"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Da cumplicidade


Acordar ao seu lado, esse eterno amanhecer por dentro,
um sol interno tão aceso, essa alegria gratuita.
E existe algo em nós que é tão recíproco, cúmplice e intenso.
Dos nossos olhares que dizem tanto sobre tudo, silenciosamente.
Um movimento de corpo que é tão ao encontro o tempo todo.
Da compreensão e paciência a que nos dedicamos diariamente.
E o amor que permeia tanta poesia,
e a poesia que se entrega inteira pras palavras que querem dizer do abraço.
Seu corpo tão moldado ao meu, natureza líquida de água e jarro.
Você me conduzindo à fonte de todas as coisas,
lá onde o desejo se origina.
E nada míngua com o passar do tempo
e mesmo acreditando não ter mais espaço,
cresce, flui, se imensa clareando o que era escuro e frio.
Cada vez mais e mais eu preciso dizer do amor.
Dessa ternura delicada.
Cada vez mais o amor sendo a melhor experiência.
Cada vez mais eu percebendo que se nada no mundo é definitivo,
nossa história eu sei perene.
Uma primavera inaugurada a cada dia.
E mesmo que nada possa ser eterno, mesmo que o "pra sempre" não exista,
eu sei que vou seguir te amando,
pelo menos, pelos próximos 99 invernos.


(E se ainda eu não consigo explicar você pra mim,
eu simplesmente aceito e agradeço).