Dia de Finados é
ocasião propícia à meditação sobre a vida. Da vida que, inevitavelmente,
culmina com a morte.
Lidamos, na
verdade, com duas entidades insondáveis e indissociáveis: o milagre da vida e o
mistério da morte. Embora devamos fazer tudo e de tudo, dentro do razoável e
aceitável, em prol da vida, certamente um dia nossa hora vai chegar...
Uma geração passa;
outra lhe sucede. E a vida continua.
O show da vida não
pode parar. E é, sem dúvida, fantástico, fantástico, esse show. O mais
fantástico de todos os shows. O show do viver.
O Sol nasce; o Sol
se põe. E renasce, todo dia, do mesmo oriente. Atinge o apogeu ao meio dia.
Depois declina para o ocidente toda tarde...
Todos os rios
procuram o mar, e o mar nem por isso transborda. Os rios como que voltam à
nascente donde partiram e suas águas voltam a rolar.
Não há nada de
novo debaixo do Sol, mas os olhos não se cansam de ver nem os ouvidos de ouvir.
Há sempre lugares
no mundo a visitar, músicas a ouvir, livros a ler, paisagens a contemplar,
coisas a aprender, boas obras a praticar, orações a fazer, talentos a
multiplicar.
O milagre da vida
é um caleidoscópio, num produzir infinito de combinações de imagens e de cores,
numa sucessão ininterrupta de impressões e sensações, de sonhos e realizações.
Tudo depende do olhar. Tudo depende da sensibilidade. Mais que da razão. Ou
melhor, com as razões da razão e as razões do coração que a própria razão
desconhece.
“Andar com fé, eu vou, que a fé não costuma faiá”, ensina a canção.
“A fé tá na manhã,
a fé tá no anoitecer. A fé tá viva e sã. A fé também tá pra morrer.”
Pelo sim, pelo
não… Então vamos lá…
É Dia de Finados
sim, e aos nossos finados queridos, prestemos homenagens, mas, sobretudo, é
mais um dia de viver!
(Cau Fagundes / Bloguesa)
#programada