"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

a mulher de hoje



Ela quer carregar o mundo. 
Nos braços, nas costas, no bolso, no coração. 
Não importa o peso, ela aceita o desafio. Tem pressa, tem sede, mil idéias e ideais. Faz planos, mas, impulsiva, fica na expectativa do “grand finale” e se atrapalha. Ainda assim, ela continua. Tropeça, aprende e recomeça. 

Ela quer conhecimento, horizontes e motivos pra sorrir. Mais dias no calendário, mais noites e madrugadas e mais de vinte e quatro horas, só pra variar. 

Ela é uma, mil em uma e não tem sono no fim do dia. Mas às cinco, a tortura, ela tem sono pra acordar. Arruma e desarruma armários, a vida, o  pensamento. Rabisca e guarda papéis, paga contas, revê fotos, amigos e filmes preferidos. Ouve e sente boa música, aumenta com prazer o som e quando é injustiçada, ela desaba e perde o tom. Se mostra mulher, se vê menina e quer pintar o quarto de lilás. 

Ela já teve mais pique, mas mesmo cansada persiste. Aposta no que há de vir e não desiste da correria. E ela corre... contra o tempo. Do tédio e da solidão. Cozinha quando tem fome, inventa receitas inéditas, tem preguiça aos domingos, pinta as unhas de vermelho, aprende um novo idioma, compra e lê um velho livro, sonha e busca um novo rumo, abraça muitos, briga com meio mundo e escreve sobre o amor.


___Yohana SanFer