O homem sempre temeu a
mulher. E a chamou de bruxa para persegui-la, diminuí-la, domesticá-la. Foi
uma das primeiras fake news da humanidade.
Por invejar a sua
sensibilidade, a sua liberdade, a sua voz própria, as suas descobertas
científicas, a sua medicina pioneira, inventou o estigma como desculpa para
bani-la ou matá-la. Usou o misticismo para fundar uma falsa supremacia na
racionalidade.
É uma longa teoria da
conspiração para desacreditá-la, para restringir a sua influência, para que
ela deixe de ser ouvida.
Não é só Joana d’ Arc
que enfrentou a fogueira na Idade Média, Joanas seguem sendo queimadas hoje em
dia, pela cultura do preconceito intacta debaixo da falta de equiparação.
Ainda se relaciona a TPM à histeria, há preconceito com a menstruação, com
a gravidez, com a menopausa. Perfis femininos independentes e prósperos são
masculinizados, mães solteiras são indesejadas. Repare: o que mudou depois de
tantos séculos?
No senso comum, bruxas
surgem como velhas e deformadas. Como a estabelecer que a mulher não pode
jamais envelhecer e perder a sua utilidade sexual. Deve se manter jovem para
servir à coisificação pornográfica.
Homem, quando bruxo, é
positivamente mago. Mulher, quando maga, é negativamente bruxa.