“As cigarras passam a maior parte de suas vidas debaixo da terra, alimentando- se das raízes das árvores.
Disseram-me que há certas espécies de cigarras que chegam a viver 15 anos debaixo da terra.
De repente, alguma coisa acontece, e surge dentro delas um impulso irresistível para mudar. Saem então dos seus túneis, sobem pelos troncos das árvores, arrebentam suas cascas, subterrâneas gaiolas, e se transformam em seres alados.
Se elas não abandonarem suas cascas não se transformarão em seres alados. Continuarão a ser seres subterrâneos.
Nossos demônios são nossas cascas. Abandonar as cascas é esquecer a forma subterrânea de ser.
A grande transformação das cigarras acontece quando a morte se aproxima.
É a proximidade da morte que lhes diz: ‘Chegou a hora de voar, cantar e fazer amor, para continuar a viver…’
Eu acho que a morte é o único poder capaz de nos trazer vida nova. A consciência da morte nos força a sair de nossas sepulturas, nos dá asas, nos convida a voar e a amar.”
Para
termos um feliz ano novo temos que estar dispostos a “matar” o que fomos e
nascer de novo em cada momento da vida.
Está aí um grande desafio. Dos maiores,
senão o maior de todos!