"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015


“As cigarras passam a maior parte de suas vidas debaixo da terra, alimentando- se das raízes das árvores. 
Disseram-me que há certas espécies de cigarras que chegam a viver 15 anos debaixo da terra. 
De repente, alguma coisa acontece, e surge dentro delas um impulso irresistível para mudar. Saem então dos seus túneis, sobem pelos troncos das árvores, arrebentam suas cascas, subterrâneas gaiolas, e se transformam em seres alados. 
Se elas não abandonarem suas cascas não se transformarão em seres alados. Continuarão a ser seres subterrâneos. 

Nossos demônios são nossas cascas. Abandonar as cascas é esquecer a forma subterrânea de ser. 
A grande transformação das cigarras acontece quando a morte se aproxima. 
É a proximidade da morte que lhes diz: ‘Chegou a hora de voar, cantar e fazer amor, para continuar a viver…’ 

Eu acho que a morte é o único poder capaz de nos trazer vida nova. A consciência da morte nos força a sair de nossas sepulturas, nos dá asas, nos convida a voar e a amar.”


Para termos um feliz ano novo temos que estar dispostos a “matar” o que fomos e nascer de novo em cada momento da vida. 
Está aí um grande desafio. Dos maiores, senão o maior de todos!