Domingos, antes de
começar a entristecer e, para que isto não aconteça (porque tem sempre alguma
coisa meio esquisita nos meus domingos), me dou missões grandiosas. Agora, por
exemplo, estava tomando conta da paisagem. No processo, observei se as plantas
estavam no lugar adequado para absorver toda esta água celeste que, para elas,
pode ser benta. Cumpridas as tarefas mais importantes, planejo mentalmente como
será minha semana: e tento me visualizar bem.
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Quando começa a anoitecer
e o vento frio desabilita minha vontade de andar por aí, eu fico aqui dentro de
mim tomando conta das minhas cobranças emocionais. Porque preciso entender o
meu tamanho e meus limites para transcender o que é possível. Cuido também do
que é pernicioso: maus pensamentos, fofocas, insultos, críticas muito ríspidas
e sem consistência, etc., não alimento. Solidão que não é minha e tenta se
aninhar aqui, devolvo. Desilusões amorosas que buscam uma mente vazia para
perturbar, afasto. Nada como ter cada coisa no seu lugar. Nada como ser a
pessoa que quando você olha para dentro está lá.
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Desejo um amor demasiado
dentro de um coração sossegado.