“Deus é como o vento. Sentimos na pele quando ele passa, ouvimos sua música nas folhas das árvores e o seu assobio nas gretas das portas.
Na flauta, o vento se transforma em melodia.
Mas não é possível engarrafá-lo. No entanto as religiões tentam engarrafá-lo em lugares fechados a que elas dão o nome de ‘casa de Deus’. Mas se Deus mora numa casa, estará Ele ausente do resto do mundo? Vento engarrafado não sopra.
Deus nos deu asas. Mas a religião inventou gaiolas.
Há pessoas que se sentem religiosas por acreditar em Deus.
De que vale isto? ‘Os demônios também acreditam e estremecem ao ouvir seu nome’ (Tiago 2:19)
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Tudo o que vive é pulsação do sagrado. As aves do céu, os lírios do campo. Até o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é uma música do Grande Mistério.
Não precisamos dizer o nome da rosa para sentir seu perfume. Não precisamos dizer o nome ‘mel’ para sentir sua doçura.”
(do livro “Perguntaram-me se acredito em Deus”)