"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



domingo, 31 de maio de 2020


sábado, 30 de maio de 2020



Se alguém varre as ruas para viver, deve varrê-las como Michelângelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia.

Martin Luther King


Sonhei com uma mulher dizendo que eu estava com câncer. Sou super-racional, acredito na ciência, na lógica. Mas foi um sonho tão claro que fiquei encasquetado.

Fui aos médicos, fiz colonoscopia, endoscopia, ultrassonografia, não achavam nada, mas eu continuava impressionado. Um gastroenterologista pediu uma tomografia, “só para tirar a dúvida”.

Fui às 22h, o resultado começou a demorar. Veio um enfermeiro e perguntou se não sentia muita dor, porque tinha pancreatite, mas eu não sentia nada. Não sentia nada. Procurei na internet: pancreatite dá em quem bebe —sou abstêmio há seis anos— e em quem tem vesícula — que eu já tinha tirado. Era câncer.

No dia seguinte, já estava no hospital. Tirei o tumor bem no comecinho, o que aparentemente era boa notícia.

Mas, passadas três semanas, ele estava no fígado. Fizemos quimioterapia para operar, mas, em vez de parar, o tumor cresceu. Passei quatro meses de tantas más notícias... muita febre todo dia, comecei a já me preparar para a despedida. Foi o meu período pessimista.

Hoje —é até difícil falar ​isso— estou vivendo o momento mais feliz da minha vida. Aquele Gilberto Dimenstein antes do câncer morreu. Nasceu outro.

Câncer é algo que não desejo para ninguém, mas desejo para todos a profundidade que você ganha ao se deparar com o limite da vida. Não queria ter ido embora sem essa experiência.

Grande parte da minha vida foi marcada pelo culto a bobagens: ganhar prêmio, assinar matéria na capa, o tempo todo pensando no próximo furo. É como se estivesse passando por um lugar lindo num trem em alta velocidade, vendo tudo borrado.

Quando você tem um câncer (ainda mais como o meu, de metástase e de pâncreas, um tipo muito agressivo), não há alternativa. Ou vive o presente ou sua vida vira um inferno.
E aí começam a aparecer coisas incríveis. Gosto de andar de bicicleta, e comecei a sentir o vento no rosto, como se estivesse sendo beijado. Você vê seu neto deitado com você. Acorda com os bem-te-vis e escuta os bem-te-vis.

Falar em sentidos é importante, porque meu tratamento tira o gosto, até a água fica ruim. Com o tratamento, também acaba a vida sexual; você fica impotente.
É uma fase de muitos pesadelos, que melhoram com o canabidiol.

Tudo isso poderia fazer um cara superinfeliz. Mas as relações emocionais se sofisticam. Descobri só agora a profundidade da relação homem-mulher. Você está com enjoos, dores não apenas físicas, e a pessoa do seu lado o tempo todo. Não conhecia essa cumplicidade nesse nível.

Nós vivemos nos meios digitais a era da indelicadeza, 500 mil pessoas criticando. Eu acabei entrando no mundo das gentilezas. Cada pessoa tem uma palavra, um chá, uma dica de oração, um olhar gentil. O outro mundo vai ficando ridículo.

Com ou sem câncer vamos todos morrer, e se pudermos antecipar essa sensação, vamos evitar várias bobagens. A clareza maior da morte é uma dádiva. Não é o fim, mas um começo.

Pode ser o começo de um belo fim de vida, viver esses momentos com a família, ou um pit stop para voltar melhor. O cara tem que ser muito, muito, muito idiota para não voltar melhor.

Não é que eu ache que morrer é bom, mas você começa a questionar por que existe, e a conclusão é que, se não podemos escolher como entramos na vida, podemos decidir como sair dela.

Quando o médico me disse que eu estava com câncer, passou um dia, dois, três, e não tive medo. Só temia o impacto da minha morte nos outros. Não me senti desesperado. Nada, nada, nada. Até me espantei comigo mesmo.

