“As pessoas admiram suas qualidades
em silêncio, e julgam seus defeitos em voz alta.” Parece só mais uma frase de
efeito, mas, no fundo, essa frase demonstra uma correspondência assustadora com
a realidade.
É que a crueldade com que as
pessoas costumam julgar umas às outras é o que me faz achar metade do mundo uma
droga – e é do que você deve se lembrar da próxima vez em que pensar em se importar
com os comentários negativos que fizerem ao seu respeito: as pessoas são
cruéis.
Não todas, calma lá. Esta que vos
fala gosta de blues, de café e de gente – até demais. Porque existe gente boa.
Gente com energia boa, com palavras doces, com gestos bonitos e ataques de
gentileza que fazem do mundo um lugar minimamente adequado pra se viver.
Mas, como nem tudo são flores, há
as pessoas que tentam te diminuir quando você cresce. As que elogiam seus
pontos fracos para que você não evolua. Que mascaram seus defeitos para que
você não preste atenção neles – como se isto fosse possível – mas os
superestimam na sua ausência, os gritam para o mundo. Os acendem com luz neon
para que todos vejam o quanto eles são terríveis, enquanto te diz, com um
sorriso falso no rosto, que tudo vai bem. Que você não precisa se preocupar.
Você não precisa se esforçar. Você não precisa crescer. É preciso aceitar: há
pessoas que simplesmente não querem o seu progresso.
Há outras que podem até querer te
ver bem, mas não melhor do que elas. E com essas pessoas você precisa ter
cuidado. Você deve se blindar – se vestir de autoconfiança. A
autoconfiança, aliás, é um escudo e tanto: é o que te faz feliz com você mesmo,
consciente dos seus defeitos e disposto a superá-los, quando possível, e,
quando não, aceita-los.
Para essas pessoas, a tristeza
alheia é alimento. As palavras são armas letais que vão em cheio na felicidade
dos distraídos – por isso, não se distraia. Não aceite críticas cruéis ou
falsos abraços. O que não é verdadeiro, não
acrescenta e não faz falta. Não
ocupe espaço com o que te suga energia, sorriso, vontade.
Essas pessoas são dignas da mais
pura compaixão – porque elas precisam que o outro caia para que permaneçam de
pé. Em vez de evoluir, elas ocupam seu tempo em testemunhar a desgraça alheia,
para criarem uma ilusão de superioridade. Porque, sozinhas, elas não se valem.
Porque há pessoas que criticam
aquilo que mais gostariam de possuir. Que maldizem em pensamento e sorriem,
cheias de dentes. Pessoas que definham ao testemunharem a felicidade de outrem. Faça – as definhar.
Responda com um sorriso tão cheio de luz que seja capaz de encandear olhos
acostumados com a escuridão. Porque luz própria é coisa que
não se compra.
A parte boa disso tudo é você pode
escolher. É que existe o outro lado. Existe a luz e a escuridão. A doçura e a
crueldade, o ódio disfarçado de sorriso e o amor que transborda pelos olhos.
Existem dois caminhos antagônicos sempre abertos, e você escolhe, diariamente,
qual deles quer seguir. Você escolhe a cada abraço, a cada tropeço, a cada
oportunidade que a vida te dá de acordar e fazer diferente.
A nossa felicidade depende, em
grande parte, das relações que construímos ao longo da vida. Escolha as pessoas
que te abraçam e deixam aquela sensação de banho tomado, de alma lavada, de
carinho no coração. O mal passará por você o tempo todo, mas sempre dá pra
desviar.
Não revide falsidade com mais
falsidade. Não deixe que o mal que há nas pessoas transforme o bem que há em
você – porque nós somos os responsáveis por quem somos, e quando você assume
essa responsabilidade, você entende o que é ser feliz – independente do mal
olhado e do mal pensado – você aprende a ser feliz.
_____Nathalí Macedo