"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 31 de julho de 2014


Intimidade não se consegue numa noite de sexo. 
Por maior que seja a troca, o prazer, a peripécia, o orgasmo. 
Intimidade é construída diariamente, na resolução de um conflito, na confissão de um trauma, na celebração das alegrias, na torcida por uma vitória, na confiança de partilhar os sonhos mais íntimos. E isso demanda tempo, investimento voluntário, e o desejo de comprometimento. 

Numa noite de sexo por sexo o que se consegue é uma espécie de alívio fisiológico, uma injeção efêmera de endorfinas e serotoninas, ou nem isso. 


Sexo por sexo poderá ser tão saudável quanto sexo com amor, mas não promove intimidade. 


A carícia de quem ama alimenta os seus campos sutis, sua alma; a carícia de quem vivencia apenas o desejo alimenta o corpo. (Uma luz ilumina a superfície, a outra penetra).

Penetrar um corpo numa relação sexual não necessariamente significa comunhão com ele. E o prazer, na ausência da comunhão, é muito mais solitário e individual, mesmo que simultâneo.

Penetrar um corpo com amor é ter vontade de perder-se e a confiança de que se estará seguro nesta entrega de todos os sentidos. 

Poderá haver tanta poesia numa relação quanto em outra, mas intimidade não. 
Poderá haver tanta diversão e desejo em uma como em outra, mas intimidade só se consegue com o antes e o depois em consonância com o durante. 

Sexo sem amor pode ser tão gostoso quanto com. Mas poder dizer um euteamo sonoro com toda a força do teu coração naquele momento em que alguém se funde a você, é um orgasmo-bônus que só a intimidade proporciona...




Hoje é um dia para ser comemorado com muito prazer.
31/07 é o “dia do orgasmo”.
Goze esse dia com muita intensidade!


Cansei de morrer na vida das pessoas... 
Resolvi matar também.


modéstia às favas...

sobre quilos a mais e felicidade


Ela é linda. Tem olhos grandes e expressivos, sorriso brilhante e belos quadris. Interessante, tem papo agradável e outras mil e uma qualidades. Mas quando sobe na balança e o ponteiro passa do que a sociedade julga aceitável, tudo o que ela tem de bom cai no mar do esquecimento e o foco passa a ser os quilinhos que ela “precisa” perder.

Ela disse que ainda não fez aquela lindíssima tatuagem na costela porque antes precisa ficar magra. Afinal, absolutamente nada fica bonito ou sexy em gente gorda.

Ela mora junto e tem o sonho de se casar na igreja (é, naquela cerimônia besta em que você se veste de branco, diz sim e depois te jogam arroz), mas adiou o antigo sonho porque não quer entrar na igreja “como um colchão amarrado pelo meio”.

Ela precisa estar magra para viver um dia de fato feliz. Ela queria a lingerie nova que viu na vitrine, mas não – o marido não vai me achar bonita vestida naquilo. Aliás, eu sou gordinha, então não posso ser bonita.

E deixa eu contar a maior verdade pra vocês: ela é linda mesmo. Ela não percebe os olhares quando ela passa, porque está ocupada olhando-se no reflexo da porta de vidro e encontrando defeitos sem importância. Ela não se deu conta que aquela amiga magrelinha que vive contando vantagem é louca pelas coxas dela. Ela não se deu conta de quanta vida está perdendo pelo simples fato de não ser magra.

Aqueles vinte inofensivos quilinhos a separaram da sonhada tatuagem e da cerimônia de casamento. Do cupcake no último aniversário. Do churrasco em família, da praia de domingo, da sessão de fotos sensuais. Os dias dela estão ocupados com inibidores de apetite, aulas de aeróbica e duras sessões de autodepreciação em frente ao espelho.

Eu juro que não há (absolutamente) nenhum problema em querer estar bonita – chega de hipocrisia, todos nós queremos. Não há nada de errado em ir à academia ou em estar insatisfeita com o que quer que seja no seu corpo. Mas há algo de muito errado em condicionar a isso a sua felicidade. Em guardar a vida para “quando você for magra”. Você tem que ser feliz agora  - sorrindo abertamente enquanto resolve os seus problemas com a aparência, se é que eles existem.

