"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sábado, 1 de junho de 2013

eu te amo você e eu


Eu conto quantas vezes você me diz eu te amo.
Assim como contava estrelas, assim como contava os pássaros de uma migração, assim como contava os fósforos e os grãos de feijão para a tabuada.
Espero sua pronúncia sempre.
Amo quando me responde, mas amo ainda mais quando respondo.
Controlo o eu te amo em sua boca, em seu email, em seu sms, no Facebook.
E quando não vem já me conto de menos. Já me sinto menos. Já me subtraio.
Não vem alegar que "eu te amo" deve ser dito somente com vontade.
Eu digo bom dia para criar vontade. Eu digo boa tarde para gerar vontade. Eu digo boa noite para perpetuar vontades.
Eu te amo puxa o amor ainda ignorado, ainda desconhecido, ainda porvir.
O amor ainda insensato, ainda não civilizado, ainda desinformado.
O amor que não tem nome e que já é nosso.
O amor que desconhece o endereço mas vem vindo.
Porque amor não é clareza, explicava meu pai, amor é claridade.
Não vem alegar que exigir o eu te amo de volta é coagir.
Faço coerção mesmo. Com todo meu amor.
Amor não pede espaço, atropela. Amor não espera esmola, toma o que nem somos.
Amor não tem moderação, é intensidade, que é muito mais forte do que pressão.
Eu conto todos os eu te amo que me oferece. Um por um.
Não quero nenhum eu te amo meu sem um eu te amo seu. Nenhum eu te amo solteiro em nossa vida.

♥ ♥ ♥