem tentar abafar a voz daqueles que podem me trazer desconforto. Quero deixar que se expressem, exatamente com a cara que têm. Que me façam surpresas. Que me apontem as mudanças que já aconteceram e me falem sobre aquelas que pedem para acontecer. Quero que me mostrem as regiões ainda feridas em mim que precisam de olhar, de cura ou de perdão. Não quero sentimento acuado, amordaçado, varrido pra debaixo do tapete. Quero ser a melhor confidente de cada um.

No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter mais cuidado com os sentimentos alheios. Mais compaixão. Mais empatia. Mais tolerância. Suspender o julgamento. Trocar a crítica pelo respeito. Parar de achar que eu faria diferente, que eu diria diferente, quando não é a minha vida que está na berlinda. Quero lembrar mais vezes o quanto nos exige cada superação, cada avanço, cada conquista, cada descoberta das chaves capazes de abrir os cárceres que inventamos para nós. Quero lembrar mais vezes do quanto eu falho, mesmo quando quero acertar. Do quanto eu ainda me atrapalho comigo. Do quanto preciso ser generosa com a minha trajetória a cada novo projeto anunciado pela minha alma. A cada nova tentativa. A cada novo tropeço.

No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra. Quero fazer o meu coração arrepiar mais freqüentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha freqüência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente.

No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter atenção com relação ao que sinto, ao que vejo, ao que propago. Mais cuidado para não me intoxicar com os apelos do medo e do pessimismo, tão divulgados nesses nossos tempos. Usufruir mais a sábia isenção que nos permite continuar a ver o melhor para a nossa vida e para a vida de todos os seres, apesar de. Não me importa se eu olhar na contramão: quero ter a coragem de sustentar a minha crença de que o amor, a paz, a luz, hão de prevalecer na Terra, e, enquanto isso não acontecer, quero dirigir também a minha energia ao propósito de que prevaleçam em mim.

No ano novo, bem mais do que nos outros, eu quero me sentir feliz. Uma felicidade que não está condicionada à realização das coisas que, particularmente, anseio para mim. Para a minha história nesse mundo. Para essa personagem que eu visto. Quero, antes de qualquer outra razão, me sentir feliz por encontrar descanso e contentamento no meu coração. Por tocar com o sentimento a preciosidade da vida. Por saber que existem coisas para eu realizar enquanto estou por aqui. Por acreditar que a maior proposta da idéia humana é a felicidade. Não importa quantas nuvens eu possa ter que dissipar no ano que começa: gente, por natureza, é sol, e eu quero viver esse lume.

Guia-me na tua verdade, e ensina-me;
pois tu és o Deus da minha salvação;
por ti espero o dia todo.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sorte do ano


Tive sorte de encontrar você...

Me esquenta no frio
Me refresca no calor


Doses de esperança



"Que tenha brilho, que tenha cores, que tenha asas que voem sem medo…
Que percorra espaços, que encontre abraços, que deslize em mares e se perca entre as flores!
Que venha o novo ano explodindo estrelas porque ela quer mais é comemorar, ela quer mais é viver e sentir que tudo é possível, ela tem a permissão de conquistar, ela quer acreditar.
Que surjam os caminhos, que nasçam as curvas, a estradas retas, os planos junto com as metas.
Que eclodam os sonhos que ela traz nas mãos e que ali onde mora a certeza, cresça o gramado tão verde de esperança.

Ela sorri pelo que há por vir, mesmo sem saber o que virá, ela sabe que está para chegar…"

"Quanto a mim tenho que lhes dizer que as estrelas
são os olhos de Deus
vigiando para que tudo corra bem.
Para sempre.
 E, como se sabe, para sempre não acaba nunca."

Pv 3:27


"Não deixes de fazer bem a quem o necessita,
estando em tuas mãos a capacidade de fazê-lo"

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

você: Presente do ano

...

E presente a gente não pergunta porque ganha...
Só agradece,
beija, abraça, faz carinho e cuida!


"Desejo que encontre maneiras para se fazer feliz no intervalo entre o instante em que cada dia acorda
e o instante em que ele se deita pra dormir...
Que se sinta livre e louco o bastante pra deixar a sua essência florir."

'Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo,
eu tiro um arco-íris da cartola.
E refaço. Colo. Pinto e bordo.
Porque a força de dentro é maior.

