"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

ah, setembro!


“De tão azul, o céu parece pintado” e meio que magicamente, esse mesmo céu organizará dentro de cada um de nós, caixinhas de sentimentos com rótulos e tudo, com cada sentimento no seu devido lugar; e emoções com freios. Devolvendo-nos inúmeras certezas, livrando-nos dos medos e da falta de sonhos.

Os sentimentos ruins, aqueles que costumam nos sujar por dentro, sempre saem pela janela voando, porque não aguentam tanta luz. E tanta luz virá de fora, com o céu azul, tão limpo, tão claro, que o de dentro se acenderá de mil maneiras e explodirá em forma de cascatas quando a noite se aproximar e querer roubar o que por direito é do sol. E do dia.

Quando a noite chegar e as pálpebras já não suportarem o peso do sono, os sonhos inundarão o ser dormente e derramarão sobre ele, vontades, desejos e uma esperança que não acaba nunca. Nem mesmo em noites de insônias, quando o calor é muito e a saudade insiste em bater na porta trazendo antigos retratos, cheiros e risos escondidos pela casa. No dia seguinte, cada pessoa acordará bem disposta e com ombros fortalecidos. 

Sempre haverá, em Setembro, um copo de água com açúcar ao lado do que dorme, alimentando as fadas e os deuses de tudo o que existe, para que elas-eles nos protejam, nos guardem e nos iluminem. Para agradecer, para pedir, para simplesmente amainar a nossa sede e a nossa sina.

Que os ventos, que eram de Agosto, e que agora invadem nosso doce e louco Setembro, levem pra longe os maus augúrios, as desconfianças, os remendos, atrolhos e todo mal que haja ao redor. Que as najas sejam envenenadas pelas próprias línguas. Que as pequenas alegrias estejam ao alcance das mãos.

Que toda noite, antes de dormir, cada pessoa, de cada mundo distante, tenha uma estrela própria no céu, para que se possa fazer um pedido. E que se possa sonhar. Sonhar muito, com happy ends, fadas, gnomos, pó de pirlimpimpim e morangos. Muitos. Vermelhos.

E que de tão doce, Setembro faça brotar um pé de sorrisos no quintal de gente, como a gente, que sabe sonhar. E acreditar, entre suspiros, rezas e planos.

Um maravilhoso setembro, pra você e pra mim.