"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Metade da laranja? Não, obrigada!



Penso em você, e eu não quero ser a sua alma gêmea, nem sua cara-metade, nem a parte da sua laranja que te falta.
E nem quero que você me seja. Não acho que seria uma boa laranja, ou uma boa alma gêmea para você, apesar do meu romantismo,
busco outra coisa.
Um outro papel mais interessante que uma laranja (partida ao meio)
para mim, e para você.

Eu também não gosto da ideia de precisar de você, do seu amor, da sua paixão, do seu carinho.
E também não quero que você me precise.
Nem sempre necessidades são bem vindas,
ou bem vistas, ou bem vividas.

Eu não quero que você me complete, que eu te complete, que sejamos peças de grande quebra-cabeça da vida.
Um homem do seu tamanho (e uma mulher do meu tamanho) acho que podem bem ser completos, ser inteiros, e não possuírem vácuos à serem preenchidos por um outro.

Que sejamos inteiros. Desnecessitados. Sejamos.

Não espero que precisemos do outro para ser.
Não quero você que rompa com a imensidão do meu ser, pois não é meu intuito te romper assim.

Quero que você seja, quero me ser, e só então quero um nós.

Um nós diferente.

Almas únicas. Individuais.
Sabe aquela soma matemática do amor diferente, que era fruto dos poemas do ginásio, onde dois mais dois torna um.
Que no nosso caso, ainda seja dois.
Tua parte exata, sei que agradece isso.

Eu quero, que fiquemos assim, juntos.
Sem buscar peça, gomo de laranja, necessidade, precisão, complemento.

Não existe história mais linda do que de pessoas que não possuem alma-gêmea, mas que ficam juntas por um bom tempo apenas pelo querer, seja da vontade , seja pelo gostar, pelas coisas gostosas que unem,
que criam nós.
Um querer de nós.
Nós nos juntando, nos colocando, nos transpassando, nos unindo, nos apaixonando, nos amando.
Nos. Nós. Nós em Nós.

(Jéssica Karoline de Lara)