"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 20 de julho de 2017

o medo do amor


Eu não tenho medo do amor. Eu tenho medo é de amar quem tem medo dele. 

Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de desistências. 
É como viver apenas a possibilidade de algo, mas com a sensação de que ela nunca se estabelecerá. 
É ficar intranqüilo não com o amanhã, mas com os próximos minutos. 

Quem teme o amor vai embora antes de fazer as pazes com ele. 
Antes de saber que surpresas ele reservava. 

Quem teme o amor teme caminhar de mãos vazias em direção ao desconhecido. 
Está sempre baseado numa repetição do passado.
E acha que a vida será como todos aqueles dias idos. 

Quem teme o amor não vê a pessoa que conheceu, não se dá a oportunidade de ser amado de outra forma. 

Quem teme o amor se envolve é com o drama de todas as feridas que vieram à tona porque ele não se permitiu ficar sozinho e confuso o suficiente para curá-las. 

Quem teme o amor não aprendeu a pedir ajuda nem a receber a cura do Universo. Ele se acha maior que o amor e não conjuga o verbo. 

Quem teme o amor consegue ser mais perverso do que quem o magoou.

Quem tem medo do amor, pra se preservar, não se permite delirar lindamente... e perde a parcela mais deliciosa que o amor prometeu... por medo de amar.