À essa altura do campeonato, já não me permito mais investir
tempo em olhos que choram sem lágrimas, em gente que busca a vampirização da
energia do Outro, da estética do Outro, da postura do Outro, da vocação do
Outro, da conquista afetiva do Outro.
Tenho verdadeiro horror dessa gente miseravelmente
possessiva, que vê no Outro sempre alguém para andar de carona.
Que enxuga lágrimas para ser útil, já que não se permite ser
leve e agradável.
Gente que não vibra por você e sim se regozija das suas
dores, porque só através delas consegue se achar mais importante, já que sua
vida vazia não lhe permite nada além de pequenices disfarçadas de felicidade.
Sinto muito.
Na minha vida não existe o quase.
Quase conseguiu, quase foi legal, quase teve boa intenção.
Quase para mim é muito pouco, e pouco para minha mim já
passou do quase nada!
[ Cláudia Dornelles ]