Em inglês se chama “surrender”. Você não está mais no comando, e isso é motivo de alívio. De felicidade, até.

Descobri que meu pavor era passar a vida sem propósito. Olhei para trás, e, apesar de todas as minhas delinquências —que não foram poucas—, acho que fiz mais bem que mal. Mudei minha carreira para fazer um jornalismo que não é de filantropia nem altruísmo, mas de empoderamento, de usar a comunicação para promover causas.

Não inventei nada, o comunicador não faz o vinho. Mas tira a rolha.

Acabei sendo obrigado a deixar de ser aquele jornalista racional, imparcial. Deixei de ser um espectador e passei a ser torcedor. Você vira um eunuco como jornalista, porque passa a querer dar só boa notícia.

Já antes do câncer tinha começado minha “quimioterapia social”, na Orquestra Sinfônica de Heliópolis, que esteve perto de fechar. Em nenhum momento neste ano parei de trabalhar, arrecadar fundos, promover esse e outros projetos que acompanho. Não é bondade, é conexão com a vida.

O evangelho segundo são João diz “No princípio era o verbo”. É a palavra que gera o poder, e nós, comunicadores, trabalhamos com isso, podemos fazer as pessoas poderosas trabalharem juntas.

Hoje há um enorme desperdício. Há um ditado árabe maravilhoso, “gavião não voa em bando”, ainda mais perfeito em inglês, “eagles don't fly together” —eagles tem o mesmo som de egos. Cada um quer ter seu legado, sua placa, seu projeto. Um secretário não trabalha com outro, a prefeitura não trabalha com o estado, um dinheiro enorme sai pelo ralo, sem meta, sem avaliação, sem trabalho articulado, uma catástrofe.

O mundo é como um corpo humano. Há pessoas que espalham infecções, se xingam, se odeiam. Trump e Bolsonaro não criaram isso, mas sintetizam essa cultura da infecção, do ódio, do confronto. E há os glóbulos brancos, as pessoas que não deixam o mundo acabar, que inventaram a anestesia, o antibiótico, descobriram a hélice dupla do DNA.

Meu tumor passou por análise genética — recebi o resultado, e sou um caso de 1% cuja mutação talvez tenha um tratamento promissor. Em ratos, eliminaram o câncer de pâncreas, e estão começando a testar em humanos, procurando a dose certa. Já me dispus a fazer parte dos testes no Brasil.

É até meio canalha, mas penso será que eu vou ajudar a encontrar a cura?. Para um jornalista que gosta de furos, você se transformar num furo de si mesmo é incrível, né? Mas para ajudar os outros.

Voltei a ficar otimista. Ganhei da minha mulher dois ingressos para ver o músico Bobby McFerrin, nos EUA, em maio. Já estou com planos para o ano que vem. Você volta a ter projetos, é a vida voltando a circular. Eu acho que tenho muita chance, muita chance.

Vida após a morte? Se for igual a esta, prefiro que não exista. Se eu acordasse e estivessem lá Trump, Bolsonaro, Viktor Orbán, não sei se queria, não.

Gilberto Dimenstein – jornalista e escritor

#escola da vida


Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor.
Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho.
Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e, seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo.
Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis.
Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nosso jeito, um passo de cada vez.



Provérbios 3:31-32
#diariocomdeus_

sexta-feira, 29 de maio de 2020

a corrida da vida


Na corrida dessa vida 
é preciso entender que você vai rastejar, 
que vai cair, vai sofrer e a vida vai lhe ensinar
que se aprende a caminhar
e só depois a correr.

A vida é uma corrida que não se corre sozinho. 
E vencer não é chegar, é aproveitar o caminho
sentindo o cheiro das flores
e aprendendo com as dores
causadas por cada espinho.

Aprenda com cada dor,
com cada decepção,
com cada vez que alguém
lhe partir o coração.

