Alguns perderam o emprego
e tiveram que aprender a viver com menos, muito menos dinheiro. Acabou o
salário no fim do mês e eles tiveram que se reinventar, tiveram que buscar suas
competências escondidas para sobreviver.
Outros perderam pessoas.
E tiveram que aprender a caminhar com o buraco da saudade no coração. Falta um
lugar na mesa, falta a voz, o riso, a opinião e o abraço. Um lugar vazio que
jamais será substituído.
Outros perderam a
esperança. Cansados de observar as perdas alheias perderam a esperança na
humanidade. Para eles tudo está ruim e a pandemia é apenas o merecido castigo
dos humanos.
O fato é que todos nós
vamos ter que aprender a viver com menos. Menos contato, menos pessoas, menos
dinheiro, menos um na família, menos regalia, menos liberdade, menos
possibilidades... menos alguma coisa.
E talvez ainda não
tenhamos nos atentado para o que está escondido atrás dos nossos “menos”.
Viver com menos é
compreender que nem precisávamos de tanto. Viver com menos é encontrar no
caminho mais simples, muito mais satisfação e alegria. Viver com menos é
entender o que realmente traz felicidade. É trocar coisas por pessoas, trocar
discussões por valores e descobrir que, embora o mundo seja cheio de lugares
encantadores, não há lugar melhor que nossas próprias casas.
Viver com menos é
compreender que a saúde é a maior riqueza do ser humano e que a saudade é uma
dor que nenhum dinheiro cura.
Viver com menos é deixar
espaço para viver com mais. Mais apreço, mais solidariedade, mais compaixão,
mais humanidade, mais aceitação e mais amor.
E é nesse menos que
reside a nossa verdadeira evolução.