"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



sábado, 18 de maio de 2013

Pollyannidades


Pollyanna é o título de um livro escrito pela americana Eleanor H. Porter, em 1913. O sucesso da história foi tanto que, em 1915, Porter publicou uma continuação, que aqui no Brasil recebeu o nome de Pollyanna Moça.*

Eu devorei esses dois livros quando era adolescente.

Pollyanna, a protagonista, era uma criança orfã que, entre outras características, era extremamente otimista, apesar de todas as dificuldades pelas quais passava. E uma das “heranças” deixadas pelo pai foi o “jogo do contente”.

O “jogo do contente” era uma forma de a garota driblar as intempéries da vida. Um dia, por exemplo, esperando por uma boneca no Natal, foi abrir um baú de doações e encontrou, em vez do brinquedo, um par de muletas.*

Esse seria motivo suficiente para qualquer criança abrir um berreiro, mas Pollyanna, depois de viver por apenas alguns segundos o momento de frustração, aplicou as regras do “jogo”: não deveria ficar triste por não ter ganhado a boneca, mas sim contente por não precisar das muletas.

Pois bem.

Esforço-me para fazer o “jogo do contente”, mas há situações em que, por mais que tento, fica difícil ver o lado bom: A vida é bela e tudo o que acontece comigo tem uma razão boa de ser…

Nunca me vi como uma pessoa essencialmente otimista.
Na verdade, sempre me achei bastante realista (pessimista, certamente não sou). Mas de fato, sou alguém que tem fé e esperança nas pessoas, no amor, na felicidade, enfim, no humano.

É inspirador quando alguém consegue ver um lado bom de situações claramente ruins, mas eu, pessoalmente estou mais para José Saramago do que Pollyana: “Não sou pessimista, o mundo é que é péssimo”.

Não sei se estou de mau humor, triste ou magoada. “Tem a ver com o peito, mas o que dói é o cotovelo”. (Flah Queiroz)
O que sei é que esse sentimento exige de mim uma certa ‘dedicação’, pois a dor que a gente não expressa ou vive, acaba virando doença.
E é por isso que estou aqui, fazendo esse blog de divã.

Sei que vai passar... de um jeito ou de outro, tudo passa.
Ainda bem que, na pior das hipóteses, tudo passa (e ouso dizer que ‘apesar de’, estou usando o meu lado otimista, senão teria dito: “não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe”. E essa é de cortar os pulsos!)

*Wikipédia