O futuro é obscuro e às vezes é no escuro
que se enxerga a direção.
Aprenda quando chorar 
e quando sentir saudade,
aprenda até quando alguém
lhe faltar com a verdade.

Aprender é um grande dom.
Aprenda que até o bom vai aprender com a maldade.
Aprender a desviar das pedras da ingratidão,
dos buracos da inveja, das curvas da solidão,
expandindo o pensamento
fazendo do sofrimento a sua maior lição.

Sem parar de aprender,
aproveite cada flor,
cada cheiro no cangote,
cada gesto de amor,
cada música dançada
e também cada risada,
silenciando o rancor.

Experimente o mundo,
prove de todo sabor, 
sinta o mar, o céu e a terra,
sinta o frio e o calor,
sinta sua caminhada 
e dê sempre uma parada
pelo caminho que for.

Pare, não tenha pressa,
não carece acelerar, 
a vida já é tão curta, 
é preciso aproveitar essa estranha corrida
que a chegada é a partida
e ninguém pode evitar!

Por isso é que o caminho
tem que ser aproveitado,
deixando pela estrada 
algo bom pra ser lembrado,
vivendo uma vida plena,
fazendo valer a pena
cada passo que foi dado.

Aí sim, lá na chegada,
onde o m é evidente, 
é que a gente percebe
que foi tudo de repente,
e aprende na despedida
que o sentido da vida
é sempre seguir em frente.

#poesia com rapadura


Te dedico esta poesia e te desejo feliz aniversário, Marina!
Que o Pai te abençoe com aqueles presentes do Céu que só Ele pode dar.
E, como nunca é demais, eu te desejo amor, saúde, sucesso, felicidade e coragem para lutar por seus sonhos.

Siga sempre em frente, renovando sua esperança e emanando o suave perfume de Cristo por onde passar!




“Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo” ...

2 Coríntios 2:15

quarta-feira, 27 de maio de 2020


Na hora da verdade ninguém engana a vida. 
É possível enganar o professor, os pais, mas enganar a vida é impossível. 
Na hora da verdade, a vida se encarrega de por todas as pessoas no seu devido lugar.

Roberto Shinyashiki


inumeráveis



O galope à beira-mar é uma estrofe muito utilizada na poesia popular nordestina, especialmente entre os cantadores de viola.
São dez versos e onze sílabas e inumeráveis possibilidades de temas.
Inumeráveis também são as vítimas da pandemia.

“Não há quem goste de ser número
Gente merece existir em prosa.”
Eu vi essa frase logo abaixo do nome de dona Zulmira de Sousa, no site “Inumeráveis”.

A intenção do site é dar nomes e histórias às vítimas do coronavírus
E quando eu vi essa frase, imediatamente, quase que por instinto, me veio um mote na cabeça, no padrão de galope à beira-mar, que dizia: Se números frios não tocam a gente, espero que nomes consigam tocar.


André Cavalcante era professor
amigo de todos e pai do Pedrinho.
O Bruno Campelo seguiu seu caminho
Tornou-se enfermeiro por puro amor.
Já Carlos Antônio, era cobrador
Estava ansioso pra se aposentar.
A Diva Thereza amava tocar
Seu belo piano de forma eloquente
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.

Elaine Cristina, grande paratleta
fez três faculdades e ganhou medalhas
Felipe Pedrosa vencia as batalhas
Dirigindo Uber em busca da meta.
Gastão Dias Junior, pessoa discreta
na pediatria escolheu se doar
Horácia Coutinho e seu dom de cuidar
De cada amigo e de cada parente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.

Iramar Carneiro, herói da estrada
foi caminhoneiro, ajudou o Brasil.
Joana Maria, bisavó gentil.
E Katia Cilene uma mãe dedicada.
Lenita Maria, era muito animada
baiana de escola de samba a sambar
Margarida Veras amava ensinar
era professora bondosa e presente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.

