Eu acordei pensando algo
sério. Foi um pressentimento, uma autocrítica, uma descoberta que só
encontramos na humildade mais funda.
O que mais desejamos na
vida pode nunca acontecer. E não devemos nos desesperar.
Talvez viver não seja
alcançar os objetivos. Nosso maior objetivo é estar sempre correndo atrás
deles.
Talvez não tenhamos tempo
de cumpri-los (quem é que sabe o tempo que nos resta?). Ainda assim passaremos
adiante a nossa força de vontade.
Nem todos ficam para ver
as suas alegrias realizadas. Ainda assim deixarão testemunhas de seu esforço.
Não há lembrança
inacabada que não seja completada depois por um filho, por um amigo, por um
amor. Nossas últimas páginas serão escritas pelos outros, que acompanharam as
nossas batalhas silenciosas para manter inteira a personalidade. Não estaremos
mais aqui, estaremos dentro deles. A saudade é uma inesperada sobrevida.
Mesmo não chegando ao
lugar pretendido, persistirá o legado de sua teimosia, de sua curiosidade, de
sua avidez em tentar de todos os jeitos e seguir adiante.
Exercitou a honestidade
da busca, que é o melhor destino a ser alcançado.
Não é nenhum fracasso não
concretizar aquilo que se pretendia, mas desistir por falta de confiança.
Se você não obteve os
seus sonhos, pelo menos nunca parou de sonhar. Viveu sonhando.