Se cuida – você pode até ficar magra se achar que vai ser mais feliz assim. Mas não espera não: se ama agora.

 – Nathali Macedo

Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram.

Mateus 7:13-14

quarta-feira, 30 de julho de 2014


O caminho que eu escolhi é o do amor, não importam as dores, as angústias nem as decepções que vou ter que encarar, escolhi ser verdadeiro. 
No meu caminho, o abraço é apertado, o aperto de mão é sincero, por isso, não estranhe a minha maneira de sorrir, de te desejar o bem; eu sou aquela pessoa que acredita no bem, que vive no bem e que anseia o bem. 
Por isso, não estranhe se eu te abraçar bem apertado, mesmo que seja só em pensamento, se eu me emocionar com a sua história, se eu chorar junto com você, afinal de contas, somos gente e gente que fez a opção pelo bem. 
É assim que eu enxergo a vida, e é só assim que eu acredito que valha a pena viver. Viver com emoção, com verdade.


a ignorância e o poder


Muita coisa aconteceu enquanto eu estava em férias, mas o que me deixou mais impressionada não foi a vitalidade dos Stones, nem a reação desmedida às charges dos dinamarqueses, nem as risadinhas nervosas na platéia de O Segredo de Brokeback Mountain e tampouco a temperatura do mar (quem diria, a natureza foi quem deu o primeiro passo para glamurizar nosso litoral).

O que me deixou realmente de queixo caído foram as recentes pesquisas de opinião que dão como certa a reeleição de Lula. Quando começar a propaganda política na tevê é provável que o cenário mude, mas estas pesquisam revelam algo desolador: o povo ignora tudo o que foi fartamente noticiado em 2005, ignora todas as acusações de corrupção, todas as evidências de gatunagem.

Não estou dizendo que o povo não se importa. Ele ignora. Não sabe ao certo o que aconteceu. Por quê? Porque não lê.

Nós, assinantes de jornais e revistas, fazemos parte de um Brasil mínimo, de um Brasil ilhado, apartado deste outro Brasil que decide: o Brasil de quem não estudou, de quem ganha uma merreca de salário e que mal sabe assinar o nome. Para este Brasil, um litro de leite a mais no final do mês é o que conta. Dane-se a moral e a ética. Pra quem nunca teve nada, um pouquinho mais do que nada significa fartura e desenvolvimento.

O que me desilude não é o resultado da próxima eleição, mas o resultado da ignorância, que tem cargo vitalício neste país. Não há como o Brasil avançar. O Lula ser reeleito depois de tudo o que se divulgou no ano passado é a maior prova de que estamos condenados ao 
rouba, mas faz. O presidente viaja em campanha pelos cafundós deste país de iletrados, diz meia-dúzia de frases feitas no microfone da praça central e pronto: não há mensalão, valerioduto, dirceus, dudas, nada. Tudo ficção científica.

Qualquer político sabe que a única saída para o Brasil é a educação. Sem colocar todas as crianças e adolescentes dentro de uma escola, não haverá dignidade possível nem agora nem jamais. Dinheiro há para isso, mas qual a vantagem? Melhor deixar tudo como está, deixar que os votos sigam sendo frutos da ilusão, e não da consciência.

FHC, Serra, Alckmin, Rigotto, Garotinho, Lula, todos sabem que é preciso deixar a ganância e a politicagem de lado, arregaçar as mangas e acabar com o analfabetismo e as filas indecentes nos postos de saúde. Que é preciso dar um tempo para a própria vaidade e focar no que interessa, moralizar esta pátria sem pai nem mãe. Mas quando o discurso eleitoreiro acaba, segue tudo igual, o mesmo deslumbre com o poder e a mesma falta de comprometimento.

Se as eleições fossem hoje, Lula seria reeleito mesmo com tudo o que se soube. O problema é que quase ninguém soube. O povo não entendeu o que aconteceu. Se tivesse compreendido alguma coisa, daria uma resposta nas urnas, mas não dará porque não sabe nem mesmo o que está sendo perguntado. Jamais ficará sabendo o que se passa enquanto não ler, e jamais lerá se os governantes não quiserem que ele leia. 
Vida longa à ignorância.

