“Abençoadas
sejam as surpresas risonhas em todo nosso caminho”.
Já tive dúvidas se
essa coisa toda de Ano Novo é frustrante ou mágica. Me parece mesmo que é
ilusória, já que acredito que ilusão pode tomar forma boa e/ou ruim. Queira ou
não queira, todo mundo acaba mecanizando dezenas de planos para o próximo ano,
se firmando na novidade de mudança que o réveillon figura. E acontece até sem
querer mesmo, quando a gente repara estamos lá outra vez pensando numa coisa
pra fazer.
Neste momento não
estou arquitetando nada, só espero por melhores surpresas pra que eu possa descansar
sem ter que me cobrar mais tarde. Mas ainda assim não deixo de desejar alguma
coisa, viu só? É bem assim. E é aí que mora o perigo da decepção, de pôr a
culpa no pobre do ano e de fazer tudo outra vez ao final de dezembro. Já não
vivo mais disso.
Réveillon podia
ser todas as vezes que se quer transformar, porque algumas pessoas deixam tudo
pro ano que vem quando acham que estão indo mal e acabam vivendo só de
promessas. Ainda bem pra elas que todo fim de ano termina com um suspiro de
“como passou rápido”, daí aparenta mais fácil recomeçar. E mesmo assim, bem que
eu não queria relógios pra começos e fins...
Mas sabe, mesmo
que seja por causa da data, é tão bonito olhando pelo lado de que é no fim do
ano que as pessoas se sentem mais acreditadas ou ao menos tentam estabelecer
melhorias. É que quando pensamos no que queremos de bom, no que pretendemos
mudar e melhorar, nós nos damos conta do que não deu certo e o que foi feito
(ou não foi feito) pra isso. De alguma forma, lá dentro, cada um reconhece seus
pecados, mesmo que não admita nem pra si.
Fim de ano é uma
escola! Por menor que seja a aprendizagem ela serve de alicerce pra outras
novas, não tenhamos dúvidas disso. E que não seja frustrante nem enfeitado
demais, mas que seja uma boa ilusão. Ilusões são ilusões porque estão dentro da
gente. Só que quando dentro é casto e verdadeiro, fora passa a ser do mesmo
jeito porque tudo se transforma quando a gente se acredita, se muda. Vamos
aprendendo!
Então,
aproveitando a intensidade da data, que façamos vários réveillons num ano e
que “abençoadas sejam as surpresas
risonhas em todo nosso caminho”.