"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Da carta fora do envelope...

Um lugar sem graça, 30 de outubro de 2011

Eu não sei se esse vazio que eu sinto é a falta de ti ou do sentimento lindo que tu despertavas em mim. A verdade é que meu sorriso deixou de ser largo e minha poesia ficou triste desde a noite em que tu me abraçaste pela última vez.

Acho que eu te amei desde o momento em que me tirastes pra dançar naquela noite. Amei-te do jeito que viestes a mim, meio sem jeito, de caderno na mão, camisa verde, calça jeans e com o sorriso mais lindo do mundo no rosto. Não sei o que teu coração disse ao meu durante aquela dança, mas seja lá o que tenha sido, fez o meu bater mais forte e de um jeito mais bonito.

Tu me deste vontade de passear por aí de mãos dadas, me deste uma vontade estranha de sorrir pelas ruas, vontade de escrever e de cantar, tu me deste vontade de amar. Sabes, eu nunca pensei que pudesse sentir por alguém algo tão especial como o que eu senti por ti, na verdade eu nem sabia que cabia tanto amor assim dentro de mim. E todo o amor que eu tinha eu te dei. Amei cada gesto teu, cada mania esquisita, cada segundo de sonho ao teu lado. Contigo todos os cenários eram perfeitos para uma história de amor: uma praia, um praça, um ônibus, um quartinho...

Hoje, tanto tempo depois de ti em minha vida, vou bem, obrigada! Bem estática, bem saudosa e bem diferente de feliz. Minha felicidade ficou em um canto qualquer teu, ou no bolso daquela tua calça jeans ou dentro daquela mochila preta, não sei.

Certa vez ouvi alguém falar que só esquecemos um grande amor com outro, talvez seja verdade. Alguém que me quer muito bem um dia desses me disse que eu devo abrir meu coração e me permitir conhecer alguém especial. Eu sei que devo... E até tenho tentado, juro que tenho! Mas nenhum deles tem aquela tua cicatriz na ponta do nariz, nenhum deles tem aquele abraço que guardava toda minha alegria dentro, nenhum deles se diverte fazendo cócegas em mim, nenhum me dá vontade de sair debaixo de chuva pra um encontro no banco da praça – diga-se de passagem, nossa praça.

Só eu sei o quanto dói não te ter por perto, não ouvir tua voz todos os dias (e várias vezes ao dia), o quanto dói não te contar do meu primeiro dia no meu primeiro emprego, só eu sei o quanto dói precisar do teu abraço pra ser feliz. Mas entre todas as dores, o que mais dói é que no fundo eu tenho a certeza de que vai doer pra sempre tua falta em mim.

Só sei conjugar o verbo amar no tempo da tua pessoa.
Te amei, amo e amarei enquanto eu viver.
É só, Meu Bem.

Remetente: A menina dele
Destinatário: O menino dela
Endereço de entrega: O coração dela, onde ele ainda faz morada.

 


(Achei tão cheio de sentimento e doçura...
Simples como só o coração pode ser)