Este é o meu estado de espírito recém voltando de férias. Imagina quando eu estiver estressada.

#nm:
Em minhas “andanças” pela net, 
encontrei esse texto atribuído à Martha Medeiros.
Eu não posso confirmar, mas até diria que parece dela.
Na dúvida, prefiro não atribuir autoria.

O texto em questão foi escrito em 2006. 
O Lula foi reeleito e os candidatos agora são outros, 
mas o cenário político continua o mesmo.


Os homens são suficientemente bons nisso!

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. 

Provérbios 22:6

sexta-feira, 25 de julho de 2014



Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade.
Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão como a verdura.
Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado.
Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração.

Salmos 37:1-4

quinta-feira, 24 de julho de 2014


... e “pra mim” tirar uma semana de férias!

Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.

___Ariano Suassuna, em O Auto da Compadecida

uma vida melhor que a encomenda


Que dias! Quantas baixas na nossa literatura. Lamentei a morte de João Ubaldo, pois sempre dói a partida de quem ainda tinha muito a contribuir (a morte de um grande escritor é sua obra inacabada), e estou compadecida com a fragilidade da situação do espetacular Ariano Suassuna (em coma até o momento em que escrevo), porém usarei esta coluna para falar de uma ausência que me tocou mais profundamente: a do mineiro Rubem Alves, por quem eu tinha enorme afeição não só pelo que escrevia, mas pelo seu jeito terno, sua desafetação, sua raridade como ser humano. Quanto mais se grita e esperneia por aí, mais atenção eu dou aos singulares que brilham em voz baixa.

Dias atrás, comentei sobre o documentário Eu Maior, em que Rubem Alves também participou com seu testemunho. Entre outras coisas, ele contou que certa vez um garoto se aproximou dele para perguntar como havia planejado sua vida para chegar onde chegou, qual foi a fórmula do sucesso. Rubem Alves respondeu que chegou onde chegou porque tudo que havia planejado deu errado.

Planejar serve para colocar a pessoa em movimento. Se não houver um objetivo, um desejo qualquer, ela acabará esperando sentada que alguma grande oportunidade caia do céu, possivelmente por merecimento cósmico. 

É preciso querer alguma coisa – já alcançar é facultativo, explico por quê. 
Uma vez determinado o rumo a seguir, entra a melhor parte: abrir-se para os acidentes de percurso. Você que sonha em ser um Rubem Alves, é possível que já tenha começado a escrever num blog (parabéns, pôs-se em ação). No entanto, esses escritos podem conduzi-lo a um caminho que não estava nos planos. Dependendo do conteúdo, seus posts podem levá-lo a um convite para lecionar no Interior, a ser sócio de um bar, a estagiar com um tio engenheiro, a fazer doce pra fora, a pegar a estrada com um amigo e acabar na Costa Rica, onde conhecerá a mulher da sua vida e com ela abrirá uma pousada, transformando-se num empresário do ramo da hotelaria.

Não é assim que as coisas acontecem, emendando uma circunstância na outra?
A vida está repleta de exemplos de arquiteta que virou estilista, enfermeiro que virou pastor evangélico, estudante de Letras que virou maquiadora, publicitário que virou chef de cozinha, professor que virou dono de pet shop, economista que virou fotógrafo. Tem até gente que almejava ser economista, virou economista, fez uma bela carreira como economista e morreu economista. A vida é surpreendente. 

Ariano Suassuna largou a advocacia aos 27 anos, João Ubaldo também se formou em Direito, mas nem chegou a exercer o ofício, e Rubem Alves teve até restaurante. Tudo que dá errado pode dar muito certo. A vida joga os dados, dá as cartas, gira a roleta: a nós, cabe apenas continuar apostando.
(Publicado no Jornal Zero Hora em 23/07, às 05h01)

De acordo com a “teoria de Neckyr”, a morte vem sempre em grupo de três. Horas mais tarde Ariano Suassuna morreu.

Ubaldo, Rubem, Suassuna. Que julho triste para a literatura!

O país ficou mais pobre intelectualmente...



