"Ando no rastro dos poetas, porém descalça... Quero sentir as sensações que eles deixam por ai"



terça-feira, 13 de dezembro de 2016


Eu nunca tive medo de morrer. Talvez seja pelo fato de que pouco contato tive com a morte enquanto crescia ou simplesmente por pensar quase nunca sobre isso.

Hoje, 27 anos, com um câncer na conta, ainda acho que não tenho. Tenho plena consciência de que há chances concretas de que isso aconteça mais cedo do que eu planejava.

A reação da maioria das pessoas quando eu falo essa frase é algo do tipo: "vira essa boca pra lá!" ou "não fala uma besteira dessas!"
Porque? Considero essa consciência uma dádiva. 
Sim, pode ser que nada aconteça e que eu viva até os 100 anos. Mas pode ser que não. Estou um pouquinho mais perto dessa possibilidade do que a maioria dos meus amigos dada às circunstâncias.

Mas tudo bem. Esse texto não é pra falar de morte, mas para nos lembrar que a iminência da morte nos traz vida.
A consciência da nossa fragilidade nos dá fôlego. A mim, vontades. Desejos. Coragem. Ambição.

Deixo vocês com a frase de uma querida amiga, que resume bem uma conversa que acabamos de ter sobre as mazelas dessa vida de quem vive o câncer: não tenho medo de morrer, apenas de que isso aconteça antes de eu viver tudo que eu quero viver.

Pois bem, comecemos já!