"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sábado, 23 de fevereiro de 2013


Eu peço respeito.
Acabei de pagar o material escolar de meu filho, incluindo mochila, estojo, cadernos e livros de todas as disciplinas. Não foi barato.
De repente, já vejo ovos da Páscoa nos céus do supermercado.

Como? Que loucura é essa? Estamos no meio de fevereiro.
Começo a recém firmar os dois pés em 2013 e me equilibrar e já tenho que me abaixar ao teto de chocolate no mercado, com ovos gigantes, médios, pequenos, com surpresa, sem surpresa.
É uma precocidade indigesta. Um banho de chocolate amargo.
Não tem cabimento. Antecipação excessiva é desespero.

Eu quero namorar, noivar e casar com o comércio. Nosso amor não pode ser tão rápido. Não pode ser assim, interesseiro, sem preliminar.
Os ovos devem entrar em março.

Pois me dá um mal-estar, um medo, logo mais acabou o ano.
É o mesmo terror que sinto em outubro quando vejo árvores de natal nos shoppings.

Não é cedo demais?
O coelho da Páscoa é o inimigo do coelho da Alice.
O coelho da Alice está sempre muito atrasado.
O coelho da Páscoa está sempre muito adiantado.