Você me pede ajuda para
resgatar a mulher de sua vida. Pede um poema. Pede uma frase que toque o
coração dela e liberte o perdão do ressentimento.
Desculpe, eu não tenho.
Por mais que sofra pela sua situação.
Verdades atrasadas não
significam nada para mim.
Por que só descobriu
agora que é a mulher de sua vida? Por que teve que trair para perceber que ela
era a mulher de sua vida? Teve que estar com outra mulher para comparar? Não
dava para notar antes? Não era suficiente o que viveram juntos?
É uma contradição. Se
fosse a mulher de sua vida, não precisaria de novas mulheres.
Sua culpa é egoísmo. Está
pensando em si, em manter aquilo que tinha apesar de não mais merecer. Não está
pensando nela, no quanto ela sofreu ao saber que você não é o que diz, não é o
que promete e que a sua palavra não corresponde às suas ações.
Não há empatia de sua
parte, apenas uma tentativa desesperada e individualista de se livrar do
próprio erro, de se safar, de garantir a impunidade.
Depois de sair com outra
e levar os segredos da relação para uma estranha, fica difícil acreditar.
Depois de trocar a longa intimidade pelo sexo fútil, depois de rifar a
confiança, depois de escolher a dissimulação no lugar da sinceridade, ela não
tem como acreditar que é a sua prioridade.
Morreu a admiração: tornou-se um
homem comum, sem graça para ela.
Aquilo que lhe destacava entre tantos foi
posto fora. Você é capaz de mentir, você é capaz de magoar, você é capaz de
fingir, como qualquer estranho.
A fidelidade é o que
torna alguém especial. Por não depender de mais ninguém para ser feliz. É a
maior declaração de amor que existe.
Ainda mais quando é a mulher de sua vida.