Maior que todo mal que existe no mundo.
Maior que todos os ventos contrários.
É maior porque é do bem.
E nisso, sim, acredito até o fim.'
                                                                               

Responsabilidade


Cansei de me flagrar em circunstâncias em que eu jurava que havia ocorrido uma falha do cenógrafo na montagem do ambiente: tudo o mais poderia estar no lugar correto, mas não era para eu estar ali.

Aí era um tal de listar os supostos culpados, lamentar a má sorte, um blablablá triste toda vida, sob o fundo musical de “Ó, Deus, como sou infeliz”.
Muitas cenas depois, porque só o tempo é capaz de nos dar olhos que veem um pouco além das aparências, comecei a encaixar as peças daquelas tais circunstâncias e a perceber que estive exatamente onde eu me coloquei.
Nem um centímetro a mais nem a menos.
Eram os meus sentimentos, minhas dores pendentes de cura, minha resistência à mudança, minhas crenças equivocadas sobre mim, que me atraíam para aqueles cenários.
Peças encaixadas, descobri que, no fim das contas, a roteirista o tempo todo era eu.

Se a história não me agrada, preciso aprender a reescrevê-la até que se torne parecida com a ideia que passa pelo meu coração.
O roteiro só muda quando eu assumo a minha responsabilidade por ele e me trabalho para ser capaz de modificá-lo.

Não adianta culpar o cenógrafo.
.
.
.

O coração do homem pode fazer planos,
mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.

                                                     Provérbios 16:1

domingo, 26 de dezembro de 2010


... E além de todo esse carinho

que você me faz

Fico imaginando coisas

quero sempre mais
 

Quando a gente se abraça, tanta coisa se passa
que não dá pra falar
Nesse encontro perfeito, entre o seu e o meu peito
nossa roupa não dá

Nosso amor é assim, pra você e pra mim
como manda a receita
nossas curvas se acham, nossas formas se encaixam
na medida perfeita

Não adianta nem tentar me esquecer...


♫ Detalhes tão pequenos de nós dois

são coisas muito grandes pra esquecer

e a toda hora vão estar presentes

Você vai ver... ♫

Quero ser a coisa boa
Liberada ou proibida
Tudo em sua vida
...

“A segunda coisa que mais gosto é o sexo com amor.
A primeira é o sexo e quem disser que não gosta está sendo hipócrita.
E a terceira é sorvete”

                                                                       = Roberto Carlos =

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel...


Esse ano fui uma menina muito boazinha.
Passei fio dental, paguei todas as minhas multas e usei camisinha.
Por isso, queria te pedir um presente.
A última vez que te escrevi uma cartinha eu devia ter uns seis anos.
Depois disso, o Thiago, o menino ranhento da minha classe, riu bem alto de mim, me apontando enquanto girava no gira-gira: ela acredita! Ela acredita!

Pois é, eu acreditava, e morri de vergonha. E nunca mais quis saber de você.
Por causa do trauma de ser inocente e do dedo apontado do menino cheio de ranho, você virou um velho tarado que fica de pau duro em shopping, querendo mais é sentar as jovens mães em seu colo barato.
O mundo foi ficando feio e cínico e com cheiro de saco de Papai Noel que não tem tempo de lavar a única calça abafada.

Mas esse ano fui uma menina boazinha e resolvi resgatar o 0,1% de crença que ainda existe em mim e te fazer esse pedido.
Eu acredito, Papai Noel. Eu acredito no amor. Coisa que tá muito mais difícil de acreditar do que num velho fazedor de brinquedo e seus viadinhos sobrevoando nossas cabeças.

Se eu te contasse como foi minha vida amorosa nesses últimos anos, Santa, você diria: pegue seus livros, um vibrador e se mude agora para o Pólo Norte!
Congelada e solitária talvez você viva melhor!

Mas cara, quer dizer, Papy, vou te falar que sou taurina e teimosia é meu sobrenome (na verdade é Pinto, mas acho que dá no mesmo).
E eu ainda acredito no amor. Eu acredito!

Volto agora pra cena macabra da infância.
Thiago tem apenas sete anos.
Ele gira, gira. Segura com uma mão o brinquedo e com a manga do outro bracinho gordo ele limpa seus ranhos.
Escuta aqui, moleque, mas escuta bem: eu acredito que dá pra sonhar.
Dá pra sonhar seu desgraçadinho entupido! Ouviu?
Assopra tapando o nariz pra destampar esse ouvido!

