Foi um susto olhar a foto dela e pensar que era eu.
Ela, que sempre
foi a mais bonita.
Ela, que eu queria
ser quando crescer.
De quem eu quebrei
a coroa, o colar e ainda desfiei a meia-fina.
Eu que era um
desastre, filha dela que era a perfeição.
E ainda diziam que
a gente se parecia, quando eu me sentia uma estranha no ninho.
Querendo a sua
aprovação, a sua benção, o seu carinho.
Sem saber que
estavam lá, que sempre estiveram lá.
Mesmo sem as
palavras e os gestos esperados.
Porque as palavras
e os gestos esperados podem não acontecer.
Dela pra mim, de
mim pra ela.
Ela que foi o meu
primeiro amor.
A primeira pele, o
primeiro cheiro, o primeiro encontro.
Ela, que é rainha.
A minha. Pra quem eu construiria todos os castelos.
O que talvez, ela
nem saiba.
Ah, ela sabe!