"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sábado, 2 de outubro de 2021



Câncer.

Não vem escrito na testa (se bem que com a careca reluzente fica um pouco óbvio), mas eu não tenho vergonha de carregá-lo por aí.

Não sei se outros pacientes concordam comigo, mas que grande tabu e preconceito envolvem essa doença, vamos admitir, tão comum a todos nós! 
Quem não conhece um amigo, parente, vizinho, que já teve câncer? 
Estamos no século 21 e ainda há quem se choque.

Evita-se o nome. Evita-se o olhar. Evita-se a palavra. 
Me divirto e me incomodo, admito, quando me dizemah, um amigo meu que também teve issooufulano que estava com essa doençaou até mesmo os médicos dizendoque a doença estava na mama esquerda”.

A doença que não deve ser nomeada! Que besteira... é câncer, gente! 
Poderia ser gripe, poderia ser aids, poderia ser tuberculose. Pode falar: CÂN-CER. 
Essepisar em ovosdá impressão que estamos falando de uma coisa errada, algo proibido, algo culposo.

A doença é séria, a doença mata, mas é só uma doença. Não é vergonha para ninguém tê-la. Vergonha é preconceito, falta de respeito, não parar para o pedestre atravessar na faixa. Isso sim é para ter vergonha.

Câncer é só câncer, quanto mais você citar mais normal vai soar, acredita.
Não ofende e não é contagioso.

É... câncer mata!