Porque a humanidade não
dá certo
Uma blogueirinha fit,
postou no seu Instagram que não tem nada melhor do que: “acordar, meditar,
alongar, fazer atividade física, ir pra crioterapia e depois fazer drenagem!”
- Segunda-feira. Não, ela
não está de férias!
Ela recebe pra fazer
atividade física, pra publicar as marcas que a patrocinam, pra divulgar a
massagista, pra dizer que a vida é “mara” e que ela é muito feliz.
Ela também diz que
Cúrcuma e Magnésio são “mara” e que fazem bem “pra tudo”.
E aí, a Joana (nome
fictício ok?) vê isso.
Ela, Joana, acorda cedo,
passa um café rapidinho, corre pro trabalho, come em pé em alguma canto do
serviço, chega em casa depois das 19h, pega seu material de estudos e corre pra
aula, volta, come qualquer coisa, e dorme porque “todo dia ela faz tudo sempre
igual, se sacode às 6h da manhã”.
Então, a “Joana” que é
uma pessoa normal, começa a se sentir fracassada. Triste. Talvez seja falta de
cúrcuma, né?
Ela não consegue acordar,
meditar, alongar, treinar, fazer crioterapia e drenagem.
Enquanto a blogueira faz
drenagem, ela já está no batente entregando produção... e nem 10 minutos de meditação
ela consegue fazer!
E o que que essas
blogueiras fazem pra humanidade, além de demonstrar uma vida fictícia que
NINGUÉM normal pode ter?
E aí vemos jovens cada
dia mais depressivos, pessoas cada vez mais imediatistas, profissionais mais
frustrados e, a vida real, que era pra ser a vida realmente boa, mesmo com os
seus tropeços, vai sendo vista como uma vilã cruel.
Umas semanas atrás, um
“coach de life style” se matou. Um tal de Coach Bueno.
Desses que tinham a vida
plena na rede social. Mas a vida real, que é boa mesmo com seus percalços,
pesou. E ele não aguentou. Vejam só: a maioria dos influenciadores digitais se
consultava com ele.
E ele? Se consultava com
quem?
Em tempos de cúrcuma,
magnésio, vida “mara”, água com limão de manhã, crioterapia,
meditação,academia, corpo sarado e life style... eu fico com o churrasco, o
arroz (pode até ser com açafrão!) com feijão, a vida em família, a religião, a atividade
física moderada, e um brigadeiro, que nunca matou ninguém de decepção...
Zilda Machado