"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



domingo, 31 de outubro de 2021

perseguição às bruxas

 


O homem sempre temeu a mulher. E a chamou de bruxa para persegui-la, diminuí-la, domesticá-la. Foi uma das primeiras fake news da humanidade.


Por invejar a sua sensibilidade, a sua liberdade, a sua voz própria, as suas descobertas científicas, a sua medicina pioneira, inventou o estigma como desculpa para bani-la ou matá-la. Usou o misticismo para fundar uma falsa supremacia na racionalidade.


É uma longa teoria da conspiração para desacreditá-la, para restringir a sua influência, para que ela deixe de ser ouvida.


Não é só Joana d’ Arc que enfrentou a fogueira na Idade Média, Joanas seguem sendo queimadas hoje em dia, pela cultura do preconceito intacta debaixo da falta de equiparação. Ainda se relaciona a TPM à histeria, há preconceito com a menstruação, com a gravidez, com a menopausa. Perfis femininos independentes e prósperos são masculinizados, mães solteiras são indesejadas. Repare: o que mudou depois de tantos séculos?


No senso comum, bruxas surgem como velhas e deformadas. Como a estabelecer que a mulher não pode jamais envelhecer e perder a sua utilidade sexual. Deve se manter jovem para servir à coisificação pornográfica.


Homem, quando bruxo, é positivamente mago. Mulher, quando maga, é negativamente bruxa.