"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sexta-feira, 2 de novembro de 2018


Dia de Finados é ocasião propícia à meditação sobre a vida. Da vida que, inevitavelmente, culmina com a morte. 
Lidamos, na verdade, com duas entidades insondáveis e indissociáveis: o milagre da vida e o mistério da morte. Embora devamos fazer tudo e de tudo, dentro do razoável e aceitável, em prol da vida, certamente um dia nossa hora vai chegar...

Uma geração passa; outra lhe sucede. E a vida continua. 
O show da vida não pode parar. E é, sem dúvida, fantástico, fantástico, esse show. O mais fantástico de todos os shows. O show do viver. 
O Sol nasce; o Sol se põe. E renasce, todo dia, do mesmo oriente. Atinge o apogeu ao meio dia. Depois declina para o ocidente toda tarde... 
Todos os rios procuram o mar, e o mar nem por isso transborda. Os rios como que voltam à nascente donde partiram e suas águas voltam a rolar. 
Não há nada de novo debaixo do Sol, mas os olhos não se cansam de ver nem os ouvidos de ouvir.

Há sempre lugares no mundo a visitar, músicas a ouvir, livros a ler, paisagens a contemplar, coisas a aprender, boas obras a praticar, orações a fazer, talentos a multiplicar. 
O milagre da vida é um caleidoscópio, num produzir infinito de combinações de imagens e de cores, numa sucessão ininterrupta de impressões e sensações, de sonhos e realizações. Tudo depende do olhar. Tudo depende da sensibilidade. Mais que da razão. Ou melhor, com as razões da razão e as razões do coração que a própria razão desconhece.

“Andar com fé, eu vou, que a fé não costuma faiá”, ensina a canção.
“A fé tá na manhã, a fé tá no anoitecer. A fé tá viva e sã. A fé também tá pra morrer.” 
Pelo sim, pelo não… Então vamos lá…

É Dia de Finados sim, e aos nossos finados queridos, prestemos homenagens, mas, sobretudo, é mais um dia de viver!


(Cau Fagundes / Bloguesa)


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