Noel, cara, eu cansei.
Só quero que seja natural, simples, fácil e bom.
Não quero falar o que meus amigos me mandam falar porque se eu falar o que eu tenho vontade de falar poucos vão ficar.
Eu não quero poucos.
Eu não quero muitos.
Eu quero um.
Um amor.
Só um.

Já tive bastante do resto que parece amor, já fiz bastante do resto que parece amor, já provei bastante pro Thiago que ele tava certo em relação a girar e rir e não acreditar e escorrer pelo nariz de medo de ficar aqui dentro.
Agora eu quero sentar no seu colo, sem você ficar de pau duro, e quero que exista alguma porra de pureza nessa vida.


No natal passado eu pedi ao papai do céu o que eu queria...
E Ele deu!!!

Tudo que eu quero de natal...


Eu não quero muito nesse natal
Só tem uma coisa que eu preciso

Eu não me importo com os presentes
que estão embaixo da árvore de natal

Eu só quero você para mim
Mais do que você pode imaginar

Faça o meu desejo se realizar
Tudo que eu quero de natal é você

All I Want For Christmas Is You
(Composição: Afanasieff / Carey)

"Melhor do que todos os presentes
por baixo da árvore de natal
é a presença de amor"

 ...

Algumas pessoas nos encantam
sem pedir a menor permissão.

...


...

Aparecem assim de repente,
roubando a cena, e muita das
vezes o filme inteiro.








...

Preenchem o espaço, iluminam
os cantos, fazem brotar sorrisos,
trazem inspirações.
Invadem nosso mundo
e nossos corações.











São pessoas que realmente tornam a
vida mais bela e mais fácil de ser vivida.


... Assim.
Sob medida como você!!!



Porque a nós nos é nascido um menino, e a nós nos é dado um filho: o governo está sobre os seus ombros, e ele tem por nome Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Eterno Pai, Príncipe da Paz.

(Isaías 9:6)


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

...

Se até o Natal você ainda gostar de mim



























eu prometo gostar de você também.


Quero...


Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre.
Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades.
Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante.
Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém.
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
e que faço falta
quando não estou por perto.”

Acordei com o seu gosto

E a lembrança do seu rosto

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Chegou o verão...


... E com ele também chegam os pedágios, os congestionamentos na estrada, os bichos geográficos no pé e a empregada cobrando hora-extra.

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.

Verão é picolé de ki-suco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é côco verde aberto pra comer a gosminha branca.

Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis.
Mas o principal, o ponto alto do verão é... a praia!
Ah, como é bela a praia!
Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.
Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.
Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.

O verão é Brasil, é selva, é carnaval, é tribo de índio canibal.
Todo mundo nú de pele vermelha.
As mulheres de tanga, os homens de calção tão justo que dá até pra ver o veneno da flecha, e todo mundo se comendo cru.

O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando.
Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias.
Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia.

E as crianças?
Ah, que gracinha!
Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.
As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo.
Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar um poço pra fincar o cabo do guarda-sol.
É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé.

Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar!
Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.

Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa.
A gente abre a esteira velha, com cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros puxa um ronco bacaninha.
Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor.
Mas, claro, tudo tem seu lado bom.

E à noite o sol vai embora.
Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo.
O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde o creme de barbear até desinfetante de privada.
As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa de praia oferece.
Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas.

O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.
Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

Qualquer semelhança com a vida real, é uma mera coincidência!


Veio feito nuvem
numa ventania

Cheia de paixão
 tarde de verão, chovia

Entrou pelos meus olhos
 sutil e tão fugaz

Fera fugitiva
numa tentativa de paz

Relaxou meus nervos
 sentimento alado

Senti minar na pele
transpirar de leve pecado

Revirei teus poros
relâmpago e viril

Rajada de vento em beijos turbulentos
seduziu

Navegar teus sonhos
 regar teu sentimento

Orvalho de amor
flor de pensamento

Nuvem passageira
inverno de paixão

Amor de primavera em chuvas de verão

Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.

O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Às vezes brilha o sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

. . .
É como um sol de verão
Queimando no peito
Nasce um novo desejo
Em meu coração
É uma nova canção
Rolando no vento
Sinto a magia do amor
Na palma da mão

É verão!
Bom sinal!
Já é tempo
De abrir o coração
E sonhar...

Canção de Verão - Roupa Nova


. . .