Passo a passo a gente se
afasta da tristeza mesmo que os motivos persistam, mesmo que o frio invada os
espaços internos congelando o osso do sentimento. Não é mais o momento de viver
uma decepção, mas de decapitá-la. Porque o que a gente merece, somente a gente
sabe e deve reivindicar.
Fortalecer-se com tudo e
apesar de tudo, mesmo que a dor lateje insistentemente, mesmo que haja tanto
barulho no silêncio denso. Ter no caminho espiritual, ao menos, uma postura de
honestidade consigo, com o outro: não se pode rezar para Deus enquanto se serve
ao diabo. Desligar-se de tudo o que embaça tua visão e rasura teu riso: o
comportamento alheio não é responsabilidade sua mesmo que você tenha apertado
os gatilhos mentais para tal.
Não sejamos plateia da
crueldade de quem se superioriza com ares profissionais de “cuidador”. Ninguém
tem que te dar lições do alto do seu pedestal imaginário. Tua busca deve ser
exatamente essa: rasgar todo e quaisquer véus de ilusão que persistam em
maquiar e dar os nomes equivocados aos sentimentos.
Não confunda amor com
carência. A raiva ou o medo não constroem amorosidades nem lapidam nosso
comportamento. Não confunda a sensação de desamparo com impotência. Nosso eu superior tem absolutamente a força necessária para decidir e manter a decisão.
Para escolher um novo protagonista dentro de um cenário transparente e
respeitoso. Não fique onde seu coração não sente paz. Reescreva sua narrativa e
troque os personagens.
Quando você engana,
magoa, tiraniza, é o seu ego que está acessando os teus conhecimentos e fazendo
o uso mais vil da tua suposta sabedoria. Muitos restam calmos perante o
sofrimento causado, mas nada, absolutamente nada na vida é um ato sem
consequência.
Você (es)colhe o que
planta.