Assim diz o Senhor: 
Maldito o homem que confia no homem...


Jeremias 17.5
Coloque sua confiança em Deus.

quarta-feira, 23 de julho de 2014


Desde que uma mulher tenha brilho nos olhos, nenhum homem irá reparar se ela tem rugas em volta deles. 


___Dolores Del Rio 

Capriche na verdade.

Ela é a única coisa que permanece.


Armandinho me representa!!!

- Deve ser boa a vida de peixe de aquário, murmurei. Deve ser fácil. Aí ficam eles dia e noite, sem se preocupar com nada, há sempre alguém para lhes dar de comer, trocar a água... 

- Uma vida fácil, sem dúvida. Mas não boa. Não se esqueça de que eles vivem dentro de um palmo de água quando há um mar lá adiante.

- No mar seriam devorados por um peixe maior, mãezinha.


- Mas pelo menos lutariam. E nesse aquário não há luta, filha. Nesse aquário não há vida.


A maneira como as 
pessoas nos tratam 
passa inevitavelmente 
pela nossa autorização.


Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom.

Lucas 6:43

terça-feira, 22 de julho de 2014


Sei pouco.
Sinto muito.


Hoje eu dei a volta por cima...

... a rua de baixo estava interditada!


notícias de Campo Belo!

biografia

Era um grande nome — ora que dúvida! Uma verdadeira glória. 
Um dia adoeceu, morreu, virou rua... 

E continuaram a pisar em cima dele.


O SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração. 

1 Samuel 16:7

domingo, 20 de julho de 2014

preito aos meus amigos


O amigo é aquele que tem todos os motivos para desistir de você e não desiste. Você fez por merecer a separação. Exagerou. Afastou o abraço, gritou que ele não o compreende. Mas o amigo entende até na incompreensão. Aguarda entender.

Eu preciso de um amigo que não me renuncie quando já desisti. Que me lembre de não desistir. Que seja insistente como o esquecimento dos velhos. Que desperte o meu humor no desespero, que se desespere com a ausência de notícias.

Um amigo que não numere as páginas do livro. Toda página pode ser a mesma. Um amigo que sopre meu rosto perto de sua boca, como uma gaita de mão. Um amigo capaz de esconder seu amor para proteger a amizade e de me aconselhar a seguir o que ele tinha vontade.

Um amigo que desconheça minha infância para repeti-la, que conheça minhas dores para não tocá-las, que assobie minha alegria para alardeá-la. Que não me torture com os meus defeitos. Que me perdoe por não ser como ele. Aliás, que me agradeça por não ser igual a ele.

Um amigo que não use meus segredos para ganhar outros amigos. Um amigo que abra o vidro do carro para apanhar o resto do céu. Que cante alto no volante no momento em que ansiava pelo silêncio e me obrigue a dispensar a timidez para desafinar junto. Na estrada, o vento também canta de olhos fechados.

Um amigo com cheiro de cortina. Isso: cheiro de cortina, com a experiência de enrolar várias e várias vezes o corpo na cortina. E que tenha recebido beijos dos pais com o tecido arregalado no rosto. Quem se escondeu na cortina deu giros dentro de si e de seus problemas e aprendeu a regressar.

O amigo do primeiro desejo, não do último. O amigo que não me espera no recreio, o amigo que me espera no final da aula. O amigo que é a haste do mar, que não fica de pé no barco, para não desequilibrá-lo.
Não quero um amigo que fuja na primeira ofensa, que se isole ofendido num canto, amarrado no orgulho, condicionado às palavras. Um amigo que não fale por mim, que fale através de mim. Não quero um amigo que me ofenda porque não atendi suas expectativas.

Amigo não tem expectativa, tem esperança. O amigo vai procurá-lo não sendo necessário. Vai aumentá-lo enquanto está diminuído e vai diminuí-lo para preveni-lo da ambição.

