"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 30 de janeiro de 2019


Para quem – por desespero ou por gosto – vive aludindo aos erros do passado, eis uma frasezinha de um homem chamado Fénelon: “Pode-se corrigir o passado, com o futuro.”

Talvez seja, aliás, o único modo de corrigir o passado. Pois uma verdade óbvia é esta: enquanto você lamenta o passado, o presente lhe foge das mãos.

E não há tanto do que se recriminar e lamentar: não há outro modo de viver senão o de errar e corrigir-se, e depois errar de novo e corrigir-se de novo. O que não chega a ser trágico: trata-se do jogo da vida, e todos nós jogamos o mesmo jogo.

Agora, o que é mesmo uma pena é uma pessoa sentar-se num canto da sala (figurativamente), e lamentar, lamentar, lamentar. Quem está no jogo tem que aceitar as regras do jogo.

Você há de dizer: “Eu não pedi para entrar no jogo, não pedi para nascer.” Pois esse argumento é uma mistura de neurastenia, vontade de despistar, má vontade e chicana.

Tenha cuidado com uma coisa: quando lamentar-se começa a ser um consolo, é tempo de prestar atenção.