Às vezes, uma vontade de
conversar, dessas conversas em que se fala sobre todos os medos e todas as
fragilidades, nada além do que se esteja, nada que determine quem você é.
Às
vezes é só uma solidão em que se quer compartilhar sem que o outro se sinta na
obrigação de entender, mas apenas ouça porque a gente também não entende.
São
momentos em que a gente nem precisa reclamar de nada, porque tá tudo bem, o que
há é um leve ou enorme aperto não identificado no peito. E a gente não quer
ficar calado demais pra não dar rouquidão à tristeza.
É mesmo só uma vontade de
dizer que a vida é mágica sim, mas que as coisas não são incríveis o tempo
todo. E que, às vezes, a gente precisa de um colo do tamanho do que aprendeu a
dar e que a gente também não gosta de compreensões exacerbadas do tipo que
fazem cafuné na hora em que se quer dar socos na almofada!
É um pouco de raiva
com um certo cansaço. Uma real percepção de que se trabalhou tanto o ser
interno para estar sempre inacabado. E esse é um trabalho que não termina.
Mas
aí a gente lembra que precisa ser tão grato sempre e que isso pode ser falta de
confiança na vida...
Foda-se! A gente é
humano.