O amigo é do contra, ao seu lado. O amigo dirá as verdades por respeito, não se eximirá de opinar, tudo com zelo e contenção. Não abandonará a corda da pandorga ainda que ela sirva de fio telefônico para chuva.
Tive amigos que se fecharam, desapareceram, que me trocaram por uma fofoca, que chegaram à porta e recuaram ao portão. Esses amigos não foram amigos, se é amigo só depois da amizade. Depois de sofrer com a amizade. O amigo é como um irmão, que se briga feio, se discute aos pontapés e palavrões e volta a se falar. Volta a se falar porque é irmão.

O amigo sempre volta. Pensando bem, não volta, nunca saiu do lugar. Ele é a rua que atravesso para chegar em casa.


Bem-aventurado o homem que não 
anda no conselho do ímpio.


Salmo 1:1

sábado, 19 de julho de 2014


(...)
Sei que não me resta muito tempo. 
Já é crepúsculo. 
Não tenho medo da morte. O que sinto, na verdade, é tristeza. 
O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui... 
Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. 
Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! 
Torço para que sejam ipês-amarelos...

sobre a morte e o morrer


Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: “Morrer, que me importa? (…) O diabo é deixar de viver.” A vida é tão boa! Não quero ir embora…

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: “Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?”. Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: “Não chore, que eu vou te abraçar…” Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: “E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega… O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias… Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto…” 

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. “Minha filha, sei que minha hora está chegando… Mas, que pena! A vida é tão boa…” 

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: “O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?”. O médico olhou-o com olhar severo e disse: “O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?”.

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que frequentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a “reverência pela vida” é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados “recursos heróicos” para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da “reverência pela vida”. Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: “Liberta-me”.

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: “Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei…”. Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a “morienterapia”, o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a “Pietà” de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.


Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, em 12/10/03

Ele já foi postado aqui em 03/2013, mas resolvi postar novamente.

quinta-feira, 17 de julho de 2014


O desafio para a raça humana agora é ser mais interessante para os outros do que seus smartphones. 

___Alain de Botton

Paixão, sangue, vinho, pimenta, calor, sedução.
São os pulsantes que estão fazendo a diferença.


Desvie o teu olhar das coisas que em nada te acrescentam.
E por onde for, foca no amor. 
O amor enriquece a alma, alegra os dias, enobrece o espírito. 
Sem amor nada flui. 
Com amor, tudo floresce. 
Então, não esquece: Foca no amor!

__Mychele Magalhães Velloso

mais frio e “menas” preguiça...


O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho.

(1 Coríntios 3:8)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

sobre o dia do homem


(Em outras palavras, sobre o dia desses seres fantásticos que engolem nossa loucura, fazem contas de cabeça e ouvem nossas reclamações diárias.)

Eu, que gosto tanto do universo feminino, resolvi falar dos homens. Você já deve ter ouvido por aí que homem-é-tudo-igual. E que eles só querem saber de mulher pelada. E que gostam de tomar cerveja e ver futebol. E que coçam o saco e arrotam. E que o último pingo é sempre da cueca. E que eles não choram. E que não conseguem ser monogâmicos. E que não acordam no meio da noite pra ver por qual motivo o nenê está chorando. E que não ajudam nada em casa. E que só prestam para trocar lâmpadas e abrir latas. E que só pensam com a cabeça de baixo. E que e que e que.

Acho tudo isso muito clichê. Criaram um mito ao redor dos homens, aquele mesmo mito que diz que homem tem que sustentar a casa. Eu sei, sei que é cultural, sei que antes, bem antes, muito antes o homem saía de casa, suava a camiseta, voltava com o santo pão de cada dia, enquanto a mulher varria o chão, fazia a comida, limpava bunda de filho, passava camisa e ainda tinha que estar cheirosa, gostosa, abrindo as pernas, gemendo e dizendo que foi bom, que gozou, que delícia de pau, que coisa boa, meu Deus do céu.

Hoje em dia é meio ridículo falar em libertação feminina, pelo menos pra mim. Uma das provas que ainda estamos presas ao passado é ficar levantando a bandeira da liberdade das mulheres. Acho demodê, afinal de contas não é de hoje que a mulher trabalha fora, ganha seu dinheiro e não tem que ficar pedindo para o marido por-favor-me-compra-um-pacote-de-Modess. Sei que Modess nem tem mais na farmácia da esquina, mas sou do tempo do Modess. Não é de hoje que a mulher divide as contas com o marido, além dos trabalhos domésticos e obrigações familiares. Porque ter uma família não é legal o tempo todo, tem um monte de coisa chata também. Tem que ir na lavanderia, dizer pra faxineira tudo que ela precisa fazer, sentar com o filho pra ver se ele fez o tema de casa direito, lavar panela, molhar as plantas.

