Há quem celebre o
aniversário do cãozinho com uma garden party para 300 convidados, quem contrate
meia dúzia de duplas sertanejas para cantar na formatura do caçula, quem
encomende três vestidos de gala para a filhota trocar durante a festa de 15
anos e mais uma sequência de torração de dinheiro que não é da minha conta, eu
sei. Cada um com seus luxos. Você e eu também temos alguns.
Ando me dando ao luxo de
dormir um pouco mais, coisa que até um tempo atrás eu me permitia com
moderação. Também tenho me dedicado à DR (discutir a relação) comigo mesma.
Ando a fim de me relacionar melhor com esta mulher que já não acorda tão cedo e
que resolveu investir mais na vida pessoal. Não vou abandonar o batente, a
loucura não chegou a esse ponto, mas pretendo cuidar mais do coração (nada a
ver com colesterol, e sim com romance). Parece que o nome disso é viver a vida.
Não que eu já não me dedicasse a esse projeto, mas às vezes é preciso dar uma
parada para redefinir o que é vida, afinal.
(...)
Luxo é estar com quem se
gosta, afinar a sintonia com os filhos, dedicar-se ao amor. Enxergar, escutar,
estar: conjugar mais os verbos que são de doação, não apenas os que contemplam
o ego. Todos os luxos são caros, mas podem ser valiosos em outro sentido.
Luxo é “saber
viver”, dedicando-se menos às redes
sociais, usufruindo o tempo em vez de virar escrava dele e organizando a
rotina em torno das satisfações mínimas, e não de exigências desumanas. É querer rir mais, que a gente tem rido menos do que deveria. Determinar novas
urgências.
Urgente agora é saborear
os dias, não simplesmente vê-los passar.