“Tudo bem, bravas fêmeas,
os homens são todos iguais, já sabemos, blablablá.
Alguns, no entanto, são
bem mais perigosos que os outros. Em mais um serviço de utilidade pública, este
cronista de costumes expõe o seu varal. Eis alguns tipos, noves fora a
categoria metrossexual (já devidamente batida) que merecem cuidados especiais:
Homem-bouquet – aquele
macho que entende de vinhos finos, abre a garrafa, cheira a rolha, balança na
taça, sente o “bouquet” da bebida... O tipinho não perde um programa do Renato
Machado no GNT, entra em sites franceses do gênero, reúne os amigos para encher
o saco com o tal bouquet... Mais uma advertência: o mesmo elemento costuma
apreciar também o que ele chama de um bom jazz, uma “música de qualidade”...
Corra, Lola!
Homem-hortinha - aquele
mancebo que, ao receber as moças elegantemente para um jantar, usa o manjericão
cultivado na própria hortinha que mantém no quintal ou na área de serviço.
Cultivar o próprio manjericão não é exatamente o defeito do rapaz. O problema é
que ele passa duas horas a discorrer sobre o cultivo da hortinha, os cuidados,
o zelo... Uma amiga, coitada, conheceu um destes exemplares que cultivava até a
própria minhoca usado como “fator adubante” da própria hortinha. Corra, Lola,
corra, corra!
Homem-do-predinho-antigo - aquele sujeito que ou é gay ou é um metrossexual enrustido. E o pior não é
habitar um predinho antigo. O que mais dói é quando ele pronuncia, como toda a
afetação desse mundo, que mora num “predinho antigo, charmoso”. Você entra lá e avista logo umas revistas chiques estrangeiras
espalhadas pela sala, tipo “ID”, “Wallpaper” e quetais. O cara entende de
iluminação indireta, tem cada abajur, Deus mio! Corra léguas, Lola!
Homem-Ômega 3 – trata-se
do camarada-saúde, preocupado em combater os radicais livres e encher o saco da
humanidade com as suas receitas, dietas e bulas. Adora um salmãozinho, que ele
pronuncia “salmon”, claro, como os mais frescos exemplares da raça.
Homem-ONG – o sujeito
oenegê é o que há. Todo politicamente correto, benza-te Deus. Adora um
abaixo-assinado, uma passeata, e está sempre morto de decepcionado com alguma
coisa. Sim, ele acredita na humanidade, na responsabilidade social, no terceiro
setor, na arte como redenção dos pobres... Se você reparar, ele quase levita, de tão puro, de tão bom. Some, Lola, some que é
roubada-mor.”
* Texto do Xico Sá