As mulheres são muito cobradas pela mídia. Precisam dar conta de tudo e manter a juventude em dia. O relógio corre, o prazo de validade é curto. Para os homens é mais simples. Homem com barriguinha, ah, tudo bem. Homem com cabelo branco, ah, é charme. Mulher com barriga é gorda e com cabelo branco é desleixada. Injusto? Sim. Da mesma forma que é injusta essa cobrança violenta em cima dos coitados. “Homem não é sensível, não chora, um dia vai te trair e não move uma palha em casa”. Injustiça total. Os homens são sensíveis, sim. Podem chorar vendo filmes, sim. Não são todos iguais, não. Atualmente, mulheres traem tanto quantos os homens. Acredito que a traição não é uma questão de sexo e sim de caráter. Da mesma forma que acredito que existem mil motivos para trair. Nenhum deles justificável, na minha opinião. Não gosta mais, encheu o saco, pintou interesse em outra pessoa? É só dizer: olha, não quero mais, tá legal? Isso é digno. Leal. Justo. Honesto. Não existe homem igual e mulher igual. É claro que alguns comportamentos são bem parecidos, mas não são iguais. Conheço muita mulher, como eu, que toma banho rápido, se arruma rápido e escolhe o que quer rápido. Ai, que sapato lindo. Ai, coube no meu pé. Ai, ficou lindo. Ai, vou levar. Comigo é assim. Mas tem mulher que diz ai, que sapato lindo, ai, coube no meu pé, ai, que lindo vai ficar com a calça jeans, ai, que lindo vai ficar com a saia tulipa, ai, que lindo vai ficar com a legging de cobra, ai, que lindo vai ficar com o vestido xadrez, ai, que lindo fica na frente do espelho, ai, que lindo, tô aqui há meia hora me admirando. Falando nisso, nem todo homem é rápido. Muitos demoram uma vida no banho, um milhão de segundos escolhendo o sapato perfeito. Mais uma vez: não tem essa de mulher-isso-homem-aquilo.

Muitas mulheres não deixam os homens exercerem suas capacidades. Hein?!? O quê? Por favor, não olhe para a tela com cara de espanto. É isso mesmo. Eles têm um jeito diferente de lavar a louça, e daí? Algumas mulheres ficam com medo de que o sujeito pegue o bebê de um jeito errado, que não saiba dar banho, trocar fralda, então, fazem tudo e depois reclamam que ele-não-ajuda-com-o-filhinho. Não se preocupe, ele não vai matar seu filho afogado. O máximo que pode acontecer é prender a fralda meio torta e sujar a roupinha de xixi. Deixe ele aprender sozinho. Deixe o instinto masculino aflorar, aparecer, dar as caras, pagar pra ver. Confie. Acho que falta confiança, em todos os sentidos. As mulheres não confiam nos seus homens. Eles podem ser bons, sim. (E são!!!!) Não servem só para abrir latas, proteger da chuva, trocar lâmpada e o escambau (na verdade, estamos no segundo semestre de 2010 e é bom que você já tenha aprendido tudo isso sozinha, né?). Os homens servem para fazer com que a gente enxergue o melhor de nós. E o pior também, pois ninguém é bom o tempo todo (e eles sabem bem disso, pois aturam todo o mês a nossa TPM).


Fica decretado que todo mês de julho (mas pode ser junho, agosto, pode ser sempre, quando as almas andarem escuras e as pessoas não se amarem mais) haverá dez ou quinze dias de sol (dependendo do peso da barra a ser aliviado) e luz para que todos enlouqueçam um pouco de prazer (...) 
Nesse período, ficam intimados os humanos a interromper as dores, a esquecer as mágoas, a adiar as dívidas, a perdoar os outros.


