Eu quero as asas do riso fácil,
quero a coragem para alçar voos novos,
e o silêncio amoroso dos sonhos antigos.
Quero olhos de enxergar as grandezas das miudezas e suas tantas bonitezas,
e quero todas as letras e os significados
traduzidos em capacidade para o verbo amar.
Quero as pessoas por perto, bem mais perto do quer perto um dia foi,
e quero aprender que longe também pode se
transformar em perto quando a rede é o coração.
Quero cair de sono,
cair de alegria,
cair de tanto rir,
e se eu cair por outros motivos,
quero ser forte na queda, quero saber me
levantar,
quero ser digna do verbo acreditar.
Eu quero ter mãos estendidas, abertas, acolhedoras,
e quero os passos em compasso com alguma dose
de loucura, de ousadia,
e quero rebolar mais, saracotear mais por aí,
quero extravasar mágoas, represar que nada!,
quero navegar, sobrevoar, semear, alegrar,quero
suar, gozar e me esbaldar
na fonte da juventude onde se bebe a água das
levezas, das doçuras, e das tristezas
que eu quero saber embalar.
Quero aprender a reconsiderar.
Reaprender a chorar sem amarelar,
quero não ter vergonha de ruborizar,
e quero voltar a colecionar bugigangas, fazer
poesia,
aprender a fazer coisas novas para me
reinaugurar.
Eu quero melhorar, tipo não desistindo, insistindo, persistindo, e até voilá!