Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora.
Eu queria ser trapezista, minha paixão era o trapézio.
Me atirava do alto na certeza que alguém
segurava-me as mãos não me deixando cair.
Era lindo, mas eu morria de medo, tinha medo de tudo quase:
Cinema, parque de diversão, de circo, ciganos,
aquela gente encantada que chegava e seguia.
Era disso que eu tinha medo.
Do que não ficava para sempre.
(Antônio Bivar)