. . : : mas aqueles que esperam no Senhor
renovam as suas forças.
Voam alto como águias;
correm e não ficam exaustos,
andam e não se cansam. : : . .

Isaías 40:31

terça-feira, 15 de julho de 2014


Deus, que não tinha problemas de verba, nem uma oposição para ficar dizendo: Projetos faraônicos! Projetos faraônicos!, resolveu, numa semana em que não tinha mais nada para fazer, criar o mundo.

E criou o céu e a terra e as estrelas, e viu que eram razoáveis. Mas achou que faltava vida na sua criação e - sem uma idéia muito firme do que queria - começou a experimentar com formas vivas.

Fez amebas, insetos, répteis. As baratas, as formigas etc.
Mas, apesar de algumas coisas bem resolvidas (a borboleta, por exemplo), nada realmente o agradou.

Decidiu que estava se reprimindo e partiu para grandes projetos: o mamute, o dinossauro e, numa fase especialmente megalomaníaca, a baleia.

Mas ainda não era bem aquilo.
Não chegou a renegar nada do que fez - a não ser o rinoceronte, que até hoje Ele diz que não foi Ele -, e tem explicações até para a girafa, citando Le Corbusier (A forma segue a função).
Mas queria outra coisa.

E então bolou um bípede. Uma variação do macaco, sem tanto cabelo. Era quase o que Ele queria.

Mas ainda não era bem aquilo.

E, entusiasmado, Deus trancou-se na sua oficina e pôs-se a trabalhar. E moldou sua criatura, e abrandou suas feições, e arredondou suas formas, e tirou um pouquinho daqui e acrescentou um pouquinho ali.

E criou a Mulher, e viu que era boa. E determinou que ela reinaria sobre a sua criação, pois era sua obra mais bem-acabada.

Infelizmente, o Diabo andou mexendo na lata de lixo de Deus e, com o que sobrou da Mulher, criou o Homem.


15/07 - “Dia do Homem
Parabéns!!!


Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra. 

Gênesis 9:16

quinta-feira, 10 de julho de 2014


pra não ficar chato: o último, prometo!


Sei lá... 

Podem me chamar de chato, de maluco, de qualquer coisa, mas acredito em sinais. Na verdade segui muitos sinais minha vida toda. Acho que o universo conversa com a gente através desses pequenos detalhes e acontecimentos que alguns conseguem interpretar e outros podem nem acreditar. 

Quando o Brasil fez o primeiro gol contra no primeiro jogo da Copa, pra mim já ficou bem claro que foi um sinal de que algo não terminaria como o esperado. Cheguei a escrever no Facebook – “Isso é um sinal...” - e na paixão... muitas pessoas me xingaram, me ofenderam e perderam a noção do bom senso. 
Achavam que estava falando de futebol. 

Para começo de conversa, o Brasil deveria antes de querer fazer um grande evento como esse, ter estrutura mínima para atender bem sua população. 
O que quero dizer é que não se pode condicionar as melhorias fundamentais para o cidadão Brasileiro a legados deixados por Copas ou Olimpíadas. Esses acontecimentos podem impulsionar nosso país, mas não podem ser o pilar das transformações. 

Antes de fazermos para quem vem de fora, temos que fazer para nosso povo. Porque no fim das contas, somos nós que pagamos tudo isso. E como nunca é feito de forma clara e honesta, o preço é muito alto.

Quando algo como uma Copa do Mundo acontece, fica claro que existem recursos, existe “vontade política” e até organização para que as coisas ocorram bem. 

Então: 
Por que os Governos não fazem isso por nós?
Por que sempre é feito para receber quem vem de fora?
Por que não se pensa em melhorias que atendam a todos e não somente as áreas onde os eventos acontecerão?

Essas foram as perguntas que sempre me afastaram dessa celebração quase que obrigatória. Por alguns dias eu me senti quase que obrigado a torcer pela seleção. E por não conseguir desvincular uma coisa da outra (futebol da política) ficou complicado me divertir - embora estivesse achando bonito o grande encontro global no Brasil. 

