"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sexta-feira, 22 de junho de 2012

"Eu sempre acho que amanhã será o dia de mudar de vez,
de me assumir por completo.
Mas daí o amanhã chega e tenho uma imensa preguiça de sair da minha área de conforto, porque é bem provável que ninguém entenda.
E dá medo encarar o que é definitivo.
E porque é mais fácil reclamar da vida do que torná-la leve de sobreviver.

Hoje eu sinto saudade e nem sei do quê.
É uma angústia louca, um misto de vontade de chorar e sorriso leve.
Eu não sei citar motivos, mas alguma coisa me falta.
Estou ao mesmo tempo feliz e deprimida, tenho companhia e nunca fui tão sozinha, tenho sucesso e nunca me senti tão fracassada.

Eu crio mil planos pra mim e boicoto todos eles.
A vida é tão cheia de ciclos e fases
e eu me agarro doentiamente ao conhecido.
Eu evito mudanças drásticas, sabendo que são meus impulsos mais interessantes e busco o conforto da mesmisse.
É ridículo, não há surpresas.

Ninguém nunca espera que eu saia dos meus limites.
Quem me conhece de verdade?
E quem sabe dos momentos que eu estou a ponto de explodir?
As saudades são grandes, o telefone mudo.
Me identifico com livros e personagens e nem tenho uma história pra contar.
E se eu contar, quem vai se importar?

Eu me importo, e muito.
Quero marcar mais quem passa por mim, quero perder esse medo de não agradar, essa preocupação em ser o que todos esperam.
Tentando não incomodar ninguém eu fico neutra.
Invisível.
E todas as minhas experiências de falta de preocupação já me indicaram que seria bem melhor me assumir.
Eu não sou tímida.
Sou calculista.
E essa falta...
Na verdade eu sei, mas não queria saber...
É falta de mim."