Deus, que não tinha problemas de verba, nem uma oposição para ficar dizendo: “Projetos faraônicos! Projetos faraônicos!”, resolveu, numa semana em que não tinha mais nada para fazer, criar o mundo.
E criou o céu e a terra e as estrelas, e viu que eram razoáveis. Mas achou que faltava vida na sua criação e - sem uma idéia muito firme do que queria - começou a experimentar com formas vivas.
Fez amebas, insetos, répteis. As baratas, as formigas etc.
Mas, apesar de algumas coisas bem resolvidas (a borboleta, por exemplo), nada realmente o agradou.
Decidiu que estava se reprimindo e partiu para grandes projetos: o mamute, o dinossauro e, numa fase especialmente megalomaníaca, a baleia.
Mas ainda não era bem aquilo.
Não chegou a renegar nada do que fez - a não ser o rinoceronte, que até hoje Ele diz que não foi Ele -, e tem explicações até para a girafa, citando Le Corbusier (“A forma segue a função”).
Mas queria outra coisa.
E então bolou um bípede. Uma variação do macaco, sem tanto cabelo. Era quase o que Ele queria.
Mas ainda não era bem aquilo.
E, entusiasmado, Deus trancou-se na sua oficina e pôs-se a trabalhar. E moldou sua criatura, e abrandou suas feições, e arredondou suas formas, e tirou um pouquinho daqui e acrescentou um pouquinho ali.
E criou a Mulher, e viu que era boa. E determinou que ela reinaria sobre a sua criação, pois era sua obra mais bem-acabada.
Infelizmente, o Diabo andou mexendo na lata de lixo de Deus e, com o que sobrou da Mulher, criou o Homem.
15/07 - “Dia do Homem”
Parabéns!!!