Norberto Eugênio era jogador
piloto, artista, multifuncional.
Olinda Menezes amava o natal.
Pasqual Stefano dentista, pintor
Curtia cinema, mais um sonhador
Que na pandemia parou de sonhar.
A vó da Camily não vai lhe abraçar
com Quitéria Melo não foi diferente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.  

Raimundo dos Santos, um homem guerreiro
O senhor dos rios, dos peixes também
Salvador José, baiano do bem
Bebia cerveja e era roqueiro.
Terezinha Maia sorria ligeiro
cuidava das plantas, cuidava do lar
Vanessa dos Santos era luz solar
mulher colorida e irreverente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.  

Wilma Bassetti vó especial
pra netos e filhos fazia banquete.
Yvonne Martins fazia um sorvete
Das mangas tiradas do pé no quintal
Zulmira de Sousa, esposa leal
falava com Deus, vivia a rezar.
O X da questão talvez seja amar
por isso não seja tão indiferente
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.

#poesia com rapadura

Gênesis 18:14
#diariocomdeus_

terça-feira, 26 de maio de 2020



“socialmente isolada desde antes de ser modinha”
#meu estilo de vida!

amor nos tempos do coronavírus



Nossa sorte é que o amor não respeita distância e nem tempo.

Fosse diferente, a relação amorosa de Florentino Ariza e Fermina Daza não iria se consumar mais de 50 anos depois de eles terem se conhecido, como conta o escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez no clássico “O Amor nos Tempos do Cólera”.

Mais de cinco décadas sem contato físico, sem sequer tocar um ao outro, sem abraços, carinhos e beijinhos, no máximo cartas perfumadas com pétalas de flores prensadas entre as folhas enviadas por telégrafo.
O amor de Florentino e Fermina superou quilômetros de distância e o surto de cólera que atormentou Cartagena de Las Índias no final do século 19. 

Nesses tempos em que cinco minutos sem responder mensagem no WhatsApp parece uma eternidade, um homem que espera 50 anos pela mulher amada, realmente é obra de realismo fantástico!
O que são alguns dias de quarentena perto de mais de 50 anos?

Nos tempos do “Corona”, vivemos o afeto restrito e o afago proibido, justo no momento que mais precisamos ser acolhidos, abraçados e que gostaríamos de ficar atracados.

Quando você vê que até o que Deus uniu, o Corona já conseguiu separar (ao menos fisicamente), bate um desânimo, mas aí recorremos novamente à Garcia Márquez:

“O amor se torna maior e mais nobre na calamidade”.

De fato, os tempos de Corona nos dão a chance de entender que o amor vai muito além do sexo. O amor é uma energia, um sentimento muito elevado e, o próprio amor, ajuda a amenizar o sofrimento, a saudade e o afastamento.

É bom ter alguém para viver isso junto, ter alguém para conversar, é um respiro. Esse afeto é que segura a onda. O amor em tempos difíceis serve para isso. Dá uma sensação de conforto e de que isso vai passar.

As cartas perfumadas de Florentino, às vezes levavam dias para chegar às mãos de Fermina. Nós ao menos temos a tecnologia a nosso favor: mensagens instantâneas de aplicativos e redes sociais. Claro, nada substitui o toque, a pele, mas vídeos e chamadas aproximam os amores sem o risco de transmissão.

“A memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas” e, graças a esse artifício, vamos conseguir nos virar nesses “100 anos de solidão”.


A saudade é um buraco dolorido na alma. A presença de uma ausência. 
A gente sabe que alguma coisa está faltando. Um pedaço nos foi arrancado. Tudo fica ruim. 

A saudade fica uma aura que nos rodeia. Por onde quer que a gente vá, ela vai também. Tudo nos faz lembrar a pessoa querida. Tudo que é bonito fica triste, pois o bonito sem a pessoa amada é sempre triste. 