Você pode dizer - mas futebol não tem nada a ver com política. 
Então te pergunto: Não? 
E nós teríamos todas estas obras (muitas inacabadas, outras muitas super-faturadas, outras muitas mal feitas) se não fosse pelo evento relacionado ao futebol?
Como se desvincula isso, me expliquem? 

Pois bem, voltando aos sinais - e isso não tem nada a ver em o quão mal ou bem a seleção estivesse jogando, quando caiu o viaduto em BH e matou aquelas pessoas e feriu tantas outras... já me deixou a sensação de que o universo estava novamente mandando um aviso: Vocês estão fazendo as coisas do jeito errado

Não pode ser banal o desabamento de um viaduto numa cidade que está recebendo jogos importantes e todo mundo fingir que nada aconteceu. Nem o “um minuto de silêncio” foi feito para lembrar as vítimas. Talvez para não estragar ou não despertar a população para esta vergonha - isso sim, uma grande vergonha. 
Depois o principal jogador do Brasil, que é um excelente menino, acaba sendo ferido de forma grotesca (o que faz parte do jogo, assim como o gol contra) e não pode mais jogar. Maus sinais.

Por fim amigos, se tomar uma goleada de 7 dentro da sua própria casa e ter sua seleção humilhada não signifique um grande sinal de que estamos todos embriagados de ilusões e de que precisamos despertar urgente do coma induzido, não sei mais o que pode significar todas essas ligações. 
A sensação que me dá, e volto a dizer - vocês podem me chamar de maluco - é que o universo está dizendo – “parem de achar que vocês são o país do futebol e que essa seja a prioridade na vida de vocês”.

Este post não é um ataque aos torcedores e também não é um ataque ao Governo Federal - porque se fosse o PSDB, o DEM, o PMDB, o PQP - eu estaria dizendo a mesma coisa. Até porque o Governo Federal não fez a Copa sozinha - em cada cidade existe um administração responsável por fazer acontecer suas obras e suas organizações locais.

O que este post quer dizer é o seguinte: 
Acordem!!!!!!!!!!!!!!!!!! 
Nós podemos amar futebol, torcer pelos nossos times de coração, acompanhar todos os jogos, mas não podemos mais achar que só isso seja o suficiente para que tenhamos alguma alegria. 
“Nosso povo já sofre tanto, deixem eles curtirem o futebol em paz”.
Dizem...

Pois bem... 
Nosso povo já sofre tanto, então porque não tentamos mudar isso e oferecer à população condições dignas para que tenham alegrias com suas vidas cotidianas. Não ficando dias, meses, anos, em filas de hospitais. Não deixando as crianças fora das escolas - por falta de incentivo ou de condições de recebê-las. Não temendo sair na esquina porque não há segurança para ninguém. Não precisando pegar transportes públicos de péssima qualidade, lotados para chegarmos aos nossos trabalhos. E mais tantos outros inúmeros problemas que parecem que já nos acostumamos – “Sempre foi assim”.

Gente - o universo está dando um recado - Vamos despertar. Vamos entender que não dá para fazer tudo nas coxas como vem sendo feito há tantos séculos nesse país. 
O que melhoramos nestes últimos 12 anos não foi mais do que obrigação. Se o Governo será mantido ou trocado - pouco importa - se nós não acordarmos para nossas responsabilidades. 

Pode colocar quem for no poder - que se o povo não estiver atento e ciente de suas responsabilidades, nada mudará.

A maior vergonha não é perder no futebol.
A maior vergonha é termos um País tão rico, tão lindo, com tanto potencial e um povo conivente com tantas patifarias, muitas vezes praticando também algumas delas sem perceber que isso é uma variável que nos atrasa.

“Eu não queria te dizer mas eu vou ter que te falar, tu é esperto mas tá sendo passado para trás e pode ser que quando tu percebas isso lá na frente - já seja tarde demais”.

O despertador tocou. 
Não seja patriota só por sua seleção de futebol. Vista a camisa do Brasil e use a bandeira como fonte de inspiração todos os dias - para produzir, melhorar, transformar esse país. 
Assim, quando nossa seleção perder por ventura um campeonato, nós possamos nos orgulhar de termos um país digno de se viver.

Os sinais...

___Tico Santa Cruz, do Detonautas