"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



segunda-feira, 3 de junho de 2013


Não adianta.
Mudam-se as cores do inverno, os sorrisos, as páginas das revistas, as dez mais bonitas.
Mudam-se as tecnologias, as manchetes, o preço do pão, o jeito como você corta o cabelo.
Mudam-se os sonhos, o clima lá fora, o tom do batom, a decoração, o que você espera de si mesma.
Tudo muda o tempo todo. Mas uma coisa não muda. Não sai de moda. Não fica velho, nem ultrapassado.
Quer saber? Acho amar a coisa mais eterna que existe.
Não há nada mais moderno.
Mais transgressor.
Mais ousado – e mais antigo - que isso.

Num tempo onde as pessoas mal têm tempo, amar virou coisa de gente corajosa.
Porque é preciso muito peito (e muito jogo de cintura) para seguir o que temos de mais criativo: o coração.
É o amor que nos faz ver o mundo de um jeito mais belo.
E é o amor (e só ele!) que nos traz o valor exato das coisas simples.
E você não precisa necessariamente amar uma pessoa.
O amor é democrático.
Você pode – e deve – amar a si mesmo e ao mesmo tempo amar alguém (essa, sim, é a melhor combinação!).
E também amar a vida.
Amar um projeto. Um trabalho. Um sonho. Ou – porque não? – simplesmente amar o amor. Se todo amor vale a pena?
Eu acredito que sim.

O mundo não está triste só por causa das guerras, do superaquecimento global e do tal “salve-se quem puder”.
As pessoas se escondem atrás das tecnologias e de um falso liberalismo pra camuflar seus medos.
Para enganar seus desejos.
Ah, me desculpem, mas no fundo todo mundo quer mais é se apaixonar!
Todo mundo quer amar, todo mundo quer encontrar alguém especial, todo mundo quer se livrar do medo que nos impede de andar de mãos dadas.
É certo que há quem prefira o morno, os relacionamentos superficiais, as noites vazias. (Relacionamentos trazem tantos problemas e alegrias quanto estar só, isso é uma verdade).
Mas tenho a impressão de que todos nós temos um leve romantismo escondido, um desejo real pelo amor, uma necessidade de amar e ser amado sem a qual a vida não teria graça. (E não haveria tantos poetas, tantas canções bonitas e tanta insônia por aí).

Escrevi, uma vez, uma letra onde canta a seguinte frase:
“Será que amar é mesmo tudo”?
Na época eu não saberia responder. Mas, hoje, cheguei a uma breve conclusão: não, amar não é tudo. É quase tudo.
Amar é o começo. O primeiro parágrafo. A primeira nota.
É o que canta (e encanta).
Amar é que nos faz falar.
É o que nos faz acordar. É o que nos faz dizer “Bom dia” com o sorriso mais livre do mundo.
Não pensem também que amor é a solução pra todos os nossos problemas. Não. Amor não é solução. Amor é prêmio. Recompensa feliz para quem – afinal de contas – conseguiu manter-se fiel a si mesmo.
Em uma época em que os desejos duram o tempo de uma estação, acho o amor o exercício mais radical que podemos fazer.

(O coração agradece!)

♥ ♥ ♥