Aí, então, a gente aprende o que significa amar: esse desejo pelo reencontro que trará a alegria de volta. 

A saudade se parece muito com a fome. A fome também é um vazio. O corpo sabe que alguma coisa está faltando. 
A fome é saudade do corpo. A saudade é a fome da alma.


Salmos 106:1
#diariocomdeus_

segunda-feira, 25 de maio de 2020

mãos em prece



Unir palma com palma. Dedos unidos. Nada a esconder. Lado direito e lado esquerdo juntos. Presença pura. O maior presente é a presença. Sem dualidades. Duas mãos formam um gesto. Gesto de entrega, de respeito, de devoção, cumprimento, reconhecimento.

Um de meus professores no Mosteiro Feminino de Nagoya, o Reverendo Monge Mano Kampo Roshi dizia: “Quando colocamos as mãos palma com palma não estamos fazendo nada errado, nada escondido. Quem consegue fazer esse gesto manifesta o estado de um ser iluminado”.

Você consegue? Consegue colocar as mãos em prece?

O gesto é a ação. A ação é a realização. No início, apenas um gesto. Depois uma postura: corpomente unidos. Quando duas mãos se tornam uma atitude, que pode transformar o mundo. Teclando, servindo, recebendo, dando, compartilhando, cumprimentando, acolhendo.

Olho no olho. Sem esconder a face, sem esconder nada. Cumprimento adequado para a não contaminação. Cumprimento benéfico para o encontro verdadeiro de quem nada tem a temer.

Vamos, venha comigo. Vamos nos reconhecer pessoas humanas. Sendo humanas somos sagradas.

O que separa você da pureza? Vamos, junte as palmas de suas mãos.

Oremos por todos que já morreram - que não tenha sido em vão. Roguemos pela descoberta de remédios que curem, sem efeitos colaterais, as várias doenças relacionadas ao coronavírus.

Com as mãos unidas, agradecemos às heroínas e aos heróis que se expõem para que possamos ficar em casa: são médicas e médicos, enfermeiras e enfermeiros, auxiliares, grupo administrativo de hospitais e centros de atendimento, grupo de limpeza e de cozinha, motoristas de ambulâncias e carros fúnebres, policiais, bombeiros, garis, lixeiras e lixeiros, pessoas que trabalham com alimentos e remédios - desde quem planta, colhe, revende, transporta. Fábricas de medicamentos e de alimentos.

Muita gente trabalhando para que uma grande parte possa ficar em casa e evitar a contaminação que causaria o colapso da rede de saúde do país.Vamos colocar as mãos unidas, dedos retos para o céu. De longe nos cumprimentaremos, de máscara nos reconheceremos pelos gestos, atitudes, tom de voz, movimento muscular, olhos que expressam o que muitas vezes não sabemos expressar.

Que sejam encontros de ternura e de acolhida. Solidariedade e cooperação. Percebemos que não vivemos isolados, mas o isolamento é pleno cuidado uns com os outros. Tenha paciência e resiliência. Sem beijos, sem abraços, sem cheiros, sem afagos.

Por amor e com amor, por respeito à vida e à saúde, lembrem-se de como deve mover suas mãos, seu coração, seus olhos, sua mente. Sem julgamentos e aversões. Sem apegos e apertões. Momento de reconhecer o sagrando em cada ser. Respire profundamente e caminhe com serenidade. Está tudo errado e está tudo certo, tudo bem. Podemos ter tranquilidade em meio a pandemia. Sorria.

Somos a vida da Terra - girando sem parar e sem voltar atrás.

Adiante o futuro será o que construirmos agora - com atitudes e pensamentos, palavras e comportamento.

Lembre-se das máscaras, das luvas, das proteções oculares. Lembre-se de não colocar as mãos nos olhos, nas narinas, na boca, na face.

Mantenha distância - isso é proximidade e intimidade. Cuidem-se cuidando de todos nós.

__Monja Coen


#dia da costureira