eu tinha tanto medo de
ficar sozinho que eu acabava insistindo em relações ruins, ou me mantendo em
lugares apertados demais só pra não ter que lidar comigo mesmo. eu achava que
só seria interessante se tivesse alguém.
mas depois eu entendi que pra ser interessante eu precisava ser importante, primeiramente pra mim.
o amor que eu queria encontrar nos outros, precisava partir de mim primeiro.
depois eu compreendi também que o amor próprio é um exercício diário, e não existe relação alguma, ou pessoa alguma que me entregue essa sensação de amar quem eu sou, devidamente como eu mereço, como eu preciso ser amado.
não é me apertando em
relacionamentos estreitos pra tentar preencher os meus vazios que vou me amar,
é aceitando o fato de que, a responsabilidade de me dar amor, é totalmente e
exclusivamente minha.
não que os outros não
possam me oferecer afeto e me fazer sentir querido e amado.
algumas pessoas tem esse
poder de fazer a gente se sentir um pouco mais leve, mais acolhido, mas o que
eu quero dizer é que a responsabilidade de me preencher de amor, é minha.
eu tinha tanto medo de seguir sozinho, que eu oferecia as minhas mãos pra quem já nem estava ali pra segurar, até entender que eu precisava ter mais responsabilidade pelo que eu sentia, e valorizar mais o amor, e respeitar mais
tudo o que eu carregava comigo, e considerar de fato que o meu tempo é precioso demais pra ser gasto com qualquer pessoa
ou relação.
depois que eu entendi que
o amor mais importante de todos, é o meu.
eu nunca mais tive medo
de ficar sozinho.
porque sozinho eu me
encontro,
porque sozinho eu me
cuido,
sozinho eu me transformo,
ninguém faz isso por
mim.
só eu.
e é por isso que eu
escolhi essa coragem.
coragem de assumir um
relacionamento sério com o meu amor próprio.
Iandê Albuquerque