Hoje de manhã mandei uma mensagem
para o meu irmão mais velho Rodrigo, agradecendo por ele ter sido um segundo
pai para mim. Na mesma hora, recebi uma mensagem do irmão caçula, Miguel, que
agradecia por ter sido um pai para ele.
Nós três somos pais. E mesmo com os
filhos no colo nos dando presentes e cartões, nenhum esqueceu de lembrar e
comemorar a paternidade que existe entre os manos, de um cuidar do outro, de um
proteger o outro, de um olhar pelo outro.
Porque os irmãos completam o trabalho
paterno, ampliam a criação paterna, alimentam os conselhos e os olhares
paternos, de igual para igual. Na ausência do pai, assumem as broncas e as
verdades, puxam as mangas da camisa na hora de atravessar a rua e os medos,
consolam nas tristezas e desencantos amorosos.
Com os irmãos, aprendi e ensinei a
andar de bicicleta, a nadar, a derrubar latinhas com estilingue, a montar
aviões e barcos de papel, a passar na recuperação de matemática, a disputar
corridas com a lua, a descobrir o carro que vinha em nossa rua pelo barulho do
motor, a usar compasso, a fazer fogo com lupa, a abrir mata com facão, a trocar
pneus de carro.
Coisas insignificantes e
inesquecíveis.
Não brigue com os irmãos. É o maior
presente que pode dar a um pai neste domingo: a família reunida e se amando.