Que o amor vire a rotina
de sermos trazidos à tona até que tenhamos uma melhor perspectiva de nós
mesmos: e isso nos conduza para além do narcisismo. Que o amor vire a rotina de
termos seguranças que não se confundam com a ilusão da posse e convicções que não
moram na inércia.
Que o amor vire a rotina
de ser agente transformador para que possamos questionar diariamente: O que
posso ser? Onde quero estar? O que me faz querer ficar? E abraçar a liberdade
das perguntas e respostas.
Que o amor vire a rotina
de entender que, sendo o Outro esse mistério e, sendo nós mesmos essa vasta
possibilidade de tramas a serem desvendadas, nunca poderemos ser abreviados ou
passíveis de conclusão. Pois se o que cresce precisa mais de espaço do que de
constância, então que o amor não encontre na impermanência o desamparo, nem na
solidez do sentimento um motivo para condenar a conquista à estagnação.
Que o amor vire rotina,
até que a rotina seja amor.