"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



terça-feira, 16 de julho de 2019


Há quem celebre o aniversário do cãozinho com uma garden party para 300 convidados, quem contrate meia dúzia de duplas sertanejas para cantar na formatura do caçula, quem encomende três vestidos de gala para a filhota trocar durante a festa de 15 anos e mais uma sequência de torração de dinheiro que não é da minha conta, eu sei. Cada um com seus luxos. Você e eu também temos alguns.

Ando me dando ao luxo de dormir um pouco mais, coisa que até um tempo atrás eu me permitia com moderação. Também tenho me dedicado à DR (discutir a relação) comigo mesma. Ando a fim de me relacionar melhor com esta mulher que já não acorda tão cedo e que resolveu investir mais na vida pessoal. Não vou abandonar o batente, a loucura não chegou a esse ponto, mas pretendo cuidar mais do coração (nada a ver com colesterol, e sim com romance). Parece que o nome disso é viver a vida. Não que eu já não me dedicasse a esse projeto, mas às vezes é preciso dar uma parada para redefinir o que é vida, afinal.

(...)

Luxo é estar com quem se gosta, afinar a sintonia com os filhos, dedicar-se ao amor. Enxergar, escutar, estar: conjugar mais os verbos que são de doação, não apenas os que contemplam o ego. Todos os luxos são caros, mas podem ser valiosos em outro sentido.

Luxo é “saber viver”, dedicando-se menos às redes sociais, usufruindo o tempo em vez de virar escrava dele e organizando a rotina em torno das satisfações mínimas, e não de exigências desumanas. É querer rir mais, que a gente tem rido menos do que deveria. Determinar novas urgências.

Urgente agora é saborear os dias, não simplesmente vê-los passar.