Quando uma situação nos
causa dor emocional é comum ouvirmos que basta aceitá-la, para que doa menos.
Muito mais útil seria se
compreendêssemos as razões que nos atraíram para ela. Porque é quando nos
colocamos diante das nossas emoções que conseguimos diminuir a sensação de
desconforto que elas nos trazem, nesse ou naquele momento da existência.
Todas as vezes em que nos
pré-ocuparmos e, consequentemente, nos distrairmos com o centro da dor
ficaremos enredados nela em si, e quando isso acontece parece que não somos
parte dela, quando, na verdade, somos relevantes para tudo aquilo que sentimos,
para o bem ou não.
É humano e óbvio que num
primeiro momento a gente terceirize a dinâmica da culpa. Buscar culpados parece
que nos desincumbe da responsabilidade naquilo que reclamamos.
Portanto, aceitação não
fará nada além de otimizar uma estratégia para que, uma vez mais, a gente finja
que não tem responsabilidade.
A partir do instante em
que notamos o quanto nossas dores estão alinhadas com nossas escolhas, não será
mais uma questão de aceitação, mas de inteligência emocional.
Não é fácil, mas viver em
dor também não é e, às vezes, a gente até se esquece disso e permanece naquilo
que dói, não é verdade?