Meu caro Chico,
Me perdoe, por favor se a minha admiração não é mais
irrestrita.
Hoje você apoia quem manda roubar, roubou e tem roubado, não tem
discussão.
Não se importa em ver a Pátria Mãe, tão distraída ser subtraída em
tenebrosas transações.
O que será que lhe dá, pra defender quem não tem decência,
nem nunca terá, quem não tem vergonha, nem nunca terá, quem não tem limite?
Cantei cada uma das suas canções como se fosse a última. Li
cada livro seu como se fosse o único. E, olhos nos olhos, dói ver o que você
faz ao defender quem corrompe, engana e mente demais.
Não é por estar na sua presença, mas você vai mal. Vai mal
demais. Eu te vejo sumir por aí, arruinando a biografia - que se arrasta no
chão -, cúmplice de malandro com aparato de malandro oficial, malandro
investigado na Polícia Federal.
É, Chico, você tá diferente, já não te conheço mais. Quem te
viu, quem te vê.
Trocando em miúdos, pode guardar as sobras de tudo que não
conseguirem roubar. Apesar de você - e do PT - amanhã há de ser outro dia.
__Eduardo Affonso